Foram compensados, habilmente ludibriados com a liberdade da carta de alforria. A questão é: pode um escravo se libertar? Não! Passa de uma escravidão para outra. O escravo é liberto mas não se liberta, não consegue sobreviver, porque não lhe deram acesso a nenhuma instrução, a nenhuma profissão.
Ele deveria reivindicar esse privilégio. Mas como, se ele não sabe ler, não sabe escrever. Nesta condição dos Movimentos de Libertação, libertar é neo-escravizar, neocolonizar. Os Movimentos de Libertação libertam meia dúzia, os seus chefes, a sua tribo. Passam à condição de novos chefes de novos escravos.
Foi isto que se passou com as independências da África Negra. Oportunistas Africanos educados na civilização Branca, lutaram pela independência, prometeram bem-estar aos seus povos, correram com os colonizadores, mais tarde lembraram-se que os Brancos antes de serem escorraçados, deveriam ficar algum tempo, para deixarem aos Negros as profissões necessárias, para manterem os países na normalidade.
De qualquer modo a civilização Branca apoiou esse abandono. Sabiam com sarcasmo, que uma inapta multidão de escravos satisfaria a continuação dos seus desejos. Na administração colonial caíam algumas migalhas, no neocolonialismo, essa rubrica deixou de existir. Substituiu-se por outra: o lucro do despejo. É mais fácil, não dá trabalho nem chatices explorar. É por isso que se diz que a fome não é branca, é negra.
Gil Gonçalves
Ele deveria reivindicar esse privilégio. Mas como, se ele não sabe ler, não sabe escrever. Nesta condição dos Movimentos de Libertação, libertar é neo-escravizar, neocolonizar. Os Movimentos de Libertação libertam meia dúzia, os seus chefes, a sua tribo. Passam à condição de novos chefes de novos escravos.
Foi isto que se passou com as independências da África Negra. Oportunistas Africanos educados na civilização Branca, lutaram pela independência, prometeram bem-estar aos seus povos, correram com os colonizadores, mais tarde lembraram-se que os Brancos antes de serem escorraçados, deveriam ficar algum tempo, para deixarem aos Negros as profissões necessárias, para manterem os países na normalidade.
De qualquer modo a civilização Branca apoiou esse abandono. Sabiam com sarcasmo, que uma inapta multidão de escravos satisfaria a continuação dos seus desejos. Na administração colonial caíam algumas migalhas, no neocolonialismo, essa rubrica deixou de existir. Substituiu-se por outra: o lucro do despejo. É mais fácil, não dá trabalho nem chatices explorar. É por isso que se diz que a fome não é branca, é negra.
Gil Gonçalves
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