sábado, 23 de agosto de 2008

HOTEL LUANDA. O Senhor dos Exércitos


Já temos os ingredientes de um Estado muito bem falhado: hino, uma bandeira e um palácio. Farras, água a pingar dos tectos dos prédios num derradeiro esforço para acabar os que os colonos generosamente deixaram, geradores fumarentos, mosquitos e as obras nocturnas e motos rápidas também nocturnas que não nos deixam dormir, descansar, estudar, trabalhar ou ler um livro.
Um arquitecto informou sob anonimato que prédios agora construídos vão durar apenas 20 anos. E com a exemplar manutenção um, dois, três anos?!
E se isto tudo acontece, isto não é um país. É um caos petrolífero.

O conflito assegura-se. Chineses, portugueses, brasileiros… e as companhias petrolíferas… toda a escória mundial, não vão deixar o Mpla perder. E os chineses preparam navios carregados com armas. Tudo legal, porque são encomendas do Mpla. Negócio entre dois partidos marxistas-leninistas. No fundo é a costumeira frente patriótica petrolífera.
E o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, acaba de convencer-nos nas Lundas, que não existe ninguém em Angola capaz de prosseguir as obras em curso se o Mpla perder as eleições. Este homem é eterno. Goza do dogma da infalibilidade pontifícia. Onde a História é o movimento dos idiotas que aspiram ao poder.

Assim não é presidente de todos os angolanos. É apenas presidente de mais um partido político. O sucessor cognominado rei Mugabe II, Senhor dos Exércitos, rei Sol, o Iluminado, o Divino, o Rei dos Reis. São indivíduos como Adriano Parreira, Jorge Valentim e José Eduardo dos Santos que provocam incêndios muito difíceis de apagar, grandiosos tumultos.

Um estado democrático e de direito onde a única actividade legal é roubar. Um país sem mácula onde não existem ilegalidades. Mas, Angola está totalmente dominada por especuladores imobiliários e financeiros. De modos que, tumultos, convulsões sociais, revoluções, chauvinismo, enfim, muitas confusões. Será o… salve-se quem puder. Outro Zimbabué, outra Somália… melhor, outro Iraque.

Em Angola vai acontecer o mesmo que se passou nos EUA. Vão aniquilar aqui os agora promovidos Índios-negros. Os que sobrarem guardam-se em reservas frigoríficas para futura exposição turística. Eis esta novel democracia com um sistema político que permite roubar na legalidade. Já provaram e insistem que: a melhor experiência de governação é a corrupção.

Os poderes dos especuladores financeiros e imobiliários aliados ao Mpla, já soltam foguetes da nova guerra para continuarem no poder e escravizarem, exterminarem a população. Os sinais são visíveis porque prosseguem os rumores do pânico para armazenar comida, porque a guerra vai mais vir, já se está a ouvir… outra vez. E os armazéns vão fechar… ou já fecharam.

Os roubos de terrenos e residências praticados em plena campanha eleitoral pelas forças da Casa Militar da Presidência da República e já denunciados por Tchizé dos Santos, anunciam o terror que se aproxima. A Unita e demais opositores vão reviver a história do Hotel Rwanda, neste Hotel Luanda.

Quase todos os dias há interrupções no fornecimento de energia eléctrica. Ninguém sabe porquê. Só pode ser para justificar a emissão de facturas fantasmas. E fiscais do GPL, Governo da Província de Luanda, perseguem e roubam kinguilas e zungueiras. Apesar dos chefes (?) afirmarem que não são fiscais, são bandidos. A questão é que quando não lhes pagam os salários eles vem para a rua roubarem, também para sobreviverem. Elas dizem que não vão votar mais no Mpla.

Os que aqui estão e demais chegam… fincaram-se para roubar. As cabeças não lhes funcionam. São psicopatas, desumanos como SS NAZIS. E ainda gozam e dizem: «que isto não é uma república é um bananal». São bantustões importados livres de encargos alfandegários.

Isto já não tem ponta por onde se lhe pegue.

Gil Gonçalves
Imagem: Hotel Luanda

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