terça-feira, 27 de setembro de 2011

A conspiração internacional do rating de Angola


O "rating" é uma opinião sobre a capacidade de um país ou uma empresa saldar seus compromissos financeiros. A avaliação é feita por empresas especializadas, as agências de classificação de risco, que emitem notas, expressas na forma de letras e sinais aritméticos, que apontam para o maior ou menor risco de ocorrência de um "default", isto é, de suspensão de pagamentos. http://www1.folha.uol.com.br

«Melhoria da notação de risco de Angola demonstra “confiança” na economia

Pretória (Canalmoz) - A revisão em alta da notação de risco de Angola pelas três principais agências de “rating” mundiais, em todos os casos com previsão estável, demonstra confiança na economia do país, de acordo com a Economist Intelligence Unit (EIU).
Em Julho, a Standard & Poor´s elevou o “rating” angolano de “B+” para “BB-“, com previsão estável, colocando Angola “à frente de muitos dos seus pares regionais, incluindo a Nigéria”, salienta a EIU no seu mais recente relatório sobre a economia angolana.
Também a Moody´s, em Maio, e a Fitch Ratings, em Junho, tinham elevado a sua avaliação da qualidade do crédito angolano, o que “reflecte confiança na capacidade de Angola manter um desempenho macroeconómico sólido”.
Isto, referem os analistas da EIU, apesar da continuação da elevada dependência do sector petrolífero na criação de riqueza no país.
Segundo a EIU, as três agências foram estimuladas em particular pelas avaliações positivas feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), no processo de acompanhamento do acordo de financiamento a Angola, no valor de 1,4 mil milhões de dólares.
Outro factor importante foi o progresso feito pelo governo no pagamento de dívidas acumuladas a empresas de construção em 2008 e 2009, quando a queda do preço do petróleo criou constrangimentos orçamentais ao governo angolano.
“A perspectiva de estabilidade atribuída pelas três agências significa que é improvável uma alteração do ‘rating’ no futuro próximo”, adianta o relatório.
Apesar da subida das avaliações, a EIU refere que o governo angolano terá voltado atrás na ideia de uma emissão de euro-obrigações no valor de 500 milhões de dólares.
A EIU cita o chefe da Casa Civil da Presidência, Carlos Feijó, referindo que o Tesouro já não tem necessidade desses fundos.
A economia angolana deverá crescer 7,6% este ano, mais do que duplicando em relação aos 3,4% registados no ano passado.
A aceleração deverá prolongar-se em 2012, quando o crescimento atingirá 10,3%, ainda segundo números da EIU.
Aguardado com particular atenção pelos investidores é o novo código mineiro, que vai entrar em vigor no final do ano, actualizando uma lei que datava de 1992.
“O novo código visa encorajar uma exploração mais intensiva do rico potencial mineral do país. Angola tem significativos depósitos de ferro e cobre, bem como grandes reservas de diamantes”, referem os analistas da EIU.
A atenção das autoridades tem estado concentrada nos últimos anos no desenvolvimento do sector petrolífero, mas a reconstrução de estradas e caminhos-de-ferro no interior do país vieram “melhorar a viabilidade da indústria mineira, que também tem beneficiado dos elevados preços globais”.
A lei prevê que a concessionária estatal Endiama retenha um mínimo de 51% do capital em todas as minas de diamantes e que as empresas estatais continuem a ser responsáveis pela concessão de licenças de exploração mineira.
A mineração ilegal, praticada nas províncias ricas em diamantes no norte do país, passará a ser considerada um crime contra o Estado.
“Através do fomento da indústria mineira, o governo espera lidar com uma das preocupações referidas pelo FMI, a de que o país está demasiado dependente do sector petrolífero”, refere o relatório. (macauhub)»

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