quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Estudo europeu alerta que China "está a comprar a Europa"


A China "está a comprar a Europa", replicando a estratégia seguida em África, alerta um estudo europeu divulgado hoje em Pequim.
"Outrora um grande mas distante parceiro comercial, a China também é agora um poderoso actor dentro da própria Europa", afirma o estudo, assinado por três investigadores do European Council on Foreign Relations (ECFR).

A Europa não é uma fonte de matérias-primas, mas "possui tecnologias avançadas que interessam à China" e, além disso, "necessita de dinheiro a curto prazo", o que a China parece possuir em grande quantidade.

Há cinco anos - salienta o estudo - o investimento chinês na Europa somava 1.300 milhões de dólares (948 milhões de euros): em 2011, aquisições de empresas chinesas em Espanha, Hungria e Noruega excederam, cada uma delas, aquele montante, salienta.

Entretanto, um fabricante automóvel chinês, a Gelly, sediado em Hangzhou, leste da China, comprou a Volvo e empresas chinesas de transportes "estão a comprar, alugar ou a gerir portos, aeroportos e bases logísticas através do continente europeu", exemplifica o estudo.

Os autores do estudo - François Godement, Jonas Parello-Plesner e Alice Richard - defendem, contudo, que a Europa "não deve recorrer ao proteccionismo", mas reclamar "reciprocidade".

"A Gelly pode comprar a Volvo, mas a Volvo não poderia comprar a Gelly", observou Jonas Parello-Plesner num encontro com jornalistas e diplomatas na Embaixada da Dinamarca em Pequim, promovido pelo FCCC (Foreign Correspondente Club of China).

O estudo alerta que "enquanto competem uns com os outros para atrair investimentos chineses, os países europeus reduzem a capacidade de negociar colectivamente o recíproco acesso aos mercados chineses".

"Os europeus não devem culpar a China por aproveitar a oportunidade para expandir a sua influencia dentro da Europa (...) Devem, antes, unir-se para que as empresas europeias possam competir na China da mesma maneira que as companhias chineses competem na Europa", preconiza o estudo.

Em 2010, a China tornou-se a segunda maior economia do mundo, ultrapassando o Japão, e as suas reservas em divisas atingiram em Junho passado cerca de 3,2 biliões de dólares (2,34 biliões de euros), mais 30,3 por cento que um ano antes.

Criado em 2007, o European Council on Foreign Relations assume-se como "o primeiro think-tank pan-europeu" e a sua direção inclui, entre outros, Javier Solana, Emma Bonino Joschka Fischer e Timothy Garton Ash.


COMENTÁRIOS
pgfsilva 21 Setembro 2011 - 10:59
Núvem amarela
A mão de obra barata na China, a ausência de direitos dos trabalhadores faz com que o nível de competitividade dos chineses seja quase imbatível. Eles não estão só a comprar empresas na Europa eles estão a deslocar-se fisicamente para todo o mundo. É comum encontrar chineses a trabalhar em África e são a mão de obra mas também os empresários. Com a capacidade reprodução que possuem não tarda nada o mundo é todo amarelo.
majalvega 21 Setembro 2011 - 10:25
Eurochina
Pois é, façam como eu, já estou a aprender mandarim, porque para o ano andamos todos com os olhos em bico...
linocas 21 Setembro 2011 - 10:23
Europa
O problema europeu é apenas politico e tem um rosto bem marcado... A Alemanha.
Dr_House 21 Setembro 2011 - 10:11
Mas que grande novidade !
Quanto teriam gasto neste estudo para ficarem a saberem o obvio ?
CBR1000 21 Setembro 2011 - 10:11
Grande Novidade:
só quem anda a durmir não vê o que se passa.
Salvador Costa 21 Setembro 2011 - 10:02
"China e Médio Oriente"
Quem tem método, paciência e sabedoria ganha vantagens comparativas num mundo em que a teconologia e a informação são determinantes para a conquista de mercados.2- E com uma Europa desavinda (em termos económicos) e em auto-flagelação com estúpidas medidas de austeridade, tudo é mais fácil.
JORNAL DE NEGÓCIOS

Os chineses e a fuga aos impostos
Luis Ribatejano , | 21/09/11 10:00
MAXIMIANO MARTINS TEM RAZÃO, OU MELHOR LEU A ENTREVISTA DUM PROFESSOR DE ECONOMIA CHINÊS.

Os economistas dum modo geral não percebem nada disto. Assim, grandes nomes da economia divergem entre si.
Não posso no entanto de deixar de concordar com D. Julián Pávon que diz que a Ch ina está por detrás de toda esta crise.
Realmente O Mode lo PARASI TÁRIO DE EXPANS ÓN ECONÓMICA DA CHIN A ESTÁ POR DETRÁS DE TODA ESTA CRISE.TODOS OS DIAS MI LHÕES DE EUROS VÃO PARA A CH INA ATRAVÉS DA FUGA AOS IMPOSTOS. Falam em taxar os ricos quando milhares e milhares de lojas chi nesas não pagam impostos.No dia 16 de julho estive na China town de Lisboa. Não vi passar uma factura pelos ch inos, que até vendem o n/ artesanato feito na Chi na. Uma fraude a que a ASAE fecha os olhos
DIÁRIO ECONÓMICO

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