segunda-feira, 19 de setembro de 2011

JES-MPLA E O NKVD




(russo: НКВД, Народный комиссариат внутренних дел, translit. Narodniy komissariat vnutrennikh diel; Português: Comissariado do povo para assuntos internos, foi o Ministério do Interior da URSS. Criado em 1934, o NKVD incorporou o GPU ou OGPU (Obiedinionnoye Gosudarstvennoye Politicheskoye Upravlenie, "Diretório Político Unificado do Estado"), transformado em GUGB (ГУГБ, Главное Управление Государства Безопасности, translit. Glavnoe Upravlenie Gosudarstva Bezopasnosti; Português: Administração Central da Segurança do Estado) e foi substituído pelo Ministerstvo Vnoutrennikh Diel (MVD), o Ministério do Interior.

Além de funções policiais e de segurança tradicionalmente atribuídas ao Ministério do Interior, como o controle de tráfego, corpo de bombeiros e a guarda das fronteiras, cabia ao NKVD controlar a economia e o serviço secreto, prestando contas ao Conselho de Comissários do Povo (órgão principal do governo soviético) e ao Comitê Central do Partido Comunista de Toda a União (bolchevique).

No âmbito do NKVD estabeleceu-se o Gulag (ГУЛАГ, Главное Управление Лагерей, translit. Glavnoie Upravlenie Lagerei; Português: "Administração Central dos Campos"), órgão responsável pelo sistema de campos de trabalho.Índice [esconder]

Atividades do NKVD
Entre as funções do NKVD, por meio de sua divisão chamada GUGB, estava proteger a segurança do Estado soviético. Esta função foi realizada com sucesso através da intensa repressão política.

As atividades de repressão e as execuções do NKVD tiveram como alvo desde os inimigos do Estado soviético até os prisioneiros do Gulag, atingindo centenas de milhares de pessoas. Formalmente, essas pessoas eram, na sua maioria, condenadas por cortes marciais especiais - as troikas. O uso "de meios físicos da persuasão" (tortura) foi aprovado por um decreto especial do estado, o que resultaria em numerosos abusos, relatados pelas vítimas e pelos próprios membros do NKVD. Existem evidências documentadas de que o NKVD cometeu execuções extrajudiciais em massa. Em 17 de novembro de 1938 tais troikas foram proibidas por decisão conjunta do Conselho de Comissários do Povo e do Comitê Central do Partido Comunista de Toda a União (bolchevique).

O NKVD também executava operações em massa, que tinham como alvo grupos religiosos ou grupos étnicos inteiros - os judeus, a Igreja Ortodoxa Russa, os ortodoxos gregos, católicos latinos, muçulmanos e outros grupos religiosos. O braço antirreligioso do governo soviético era dirigido por Yevgeny Tuchkov do OGPU.

Fotografia de Osip Mandelstam, como prisioneiro da NKVD

Devido aos abusos na repressão, em 4 de fevereiro de 1940 Nikolai Ejov (chefe do NKVD de 1936 a 1938) e seus assessores mais próximos foram executados.

Durante a Guerra Civil Espanhola, os agentes da NKVD, atuando conjuntamente com o Partido Comunista da Espanha, exerceram substancial controle sobre o governo republicano, usando a ajuda militar soviética para aumentar sua influência. O NKVD estabeleceu numerosas prisões secretas em torno de Madrid, as quais foram usadas para deter, torturar, e matar centenas dos inimigos do NKVD. No início o alvo eram os nacionalistas e católicos espanhóis. Mas, em junho de 1937, Andrés Nin, importante figura trotskista, pincipal dirigente do Partido Operário de Unificação Marxista foi torturado e morto em uma prisão da NKVD.

Também houve cooperação entre elementos do NKVD e da Gestapo. Em março de 1940, eles se encontraram por uma semana em Zakopane, para coordenar a pacificação da Polônia. O NKVD entregou centenas de comunistas alemães e austríacos à Gestapo, entre outros estrangeiros indesejáveis.

Durante a Segunda Guerra Mundial, as unidades de NKVD foram usadas para a segurança de fronteiras. No território liberado, o NKVD e o NKGB realizaram apreensões, deportações, e execuções em massa. Os alvos incluíram colaboradores da Alemanha e membros da resistência não-comunistas. Existem evidências também de que o NKVD executou milhares de prisioneiros de guerra poloneses em 1941.

O GUGB e a Divisão Estrangeira (Inostranny Otdel) organizaram o assassinato de cidadãos nacionais e estrangeiros considerados inimigos da URSS . Entre as vítimas mais conhecidas estão
Leon Trotsky, um inimigo político da ordem soviética e seu mais duro crítico internacional;
Boris Savinkov, revolucionário russo e terrorista;
Yevhen Konovalets, líder político e proeminente militar ucraniano;
Guy Leland, poeta subterrâneo anti-soviete francês;

A partir de 1956, sob o governo do novo líder soviético Nikita Khrushchev, milhares de vítimas da NKVD "foram reabilitados legalmente", isto é, foram absolvidas e tiveram seus direitos restaurados.
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Atividades de inteligência
Estabelecimento de uma ampla rede de espionagem através do Comintern;
Recrutamento de importantes funcionários do governo britânico como agentes, nos anos 1940, e penetração dos serviços de inteligência (MI6) e contra-informação (MI5);
Obtenção de informações detalhadas sobre projetos de armas nucleares dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha;
Desarticulação de vários complôs para assassinar Stalin.
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O NKVD e a economia soviética

O sistema extensivo de exploração do trabalho no Gulag deu uma contribuição notável à economia soviética e ao desenvolvimento de áreas remotas do país. A colonização da Sibéria, do norte e do extremo leste estava entre os objetivos estabelecidos nas primeiras leis a respeito dos campos de trabalho soviéticos. A mineração, a construção de rodovias, ferrovias, canais, barragens, fábricas, etc., dentre outras formas de exploração dos trabalhadores, eram parte do planeamento econômico soviético, e a NKVD teve suas próprias plantas de produção.

Muitos cientistas e coordenadores presos por crimes políticos foram colocados em prisões especiais, muito mais confortáveis do que o Gulag, conhecidos como sharashkas. Esses prisioneiros continuaram seu trabalho nestas prisões. Mais tarde, quando liberados, alguns deles transformaram-se em líderes na área de ciência e tecnologia, destacando-se Sergey Korolev, que concebeu o programa soviético do foguetes e planejou a primeira missão humana, no vôo espacial de 1961, e Andrei Tupolev, projetista de aviões.

Após a Segunda Guerra Mundial, o então MVD (fora do Gulag) coordenou o trabalho do armamento nuclear soviético, sob o comando do general Pavel Sudoplatov. Os cientistas não eram prisioneiros, mas o projeto foi supervisionado pelo MVD, em razão da sua grande importância e pela exigência da segurança e do sigilo absolutos. Também, o projeto usou a informação obtida pelo MVD dos Estados Unidos.
In WIKIPEDIA

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