segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A luta pela liberdade e a desinformação da Ditadura. Nelson Pestana, Bonavena


O Jornal de Angola publicou, hoje, um texto de opinião, de um dito Justino Justo, com o título de "Provas da acção desestabilizadoraanti-democrática". Vale a pena ler! ". Sobretudo para aqueles que dizem que a oposição é inactiva e que o Bloco Democrático nada faz.

Poderão assim nas palavras deste editorialista e ao contrário do que era a sua vontade, ver que o Bloco Democrático é uma organização com forte identidade, agenda própria e incontornável na movimentação política nacional. E, isto não é do conhecimento geral porque os órgãos de comunicação social públicos (JA, TPA e RNA) que são os de grande alcance, ignoram ou manipulam a informação sobre a acção política do Bloco Democrático e sobre a sua participação em quase todas as lutas reivindicativas, no país.
Segundo este plumitivo da ditadura, o artigo teve como objectivo "denunciar" o que lhe foi dado a saber “sobre algumas orquestrações que têm vindo a ser maquinadas pelo Bloco Democrático”.
"Pois bem, a questão é que, de facto, a UNITA tem vindo a arregimentar para o seu lado os ex-FPD (hoje Bloco Democrático) usando-os como capa e pedra de arremesso, potenciando a sua capacidade inata para a crítica fácil e despudorada e a sua reconhecida capacidade para explorar tudo quanto de menos bom possa acontecer na acção governativa, seja por culpa dos actores políticos que estão no exercício do poder ou por fenómenos imputáveis à natureza. (Seria engraçado ver o Dr. Justino culpar o Executivo pelo facto do satélite ter caído no nosso território. Graças a Deus e para azar daquele político, o engenho caiu em outras paragens. Que alívio para o Executivo).
Mas o Bloco Democrático não foi de modas e, alinhando na estratégia global, inscrita nas teses da UNITA, criou, antecipadamente, um “Gabinete de Crise” chefiado pelo seu Presidente, Justino Pinto de Andrade, coadjuvado por Filomeno Vieira Lopes, cuja missão essencial é: estabelecer contactos com os demais Partidos Políticos da Oposição, entidades internacionais, amnistia
internacional, órgãos de apoio aos refugiados, bem como promover a participação de diferentes grupos nas manifestações a realizar.
Qual a intenção? Então … dizem que nada têm a ver com a organização das manifestações e têm necessidade de promover a participação de pessoas? Com que objectivo?
Continuemos. A coordenação do Gabinete será apoiada por diferentes grupos. Desde logo por uma Comissão de Relações Institucionais (RINS), com a mesma chefia e as mesmas tarefas, ou seja, Justino Pinto de Andrade e Filomeno Vieira Lopes.
A Comissão de Comunicação (INFOCOM), integrada por Manuel Victória Pereira, João Amaral, Cláudio Fortuna e Branquima Afonso Kituma, tem a incumbência de: fazer colecta de informação, emitir boletins diários, convocar conferências para propagandear a preparação ou apresentar osresultados das manifestações (criando factos ou denunciando a acção das forças
policiais, culpando o regime por tudo quanto aconteça), produzir relatórios de presumíveis ocorrências, alimentar o facebook e o youtube, criar artigos para divulgação em jornais e criar histórias e factos, sempre que possível, com presos e suas famílias.
Significa isso que eles vão instigar alguns jovens para se rebelarem contra as instituições e depois fazê-los surgir na imprensa como mártires? Será que já perderam a noção do valor da vida dos jovens que eles põem, deliberadamente, em risco? Será que as famílias estão avisadas do “uso” que estão a dar aos seus filhos?
Sabendo do que estão a preparar para os nossos filhos e netos, criaram uma Comissão de Apoio Jurídico (APOJUR), integrada por Luís do Nascimento, Nelson Pestana “Bonavena”, Lisdália Paula e David Mendes (Mãos Livres – antigo dirigente de um Partido Político).
Mandam os nossos jovens para a rua (não vi nenhum deles na manifestação e, muito menos, a promoverem a arruaça que mandaram realizar) e depois, se tiverem problemas com as autoridades, surgem os salvadores da pátria.
Não está na hora da própria Ordem dos Advogados posicionar-se em relação a esses seus integrantes que põem em causa a imagem e credibilidade da classe e vilipendiam os valores humanos e os deveres de profissão? Para que serve a Ordem? Ou será que devemos entender a Ordem dos Advogados apenas como mais um sindicato corporativo cujo fim se delimita na defesa de direitos e interesses dos representados? Não é esse o meu entendimento. Por isso mesmo, reclamo uma maior intervenção da Comissão de Ética daquela Instituição. Estou certo ou errado?
Para concretizar o atrás dito, o Bloco Democrático criou também uma Comissão de Relação com os Familiares daqueles que tiverem problemas com as autoridades. É coordenada por Francisco Guedes, e segundo eles, contactar as famílias ajuda a moralizá-las e contactar os presos permite alimentar a informação pública, dando a imagem de que se tratam apenas de vítimas do regime.
Até quando as nossas famílias se vão deixar manipular por gente que põe, sem qualquer tipo de sentimento que não seja o do simples aproveitamento da sua ingenuidade, a vida dos seus próprios entes em risco? Até quando?
A máscara do Bloco Democrático caiu definitivamente com a criação da Comissão de Mobilização, integrada por João Baruba, Pedro Candungo e Adão Ramos, cuja missão principal é arranjar jovens disponíveis para aderir às arruaças e propor acções a realizar no âmbito da tentativa de descredibilização da figura do Presidente da República e do seu Executivo.

Para dar mais brilho à sua acção desestabilizadora, o Bloco Democrático criou uma Comissão de Apoio às Cadeias (APOCA). Julgo que queriam dizer “aos Presos”, porquanto a sua função principal é encaminhar comida e livros aos detidos e organizar grupos de visita para pressionar os órgãos do Estado, na tentativa de demonstrar a existência de arbitrariedades, desrespeitando, por completo, todos os regulamentos e regras que existam naquelas instituições prisionais.Ou seja, o próprio Bloco Democrático, sabendo da intenção com que promove as arruaças, criou todo um quadro organizativo para minimizar os efeitos nefastos da sua acção em relação àqueles que usam para os seus fins macabros. Com que moral estes senhores se arrogam ao direito de surgir como defensores de direitos humanos quando eles usam jovens inocentes e desprovidos de senso político, para seus fins desestabilizadores?
Com que moral o senhor Justino Pinto de Andrade e os seus seguidores pretendem dar lições de democracia e de respeito pelos nossos concidadãos quando eles próprios, sem um mínimo de sentido humanitário, orientam jovens para destruírem bens públicos e de outros cidadãos que nada têm a ver com a sua raiva desmedida e o seu incontido desejo de um dia integrar o poder, qualquer que seja o preço a pagar? Com que moral?
O quê que diferencia o comportamento do senhor Justino, do Numa ou do Makuta Nkondo? Mas, então qual é a diferença? Na minha opinião, nenhuma.O senhor Justino Pinto de Andrade, pessoa pela qual, mesmo sem conhecer, sempre
nutri algum respeito, deixou de ser, pelo menos para mim, o analista político com alguma qualidade, embora nem sempre partilhasse dos seus pontos de vista, pela forma parcial e obstinadamente negativa como conduzia muitos dos seus raciocínios, para passar a ser mais um makutazito, sem qualidade e sem capacidade de se impor pela positiva.

É triste ver como um patriota fervoroso na luta contra o colonialismo, se transformou num politiqueiro medíocre, despojado dos valores mínimos capazes de congregar vontades em torno de um projecto maior, onde o exercício democrático assenta na escolha popular e o poder político se conquista nas urnas. Que triste…
Permitam-me o desabafo: “Senhor Justino Pinto de Andrade, para se ser democrata não basta parecer”. Ajude-se a si próprio. Repense nas prioridades para a melhoria da vida do nosso Povo e logo perceberá que a arruaça, a desordem e a confusão só servirão aqueles que, com isso, podem continuar a encher os bolsos com cifrões do nosso sangue.
Espero, sinceramente, que o Pedro Seke, a Jeaneth Kalema e o Cláudio Fortuna, não precisem mais de perder tempo com listas de indivíduos presos por desrespeito ao próximo. Que os seus piquetes sejam usados para introduzir na internet informações sobre coisas boas que o Bloco Democrático tenha feito, ou queira fazer, a favor de Angola e do nosso Povo, incluindo sobre manifestações pacíficas para reivindicação de direitos constitucionalmente protegidos.
Fica a minha promessa de voltar, dentro de dias, para trazer outros factos que permitam um melhor conhecimento sobre a insurreição com que se pretende brindar ao nosso Povo."
In Amigos do Bloco Democrático Angola

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