terça-feira, 20 de setembro de 2011

Luanda. As prisões da tortura dos naufragados em petróleo


Kady Mixinge
Na esquadra do Catinton, na qual fiquei mais de 48 horas em uma das celas(o Carbono estava noutra ao lado), os detidos fazem as necessidades maiores em sacos de plasticos, a seguir, jogam o saco num canto do quarto de banho. Este mesmo quarto de banho tem a pia completamente entupida. A urina é depositada em garrafas vazias de água mineral. Água corrente? nada, luz eléctrica? nada. Digam-me lá se as condições da cela não constituem um atentado à vida humana?

Florindo Chivucute, esta "epopeia" que o amigo Kady Mixinge viveu de certa forma pode ser chamada de turismo (com todo o respeito pela integridade fisico-emocional dele que não estou aqui a dar somenos importância).
Esquadras há em que as celas foram concebidas para humanamente suportarem não mais do que 3 ou 5 detidos e no entanto lá permanecem mais de 20. A única abertura por onde o ar passa é o pequeno gradeamento forjado na parte de cima da porta. A respiração é tão insuportável que muitas vezes só não desmaia, não perde os sentidos o detido que for alto. O Kidy não falou que toda a cela já tem um cheiro característico: cheira a tudo que não devia ser cheiro, onde o suor (catinga) e a urina se sobrepõem.
Das paredes tu vês a escorrer gotas de sei lá quê cuja origem está no carbono que os detidos expelem ao respirar. E muitos não têm a "sorte" de lá permanecerem somente 48 horas. Alguns, como´são os casos dos detidos "emprestados" (os que vêem de outras unidades por falta de espaço nestas, por exemplo), vezes há em que acabam por ser "esquecidos", ou por falta de transporte para os ir apanhar, ou porque o agente encarregado do caso teve de dar cobro a uma outra situação mais importante.
Desafogo mesmo é quando na manhã abrem a porta para alguns sairem para limpar a unidade e aí você pode então esticar as pernas. E o caricato: agentes existem que não sabem o que é isso de constituição, direitos humanos, direito à vida e tudo mais. Contra-argumentam perguntando "fui eu que te trouxe aqui?".
Esperança: parece que existe um projecto para remodelar as celas das esquadras. Que isso seja para breve. Entrei nessa que reporto num dia 21 de Novembro e de lá sai no dia 27. A esquadra era a 6ª (cidadela) e levei todo esse tempo por ser preso da DNIC e numa altura em que esta (parece) não tinha celas disponíveis...
E para terminar, o Florindo faz ideia de quem compra a kapuka e a liamba para os detidos?

Sousa Jamba Foi o Mandela que disse que a integridade de uma nacao esta relacionada com a forma como ela trata os seus presos...

Francisco Lopes Kady Mixinge´, Precisamos de transformar toda essa informação, com o devido detalhe, em dossier para ser transmitido as organizações internacionais de direitos hmanos e as nações unidas. Recentemente membros da comunidade internacional visitaram cadeias novas em Luanda e elogiaram. Este procedimento é passível de punição internacional

Candida Lara sousa jamba, conheci recentemente um israelita aqui em luanda que elogiou o desenvolvimento de angola diz que somos ricos. ele ve grandes carros nas estradas, alugou um apartamento no talatona e so frequenta restarantes chiques. para ele, angola é isso...

Reginaldo Silva
‎"Kady Mixinge
Na esquadra do Catinton, na qual fiquei mais de 48 horas em uma das celas(o Carbono estava noutra ao lado), os detidos fazem as necessidades maiores em sacos de plasticos, a seguir, jogam o saco num canto do quarto de banho. Este mesmo quarto de banho tem a pia completamente entupida. A urina é depositada em garrafas vazias de água mineral. Água corrente? nada, luz eléctrica? nada. Digam-me lá se as condições da cela não constituem um atentado à vida humana"
In Facebook

Sem comentários: