segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ventos do norte de África já assustam mais a sul. MPLA com medo de tentativa de insurreição nacional em Angola


Pretória (Canalmoz) – O MPLA está com medo de uma insurreição em Angola para o derrubar e para derrubar o presidente José Eduardo dos Santos. Receia uma insurreição de nível nacional, semelhante às ocorridas na Líbia, Egipto e Tunísia e que culminaram com o derrube dos respectivos presidentes e partidos governantes. Diz o MPLA que essa insurreição está a ser orquestrada por uma coligação de partidos da oposição, liderada pela Unita.
Na quinta-feira 15 de Setembro de 2011, o primeiro secretário provincial de Luanda do MPLA, Bento Bento, durante um encontro alargado com as direcções de comités de acção e de especialidades do partido, da JMPLA (juventude do MPLA) e da OMA (organização da mulher do MPLA), classificou como “delicada” e “inspiradora de cuidados especiais” a situação reinante em Angola.
Mandatado pelo presidente do MPLA e também da República de Angola, José Eduardo dos Santos, Bento Bento afirmou que “esta marcha diabólica ou plano diabólico” prevê a realização, em simultâneo, de acções contra as autoridades, Polícia Nacional e desobediência civil generalizada nas cidades de Luanda, Huambo, Huíla, Benguela e Uíge.
Disse Bento Bento que falava com base em dados dos Serviços de Inteligência angolano. Este membro do Bureau Político do MPLA afirmou ainda que a Unita está prestes a iniciar o seu “Plano B”, visando derrubar o Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
“Como sabem que pela via das eleições não irão conseguir tal desiderato, pretendem fazê-lo através de insurreição nacional”, afirmou Bento Bento.
Na sua intervenção, Bento Bento falou das manifestações do dia 3 de Setembro, em Luanda, e argumentou que foi um pequeno ensaio bem aproveitado pela Unita.
“Enquanto a manifestação tinha sido autorizada pelo Governo Provincial de Luanda para o Largo do 1º de Maio, um outro grupo de arruaceiros bem preparado, com pedras e garrafas, dirigia-se ao Palácio Presidencial”, comentou assim a acção dos manifestantes anti-Eduardo dos Santos.
A coligação de que fala Bento Bento, segundo ele integra o Bloco Democrático, PP e alguns partidos ligados aos POC, e que tem como executivos mais dinâmicos o secretário-geral da Unita, Kamalata Numa, o secretário-geral da Jura, MFuka Fuakaka Muzamba, o advogado David Mendes e Justino Pinto de Andrade. Pretende criar o caos social, impossibilitar a governação do MPLA e do Presidente, disse o membro do Bureau Político do MPLA.
Ele afirmou que a oposição decidiu enveredar por manifestações violentas e hostis, provocando vítimas e inventando outras vítimas, incentivando a desobediência civil, greves e tumultos, bem como provocações aos agentes e patrulhas da polícia, fazendo recurso a objectos contundentes, com pedras, garrafas, paus, entre outros.
Bento Bento, disse que a estratégia dos anti-MPLA e anti-José Eduardo dos Santos é utilizar o argumento de que a Polícia actua com violência desproporcionada contra os direitos humanos dos cidadãos que se simplesmente se manifestam, de modo a legitimar uma intervenção militar estrangeira em Angola, semelhante à realizada na Líbia.
A título de exemplo do envolvimento da Unita no plano de que o MPLA está com medo que se ponha em marcha, o Bento Bento falou dos militantes, incluindo o secretário-geral da Jura, MFuka Fuakaka Muzamba, neste momento detidos à espera de julgamento, acusados de participação em manifestações de que resultaram desacatos aos órgãos políciais, e não só.
A credibilidade dos tribunais em Angola é duvidosa e a Justiça étida como estando ao serviço do MPLA.
Bento Bento pediu, entretanto, às direcções dos comités de acção do partido para redobrarem a vigilância nos bairros e denunciarem à polícia toda a acção que vise perturbar a ordem e tranquilidade pública ou que perigue as conquistas alcançadas com a paz, nos últimos anos.
Por outro lado Bento Bento, anunciou para 24 do corrente, a realização de uma marcha que sairá da avenida Deolinda Rodrigues e culminará no largo da Independência, visando expressar o apoio dos militantes do MPLA e dos cidadãos angolanos ao Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Os angolanos de uma forma geral andam indignados com o facto de José Eduardo dos Santos e o MPLA estarem no poder há mais de três décadas, tendo criado uma elite que está extremamente rica, contra uma esmagadora maioria completamente empobrecida. (Redacção / Angop)

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