quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Primeira grande polémica na Assembleia-Geral da ONU


Presidente do Irão atrasa a sessão para não ouvir discurso de Obama
Nova Iorque (Canalmoz) - A “guerra” entre o Irão e os Estados Unidos da América que tem como figuras de cartaz os respectivos presidentes Mahmoud Ahmadinejad e Barack Obama, respectivamente, proporcionou a primeira grande polémica logo na abertura da 66ª sessão da Assembleia-Geral da ONU.
O presidente do Irão primeiramente prometera não ir à Assembleia-Geral das Nações Unidas mas acabou mudando de ideias e deslocou-se a Nova Iorque. Chegado à cidade americana que é a sede da ONU, prometeu, em entrevista à Imprensa, que não ouviria o discurso de Barack Obama. Dito e feito. Mahmoud Ahmadinejad só entrou na sala de sessões no fim do discurso de Barack Obama. Pelo menos não ouviu em directo…
As rivalidades entre os dois países, que tem como ponto de discórdia o programa nuclear iraniano, já têm ‘barbas brancas’ e tem tomado novas proporções nos últimos dias. O Conselho de Segurança da ONU já adoptou três resoluções de sanções contra o Irão para pressioná-lo a suspender as suas actividades de enriquecimento de urânio. Os Estados Unidos e seus aliados pressionavam para que houvesse uma quarta resolução desse tipo. Mas o Irão tem-se mostrado pouco disponível para suspender o programa, alegando que o seu programa é para fins pacíficos. Nos últimos dias as rivalidades estão a subir de tom. Quando os Estados Unidos da América comemoravam os 10 anos após os ataques terroristas de 11 de Setembro, Mahmoud Ahmadinejad disse no Irão que os atentados cometidos no dia 11 de Setembro de 2001, nos Estados Unidos, foram orquestrados pelo próprio Governo norte-americano para servir de “pretexto” à invasão do Iraque e do Afeganistão pelas potências ocidentais.
“O 11 de Setembro foi um jogo, visando influenciar as emoções da humanidade, e que não deixaram de ser um pretexto para atacar as regiões muçulmanas e invadir o Iraque e o Afeganistão, matando um milhão de pessoas inocentes”, declarou Ahmadinejad em discurso para um congresso de dirigentes religiosos do mundo muçulmano e divulgado no site na Internet da presidência iraniana.
O controverso presidente iraniano vem afirmando regularmente, desde 2008, que os atentados contra o World Trade Center e ao Pentágono, a 11 de Setembro de 2001, foram estimulados pelos próprios Estados Unidos, para justificar suas intervenções no Iraque e no Afeganistão. Ele chegou a ser motivo de vivas reacções internacionais ao declarar, em Setembro de 2010, na Assembleia-Geral da ONU, que o 11 de Setembro foi um “complot orquestrado por alguns círculos no poder americano para relançar uma economia em declínio, reforçar os empreendimentos dos Estados Unidos no Oriente Médio e salvar o regime sionista”.
Nesta 66ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, o presidente do Irão, Mahmoud Ahmadinejad, ainda não discursou. (Matias Guente, nosso enviado a Nova Iorque)

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