Escapei de levar, quando vi roubar motorizadas à paulada. Evitei a feitiçaria das baratas em fila indiana, e o gato preto que miava sempre à meia-noite. Meninos e meninas queimados, torturados, acusados de feitiçaria, ou usados no assado ritual canibal. Agora, complicam-se por qualquer coisa, e se incendeiam, ou se disparam, se matam de flagelos importados. Como Trajano, o império Bush exportou a violência na reconquista do Iraque. Tal e qual como antes sucedeu, a retirada é inevitável, e a violência reexportada. O campo magnético desta escravidão é muito intenso. Viver na maldade desta sociedade, é a autodestruição em cinco segundos. A morte é o curto-circuito da vida. Depois de um curto-circuito, os fusíveis da morte são irreparáveis.
Dos meus olhos reinaram lágrimas, quando li o anúncio da missa de defuntos. A oração, recordação do amor eterno de mãe para o seu bebé que viveu alguns meses. «Meu filho, 21 anos são passados, mas na verdade é como se tivesse acontecido ontem. Meu amor, palavras, seriam necessários imensos jornais para exprimir, como grande é o meu sofrimento. Uma coisa eu digo, e direi sempre: dói, dói, dói, como dói, meu Deus. Descanse em paz meu bebé, e que estejas bem juntinho de nosso Senhor Jesus Cristo».
O camião descontrola-se. Na amurada dois contentores desequilibram-se, passeiam borda fora e descansam em doca seca onde três viaturas recebem pena de morte sem apelo a tribunal arbitral. A populaça com a fome bem desperta agradece a Deus o saque do dia.
O dinheiro do petróleo é o Terror da Revolução Francesa. Muito dinheiro, muitos democratas, e muitos aventureiros para dar uma ajuda. Uma nação muito rica com muitos pobres, com poucos muito ricos.
A propaganda inconvicta passeia-se pelos bairros na retentiva ineficaz de explicitar aos confusos batedores eléctricos para não ligarem fios, porque causam muitos incêndios e carbonizações humanas. Muitos cabos eléctricos, incêndios garantidos. À noite, no torpor alcoólico desajeitado, acontece quem abasteça gerador com vela de cera acesa, e fica com a vela na mão. A democracia é como uma instalação eléctrica, deve ter bons disjuntores.
Um delinquente reincidente dos telemóveis não se cansava da prisão. A mãe conivente agraciava-o, pagava para lhe ver fora das grades. Mamãe cansou-se e não o desprendeu. Um tio desgradeou-o. Ele chegou em casa muito depreciado, e perguntou à mãe: «porque não me tiraste da prisão?» e deu-lhe um tiro de misericórdia.
Até nos cadáveres há cinismo, neste reino transportam-se como mercadoria vulgar.
Seis gracinhas saíram em correria da igreja. Como um anjo, as vozinhas infantis estimularam os pávidos passeantes ocasionais. A plenos pulmões pequeninos ensaiaram o espiritual negro da gatunice.
- Agarra! Agarra!
Era um gatuno, fingido crente, que inculto perturbou o culto. Sacrílego, roubou o telemóvel do sacerdote oficiante. Os agora impávidos revoltaram-se baixando os polegares. O impopular tentava refazer-se dos acidentes eucarísticos, mas não dos de percurso. Estava já a comer o pão que o diabo amassou. O vale de lágrimas estava incompleto. Fiscais governamentais atentaram-lhe no saco das costas e na carteira, e evadiram-se. A alma dele fugia-lhe. Um Baden-Powell chegou, ordenou aos seus escuteiros que o carregassem para a igreja. Salvou-se da extrema-unção.
Imagem: Folha 8
Dos meus olhos reinaram lágrimas, quando li o anúncio da missa de defuntos. A oração, recordação do amor eterno de mãe para o seu bebé que viveu alguns meses. «Meu filho, 21 anos são passados, mas na verdade é como se tivesse acontecido ontem. Meu amor, palavras, seriam necessários imensos jornais para exprimir, como grande é o meu sofrimento. Uma coisa eu digo, e direi sempre: dói, dói, dói, como dói, meu Deus. Descanse em paz meu bebé, e que estejas bem juntinho de nosso Senhor Jesus Cristo».
O camião descontrola-se. Na amurada dois contentores desequilibram-se, passeiam borda fora e descansam em doca seca onde três viaturas recebem pena de morte sem apelo a tribunal arbitral. A populaça com a fome bem desperta agradece a Deus o saque do dia.
O dinheiro do petróleo é o Terror da Revolução Francesa. Muito dinheiro, muitos democratas, e muitos aventureiros para dar uma ajuda. Uma nação muito rica com muitos pobres, com poucos muito ricos.
A propaganda inconvicta passeia-se pelos bairros na retentiva ineficaz de explicitar aos confusos batedores eléctricos para não ligarem fios, porque causam muitos incêndios e carbonizações humanas. Muitos cabos eléctricos, incêndios garantidos. À noite, no torpor alcoólico desajeitado, acontece quem abasteça gerador com vela de cera acesa, e fica com a vela na mão. A democracia é como uma instalação eléctrica, deve ter bons disjuntores.
Um delinquente reincidente dos telemóveis não se cansava da prisão. A mãe conivente agraciava-o, pagava para lhe ver fora das grades. Mamãe cansou-se e não o desprendeu. Um tio desgradeou-o. Ele chegou em casa muito depreciado, e perguntou à mãe: «porque não me tiraste da prisão?» e deu-lhe um tiro de misericórdia.
Até nos cadáveres há cinismo, neste reino transportam-se como mercadoria vulgar.
Seis gracinhas saíram em correria da igreja. Como um anjo, as vozinhas infantis estimularam os pávidos passeantes ocasionais. A plenos pulmões pequeninos ensaiaram o espiritual negro da gatunice.
- Agarra! Agarra!
Era um gatuno, fingido crente, que inculto perturbou o culto. Sacrílego, roubou o telemóvel do sacerdote oficiante. Os agora impávidos revoltaram-se baixando os polegares. O impopular tentava refazer-se dos acidentes eucarísticos, mas não dos de percurso. Estava já a comer o pão que o diabo amassou. O vale de lágrimas estava incompleto. Fiscais governamentais atentaram-lhe no saco das costas e na carteira, e evadiram-se. A alma dele fugia-lhe. Um Baden-Powell chegou, ordenou aos seus escuteiros que o carregassem para a igreja. Salvou-se da extrema-unção.
Imagem: Folha 8
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