MICHEL LAMY
Podemos não dar crédito a todas estas suposições (ao ponto de nos parecer, lendo as obras dos que investigaram os «segredos» dos Templários, que a Ordem seria uma espécie de súmula das mais variadas e díspares esotéricas de todo o Mundo, sendo quase impossível encontrar um fio de coerência). Mas parece inegável que os Templários e a Ordem de Cristo desempenharam um papel fundamental nos Descobrimentos Portugueses. Diz-se de D. Dinis, o grande defensor da continuação da Ordem, que estaria «iniciado» nos segredos templários... E não foi ele o «plantador de naus a haver», segundo a Mensagem de Fernando Pessoa, último Cavaleiro de Rosa-Cruz, essa Ordem da cruz mística que muitos julgam herdeira dos Templários?
O grande impulsionador das Descobertas foi D. João, mestre de Aviz, e sabemos que a Ordem de Avis estava intimamente ligada a Calatrava e, portanto, ao Templo. Assim, também, as primeiras caravelas ostentavam o pavilhão da Cruz de Cristo, e o Infante D. Henrique, se não era Mestre, era pelo menos governador da Ordem de Cristo. Finalmente, e sem esgotar os grandes nomes da história nacional que estariam ligados a uma pretensa «missão templária», o último rei de Avis foi D. Sebastião, o Desejado, dominado pelo sonho megalômano do Império «onde nunca o Sol se põe» (era, indiscutivelmente, objetivo dos Templários ligar ao Ocidente o Oriente). E foi D. Sebastião que ordenou ao Dr. Pedro Álvares que escrevesse a história da Ordem de Cristo, Compilação das Escrituras da Ordem de Cristo, ordenada por Alvará d’El Rei D. Sebastião, de 16 de Dezembro de 1560. Nesta obra, em vários volumes, conta-se «que a Igreja de Santa Maria do Olival era a única paroquial Igreja de toda a terra de Thomar e Ceras e que o vigairo dela era representado pelo Mestre e Convento sem instituição nem autoridade doutrem», «que a Ordem de Cristo se pode chamar a Ordem do Verdadeiro Templo», e que «parece que o dito Infante D. Henrique soube do tempo da sua morte e como se preparou para ela», entre outras várias «histórias» que valerá a pena esmiuçar-se se se quiser traçar o percurso dos Templários em Portugal, que parece ser indissociável da consolidação e afirmação da nossa nacionalidade. Vemos, pois, que Portugal esteve decisivamente envolvido na implantação e preservação da Ordem do Templo, o que Michel Lamy deixa entrever na sua obra. Esta nota e a documentação iconográfica selecionada para ilustrar a obra, pretendem fornecer algumas pistas para quem deseje prosseguir um estudo sobre a acção dos Templários em Portugal.
ADVERTÊNCIA
A história da Ordem do Templo é um terreno escorregadio que provoca desconfianças aos universitários atuais. Demasiado enigmático, demasiado ligado ao esoterismo para não desagradar aos apoiantes da escola quantitativista, suscita muito poucas vocações em comparação com o que aconteceu outrora. No entanto, deu origem, ao longo dos tempos, a inúmeras obras de qualidade. Investigadores de todos os horizontes tentaram compreendê-la, contribuindo com a luz que era própria da sua formação ou do seu empenhamento político.
Por que razão acrescentar mais um livro aos milhares já publicados em todo o mundo e que estudam pormenorizadamente a vida dos cavaleiros do Templo nas suas Comendas, as operações militares que realizaram, a sucessão dos seus Grão-Mestres, a sua alimentação, as suas armas, etc.?
Se tratasse apenas disso, bastaria efetivamente remetermo-nos para as muito boas obras de John Charpentier, Albert Ollivier, Georges Bordonove, Marion Melville, Raymond Oursel, Alain Demurger e muitos outros. Mas essas obras, por mais sérias que sejam, não resolvem todos os enigmas que a Ordem do Templo levanta.
Muitos investigadores se dedicaram às zonas de sombra desta história, com maior ou menor felicidade, maior ou menor loucura, é preciso dizê-lo. Nem todas as suas hipóteses são fiáveis mas muitos deles trouxeram o seu quinhão de luz a um tema que tinha muitos espaços de trevas. São necessários nomes como os de Louis Charpentier, Daniel Réju, Gérard de Sède, Gilette Ziegler, Guinguand, Weysen, para desbravar as veredas da História Secreta, por mais perigosas e assustadoras para o caminhante que sejam.
Imagem: http://espectivas.files.wordpress.com/2007/07/templarios_baphomet.jpg
Podemos não dar crédito a todas estas suposições (ao ponto de nos parecer, lendo as obras dos que investigaram os «segredos» dos Templários, que a Ordem seria uma espécie de súmula das mais variadas e díspares esotéricas de todo o Mundo, sendo quase impossível encontrar um fio de coerência). Mas parece inegável que os Templários e a Ordem de Cristo desempenharam um papel fundamental nos Descobrimentos Portugueses. Diz-se de D. Dinis, o grande defensor da continuação da Ordem, que estaria «iniciado» nos segredos templários... E não foi ele o «plantador de naus a haver», segundo a Mensagem de Fernando Pessoa, último Cavaleiro de Rosa-Cruz, essa Ordem da cruz mística que muitos julgam herdeira dos Templários?
O grande impulsionador das Descobertas foi D. João, mestre de Aviz, e sabemos que a Ordem de Avis estava intimamente ligada a Calatrava e, portanto, ao Templo. Assim, também, as primeiras caravelas ostentavam o pavilhão da Cruz de Cristo, e o Infante D. Henrique, se não era Mestre, era pelo menos governador da Ordem de Cristo. Finalmente, e sem esgotar os grandes nomes da história nacional que estariam ligados a uma pretensa «missão templária», o último rei de Avis foi D. Sebastião, o Desejado, dominado pelo sonho megalômano do Império «onde nunca o Sol se põe» (era, indiscutivelmente, objetivo dos Templários ligar ao Ocidente o Oriente). E foi D. Sebastião que ordenou ao Dr. Pedro Álvares que escrevesse a história da Ordem de Cristo, Compilação das Escrituras da Ordem de Cristo, ordenada por Alvará d’El Rei D. Sebastião, de 16 de Dezembro de 1560. Nesta obra, em vários volumes, conta-se «que a Igreja de Santa Maria do Olival era a única paroquial Igreja de toda a terra de Thomar e Ceras e que o vigairo dela era representado pelo Mestre e Convento sem instituição nem autoridade doutrem», «que a Ordem de Cristo se pode chamar a Ordem do Verdadeiro Templo», e que «parece que o dito Infante D. Henrique soube do tempo da sua morte e como se preparou para ela», entre outras várias «histórias» que valerá a pena esmiuçar-se se se quiser traçar o percurso dos Templários em Portugal, que parece ser indissociável da consolidação e afirmação da nossa nacionalidade. Vemos, pois, que Portugal esteve decisivamente envolvido na implantação e preservação da Ordem do Templo, o que Michel Lamy deixa entrever na sua obra. Esta nota e a documentação iconográfica selecionada para ilustrar a obra, pretendem fornecer algumas pistas para quem deseje prosseguir um estudo sobre a acção dos Templários em Portugal.
ADVERTÊNCIA
A história da Ordem do Templo é um terreno escorregadio que provoca desconfianças aos universitários atuais. Demasiado enigmático, demasiado ligado ao esoterismo para não desagradar aos apoiantes da escola quantitativista, suscita muito poucas vocações em comparação com o que aconteceu outrora. No entanto, deu origem, ao longo dos tempos, a inúmeras obras de qualidade. Investigadores de todos os horizontes tentaram compreendê-la, contribuindo com a luz que era própria da sua formação ou do seu empenhamento político.
Por que razão acrescentar mais um livro aos milhares já publicados em todo o mundo e que estudam pormenorizadamente a vida dos cavaleiros do Templo nas suas Comendas, as operações militares que realizaram, a sucessão dos seus Grão-Mestres, a sua alimentação, as suas armas, etc.?
Se tratasse apenas disso, bastaria efetivamente remetermo-nos para as muito boas obras de John Charpentier, Albert Ollivier, Georges Bordonove, Marion Melville, Raymond Oursel, Alain Demurger e muitos outros. Mas essas obras, por mais sérias que sejam, não resolvem todos os enigmas que a Ordem do Templo levanta.
Muitos investigadores se dedicaram às zonas de sombra desta história, com maior ou menor felicidade, maior ou menor loucura, é preciso dizê-lo. Nem todas as suas hipóteses são fiáveis mas muitos deles trouxeram o seu quinhão de luz a um tema que tinha muitos espaços de trevas. São necessários nomes como os de Louis Charpentier, Daniel Réju, Gérard de Sède, Gilette Ziegler, Guinguand, Weysen, para desbravar as veredas da História Secreta, por mais perigosas e assustadoras para o caminhante que sejam.
Imagem: http://espectivas.files.wordpress.com/2007/07/templarios_baphomet.jpg
1 comentário:
Não é de hoje eu vejo muitos e muitos fanáticos religiosos ( sem nenhum grau de conhecimento histórico ) perdendo seu tempo criando falsas historias na net baseadas em boatos e mitos na maioria criada por seus lideres religiosos afim de centralizar suas ideias voltadas para o próprio interesse, para sua informação os grandiosos TEMPLARIOS defensores dos cristão estruturada pela igreja catolica em sua supremacia absoluta jamais teve nenhuma ligação com os famosos marçonicos que apesar de se julgarem desentendes a extinta ordem, não teem nenhuma prova muito menos ações baseadas no historico dos templarios, então falando mais abertamente, volte a estudar bastante e depois entra na net pra ofender as outras religiões porque tenho certeza de que vcs jamais ganharam uma unica alma para cristo ao em vez de ficar perdendo tempo com falsos inimigos.
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