quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Sonho de uma dinastia atípica (1)


Botsaris vai além, lembrando que a África está atrasada no tratamento de todas as epidemias existentes no mundo.
- A África é muito desorganizada politicamente, o que dificulta qualquer tipo de ação. Eles não conseguem controlar doenças que foram facilmente combatidas em outras partes do mundo, como a tuberculose e a febre-amarela. Lá todos os sistemas de saúde são precários, situação agravada por rivalidades éticas e tribais. In JB ONLINE

Presidente angolano disse a Hillary Clinton que haverá eleições «na devida altura»
Sim! Eleições nas indevidas indirectas atípicas. Proclamar antes do Parlamento que já fui eleito por maioria silenciosa. E lá chegado, lá aclamado, no poder eterno continuado. A eleição indirecta atípica garante a manutenção da FAMÍLIA e dos seus amigos coloniais nacionais e internacionais. É importante preservar o poder até porque há os estádios do CAN para inaugurar e no campeonato jogar. E depois há o mundial a seguir e nele também lá estar. É atípico ficar mais de trinta anos no poder. Decerto a dinastia isabelina se sucederá porque Angola é um Estado privatizado, de graça.

Moçambique segue no terceiro presidente, Cabo-Verde no quarto, Guiné-Bissau no sétimo, São Tomé e Príncipe no terceiro, África do Sul no quarto, enquanto Angola permanece desde 1975 na ditadura revolucionária do proletariado e no centralismo democrático. Voltar à eleição da Assembleia do Povo agora inventando o modelo sul-africano da eleição feita pelos parlamentares. Significa que em Angola jamais haverá eleições. Tudo seguirá pelo direito divino como se observa nas imagens da TPA onde o PR é divinizado. Em Angola a noção do tempo perdeu-se. Sem poder para legitimar a Constituição como pode o PR impor-se à Nação? Só acreditando que somos todos míseros escravos e analfabetos. E fingir-se-á de surdo como habitualmente e alterará a Constituição para que os seus filhos gozem do direito de sucessão ao trono.

Este poder destruiu Angola e as suas populações. Destruiu a Nação e quer imortalizar-se numa falsa democracia. São os democratas das casas demolidas com o dinheiro do petróleo. Há uma coisa importante. O dinheiro do petróleo não é deles, é nosso, do povo! Vamos reaver o dinheiro que nos roubaram. Um governo que não garante água e luz deve imediatamente abandonar e entregar o poder a quem queira e saiba governar. Quem se interesse pelo bem-estar das populações.

O governo desestabiliza-nos, depois sadicamente diz que é a população que provoca desordens. É a feroz ditadura de Cabinda ao Kunene. Sempre os mesmos no poder, o estalinismo regressa, fortalece-se. Os espíritos das trevas de Mugabe e Idi Amin pairam, inspiram o poder em Angola. A diferença que há entre a Igreja e a ditadura? A Igreja destrói civilizações e as ditaduras, nações. É ingenuidade sustentar que um poder que se instituiu pela violência e permanentemente a exerce nunca sucumbirá com palavreado. Só a violência o derruba, o aniquila. Quando um poder com biliões de dólares nos impele para a fome, significa que o demónio existe. Quem sente prazer em formar e dirigir analfabetos nota-se claramente que odeia livros. E um poder que odeia leitura é extremamente perigoso. É como um intelecto de pacotilha. Qualquer demagogo se autopromove.

A miséria da população avança infernal, enquanto nos palácios o bem-estar consome a espoliação do que resta da população. Todos os prédios, torres e condomínios existentes são propriedades do povo angolano, porque é o somatório do que lhe roubaram. A população deve exercer o seu direito elementar que é confiscá-los por perdas e danos. E é necessária vigilância porque o “inimigo” tem muitas escutas espalhadas pelas ruas e esquinas. Angola e especialmente Luanda são fábricas de produção da morte. São como a feitiçaria que destrói a África negra, exala-lhe o último suspiro.

In Gomes Galonga no FOLHA 8

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