Luanda - A polícia angolana impediu a tiro a realização de uma manifestação frente à embaixada dos EUA, em Luanda. Esta manhã já tinham sido presas várias pessoas junto ao tribunal onde estão a ser julgados os 21 jovens que foram detidos no sábado, num protesto contra o Presidente angolano.
Fonte: RTP/JN
Sobre a manifestação desta tarde, junto à embaixada americana, o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, já adiantou que o partido vai pedir a abertura de um inquérito à atuação da polícia, porque diz ter recebido informações que confirmam o uso de armas de fogo contra os manifestantes.
Sakala confirma detenção do Líder da JURA
O líder da juventude da UNITA, na oposição em Angola, foi detido, esta quinta-feira, quando participava numa concentração de apoio aos 21 jovens que estão a ser julgados no tribunal de Luanda, segundo fonte do partido.
"Foi detido ao fim desta manhã e está neste momento numa cela na ilha de Luanda", disse à Lusa o porta-voz da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Alcides Sakala.
De acordo com o porta-voz, o líder da juventude da UNITA, Mfuka Muzemba, estava numa concentração em frente em tribunal de Luanda "em solidariedade" e para acompanhar de perto "a mascarada de julgamento" dos 21 jovens detidos no sábado na sequência de um protesto contra o Presidente José Eduardo dos Santos.
Alcides Sakala disse ainda ter recebido informações de que um grupo de jovens que se dirigia à embaixada dos Estados Unidos em Luanda "foi repelido".
"Um desses jovens que falou comigo refere algumas prisões neste grupo que queria ir à embaixada americana para explicar o que se está a passar", adiantou.
Sakala referiu que o direito de manifestação está consagrado na Constituição angolana e critica a "lógica totalitária" do Governo, que acusa de "usar excessiva violência contra civis indefesos".
Um dos advogados de defesa dos 21 manifestantes que hoje estão a ser julgados disse que a polícia angolana está a fazer várias detenções junto ao tribunal de Luanda.
"Há um grande aparato [policial] que foi reforçado e dá para ver que estão a prender pessoas" disse o advogado David Mendes.
Os 21 jovens detidos sábado pela polícia angolana regressaram esta quinta-feira a tribunal depois de terça-feira terem sido presentes ao juiz pela primeira vez.
Contrariamente ao que aconteceu na terça-feira, na sessão desta quinta-feira não foi permitida a entrada de jornalistas na sala de audiências.
Os detidos fazem parte de um grupo de jovens que no sábado realizou uma manifestação contra o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, e que resultou na detenção e ferimento de alguns participantes, bem como na agressão a alguns jornalistas que faziam a cobertura do protesto.
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