quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A jangada petrolífera enfrenta forte tempestade


A origem da revolução está na repressão. De modos que quanta mais violência e desmesurada repressão, assim, muito violenta também será a revolução. Para além, muito para além da sabedoria encontra-se a selvajaria.
Se eu sou bandalho, ando sempre na bandalheira, faço, deito lixo por todo o lado, então, eu sou o que o governo é. Se o governo anda na bandalheira, então eu sou bandalho.
"As revoluções não fazem o amor triunfar. Em vez disso, matar torna-se uma mania. Nas revoluções russa e chinesa, depois que os comunistas tinham assassinado dezenas de milhões de inocentes, não podiam parar de assassinar, e brutalmente matavam-se uns aos outros... O comunismo é uma forma de possessão demoníaca coletiva." ["Marx and Satan", Richard Wurmbrand, pg 107-108)http://www.espada.eti.br/n1676.asp
Os bons exemplos de incitação à violência vem de cima, e como jogam na equipa dos ainda intocáveis, a lei só funciona para alguns: «Há por aí uns banditinhos, uns bandidos. Vamos dar-lhes o tratamento que os bandidos merecem». Isto foi dito por um conhecido governador da nossa praça de armas, o general Armando da Cruz Neto, referindo-se a um partido político da oposição.
Como é perfeitamente natural existir por aí muita boa gente desinformada, eis a composição dos Artigos 47 e 63 da nossa Constituição:
Artigo 47.º
(Liberdade de reunião e de manifestação)
1. Não é garantida a liberdade de reunião e de manifestação.
2. Não são permitidas reuniões e manifestações.
Artigo 63.º
(Direitos dos detidos e presos.)
Considerando que os detidos e presos, tal como a terra e tudo o que nela exista ou se mova, são propriedade inalienável do Estado, logo, o Estado tem o direito de lhes dar o destino que achar mais conveniente, ou não. Considera-se que qualquer cidadão é propriedade única e exclusiva do Estado, tendo este direito, se necessário, sob a sua vida. Qualquer cidadão considera-se permanentemente como sob custódia.
Quanto à liberdade de expressão, está de boca fechada por tempo indeterminado. E quem a ousar abrir, a boca, será catalogado como arruaceiro, e daí algemado, pontapeado, caceteado e em lugar incerto deixado, abandonado.
Está mais que provado, e de pregação universal, que as sociedades modernas, incluindo a nossa, não necessitam de manifestações democráticas para reivindicarem os seus direitos mais elementares consagrados nas Constituições, como o direito a exprimirem o que vai nas almas de milhões de espoliados. Sim, realmente, praticar manifestações de descontentamento contra um governo quase quarentão, é muito feio, revela falta de respeito à autoridade, má educação, indisciplina. Ainda mais com cartazes de propaganda contra os superiores hierárquicos, especialmente os manda-chuvas, só nos faltava mais esta. Que juventude tão malcriada, tão mal-educada, tão levianamente inserida no nosso seio. Isto está infestado de super-baratas. E então o lugar correcto de qualquer manifestação é na prisão, exceptuando-se as do poder quarentão, que podem, têm sempre papel em branco passado, manifestarem-se onde bem quiserem e lhes apetecer. Democracia é como o petróleo, é só para alguns, uns poucos. A chama do petróleo é quem mais chama. Angola, há muito que as prisões ultrapassaram os conceitos de lotação esgotada, porque se prende por tudo e por nada. Angola é o único país do mundo onde nas prisões não existem presos por corrupção. É um belo exemplo, digno de seguir por todos os povos do mundo, amantes da paz, da liberdade e da igualdade entre os povos. A tal reciprocidade de vantagens. A nossa jangada segue o rumo, desesperada, da Líbia, condenada. Espera-a extrema incontinência.
Como é que se classifica um país onde qualquer estrangeiro que chega, a primeira coisa que faz é a imposição de ordens arbitrárias? As coisas funcionam a contento dos utentes, o recém-chegado altera, adultera tudo, ou quase. A mais notável imoderação é o software que trazem ou inventam, que nos seus países de origem estão proibidos de utilizar senão lixam-se, caem-lhes as leis em cima, e como por aqui por enquanto essa coisa de lei ainda não existe, o engenheiro (?) instala o seu software, faz a experiência e pronto, lá se foi. Não tem problemas, isto é, sai a célebre mensagem para o público idiota mwangolé: «Estamos sem sistema.» E todos os dias é assim, demais. Também até agora parece que estamos sem sistema político.
É bom lembrar que o mercado está saturado, não há mais lugar para ninguém, exceptuando os mwangolés obrigados ao desemprego forçado para que os estrangeiros os ocupem, e este governo não vê isso porque não quer, ou não merece qualquer comentário. Assim, a jangada afunda-se de vez, como as outras, congéneres.
Há por aí uma empresa que trabalha por cabo, que está tão bem organizada que nem o pagamento para ter acesso aos seus serviços se consegue fazer. A única coisa que funciona nesta desorientação é a imposição das bichas, para tratar seja do que for. Quem faz isso não bate bem da cabeça? Então, ver o sofrimento das multidões em bichas, como nos enjaulados campos da morte nazis, como se vivêssemos as deportações seguidas de extermínio. Onde as demolições de casas dão o exemplo macabro da mediocridade humana.
Vem um campeonato de futebol, depois outro de basquetebol, seguido por outro de qualquer coisa, se não existir inventa-se. E para manter as massas sempre em prontidão combativa, surge a peregrinação a qualquer santuário. Se não o houver inventa-se qualquer milagre para o conseguir. É preciso manter sempre as multidões dependentes dos acontecimentos desportivos e religiosos.
Há muito, muito tempo, havia um rei que desconhecia que no seu reino existia povo. Ele estava convencido de que só ele e a sua corte existiam no reino. Decerto não passava de uma mera desinformação, alguém lhe escondia que de facto existiam uns bons milhões de almas que ele não conhecia, ou fingia que não sabia. Portanto vivia… considerava-se como o senhor, o deus absoluto de tudo e de todos, era uma família de número considerável. A produção interna do reino não existia claro, vinha tudo de fora, importado em grandes caravanas. O reino era muito rico em minerais, e para pagamento aos mercadores bastava escarafunchar o chão que logo apareciam uns diamantes e um líquido negro que era muito apreciado pelas curas milagrosas que lhe atribuíam. Para evitar assaltos de algumas hordas itinerantes de piratas somalis, o rei barricou-se no alto de uma montanha, que aos poucos se transformou num grandioso, altamente luxuoso e dispendioso castelo de muralhas inexpugnáveis. Até que um belo dia surgiu uma incontável multidão que no inicio se confundiu com uma vulgar peregrinação. Mas não, era reivindicação. O rei atónito trata de chamar a sua guarda, que era numerosa claro, não faz sentido um monarca não se rodear de um pequeno/grande exército para o que der e vier. O aspecto dos manifestantes/arruaceiros era de tal ordem que mais pareciam cadáveres, ou seriam-no de facto? Porque só se lhes viam as ossadas, desconhecendo-se quem lhes teria comido os ossos. E perguntaram aos arruaceiros, pois quem nesse reino se manifestasse assim era tratado, a que vinham: «Meu soberano, pela graça de Deus nos céus e nas terras (?), reivindicamos-lhe apenas um pedaço de terra para quando morrermos nele sermos devidamente enterrados». O rei não entendia nada, nem queria saber, aliás tinha mais que fazer, mas conseguiu badalar algo: «Não entendo, melhor, custa-me a entender… expliquem-me lá… COMO NÃO TÊM TERRAS!!!» «Grandioso soberano, não temos terras, não temos casas, não temos tendas, e as casas que nos deram já se foram, as fissuras levaram-nas. Não temos nada, nem direito a cemitérios, por isso queremos apenas um pedaço de terra para o repouso final das nossas carcaças. PORRA EXPOLIARAM-NOS TUDO!!!» «Muito bem, seus arruaceiros, podem ir, que já vou nomear uma comissão para lhes tratar do sebo… dos vossos problemas.» «Não, não bazamos, daqui pé não arredamos. Já não vamos mais nessa conversa, estamos saturados de quase há meio século ouvir sempre o mesmo quizomba». E sua majestade usou um gesto só conhecido pelo chefe da sua guarda. E de repente sobre os escanzelados manifestantes/arruaceiros caiu uma chuva de azeite a ferver. Depois uma matilha de cães de poderosas mandíbulas. Uma chuva de flechas seguida por outra de pedras e finalmente lançam-lhes um poderoso gás previamente ensaiado e portanto de resultados comprovados, para ter a certeza de que nenhum dos esqueléticos arruaceiros se movia. E no final, assomando da torre albarrã, sua alteza esfrega as mãos de contente pela vitória da peleja a seu favor, e dá o remate final: «Pronto, o vosso problema está resolvido, queriam um pedaço de terra para cada um, ofereço-lhes uma vala comum».
Eis um método curioso de resolver problemas de terras, não é?!
Demolir casas é o meio mais eficaz para a obtenção do PIB de Angola.
Uma nação faz-se edificando a demolição do que resta da miséria da população. Em Angola não existem casas, apenas os escombros de uma governação sem oposição. Hoje, 31Ago, no Cacuaco, conforme noticiado pela Rádio Ecclesia, mais de trezentas casas foram arrasadas pela nossa versão do furacão IRENE. Por incrível que pareça até os haveres destes não angolanos, só pode ser, não é?, também se deixaram levar na corrente tempestuosa dos elementos humanos em fúria. Mais de duas mil pessoas estão abandonadas, ao relento, conforme a vulgarização da propaganda leninista centralista. Como sempre ninguém sabe de nada, quem é que mandou, encomendou o trabalho. Mas um beneficiado/arrasado informou que os pelotões dos fiscais vinham acompanhados, assessorados por estrangeiros. Chineses? Brasileiros? Portugueses? E tudo o furacão levou, nem uma sobra deixou.
Quando a ditadura comanda, os comandados descontrolam-se, acéfalos, logo não pensam, e como tal não existem. É sem sombra de dúvida esta a origem dos fantasmas.
Quando não somos livres não podemos, nem sabemos como amar. Só a liberdade nos permite saborear o sonhar do amar. Como é muito curioso nestes tempos de tantas e tantas liberdades conquistadas, o amor permaneça inconquistado. Alguém viu, ou tem conhecimento da sombra do conquistador do amor? Creio que nunca mais ouvi o célebre grito mensageiro: «Amo-te com todo o meu ser e com todas as minhas forças. Sou tua e tu és, serás meu para sempre. Apenas temos que unir os nossos corações.» Como tudo o mais até as regras do amor estão esquecidas, abandonadas num castelo fantasmagórico, lúgubre, cercado, guardado por anátemas. Libertem o amor da escravidão da ditadura da maldição. Que coisas, que tempos estes, onde já se viu amar sem amor?


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