Pequim, 19 jan (EFE).- O escritor e veterano ativista pró-democracia chinês Li Tie foi condenado a dez anos de prisão por "incitar subversão contra o poder do Estado", delito pelo qual outros dissidentes foram presos anteriormente, informou nesta quinta-feira a organização China Human Rights Defenders (CHRD).
O Tribunal Popular Intermediário de Wuhan decretou na quarta-feira a sentença contra Li, autor de artigos em defesa dos direitos humanos, após um longo processo iniciado em abril do ano passado, embora o ativista esteja detido desde 2010.
Li foi considerado culpado por "escrever ensaios contra o Governo", alguns deles publicados na imprensa estrangeira, "participar de fóruns de internet reacionários", e se "reunir com amigos para expressar ideias contrárias ao Estado".
A CHRD denunciou que Li chegou a ser proibido em alguns momentos do processo inclusive de falar com seu advogado, Jin Guanghong, e obrigado a trocá-lo.
Durante os nove meses em que o ativista esteve detido sem acusações, só teve autorização para ver a mulher e a filha.
Esse é o terceiro caso de um escritor chinês condenado por "subversão" nos últimos 30 dias, depois de Chen Wei e Chen Xi terem recebido penas similares no fim de dezembro.
O escritor e prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo também está preso pelo mesmo delito, após receber uma sentença de 11 anos de prisão.
Segundo a CHRD, na última década Li escreveu artigos na internet para promover a democracia, um Governo que atue conforme a constituição e eleições locais diretas, além de ter organizado atividades em memória de Lin Zhao, estudante da Universidade de Pequim que foi presa em 1950 e executada 18 anos depois por suas ideias e escritos.
As frequentes sentenças contra ativistas chineses nos últimos meses são, de acordo com grupos de direitos humanos, uma estratégia do Governo chinês para reprimir qualquer tentativa de imitar as revoltas árabes no país. EFE
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