sábado, 21 de janeiro de 2012

Novo presidente do CCB ainda será contra o Acordo Ortográfico e dirá que a CPLP nada mais é do que uma organização fantasma?


O escritor Vasco Graça Moura foi nomeado o novo presidente do Conselho de Administração da Fundação Centro Cultural de Belém, em Lisboa, anunciou, hoje, fonte oficial da secretaria de Estado da Cultura. Substitui António Mega Ferreira, cujo segundo mandato de três anos termina no dia 22.

Vasco Graça Moura considerava (será que agora ainda considera?) que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é uma espécie de organização fantasma, “que não serve para rigorosamente nada”, a não ser “ocupar gente desocupada”.

“O Instituto Internacional da Língua Portuguesa não está em funcionamento porque nenhum dos países membros da CPLP lhe dá meios para o fazer”, disse em Julho de 2010 o escritor e também poeta, a propósito da VIII Cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP.

“Isto corresponde a uma coisa chamada CPLP, que é uma espécie de fantasma que não serve para rigorosamente nada, que só serve para empatar e ocupar gente desocupada”, acrescentou na altura em declarações à Lusa.

Para o escritor, o IILP “é uma entidade fantasma criada dentro de outra entidade fantasma.”

“Não se nota que exista qualquer espécie de política da língua da parte do Governo português e nota-se, da parte da mesma entidade, uma enorme estupidez na forma de tratar a língua, no que diz respeito ao Acordo Ortográfico”, disse (será que ainda diz?) o escritor.

Vasco Graça Moura, que é (ou era) uma das vozes contrárias ao Acordo Ortográfico por considerar que este tem deficiências e erros que lesam o Português, considera que o Governo está a cometer um crime contra a língua portuguesa.

“Os crimes que este Governo está a cometer e está em vias de cometer em relação à língua diz respeito ao Acordo Ortográfico. Portanto, não há política de língua digna deste nome. Há uma série de equívocos em que este Governo está a persistir”, sublinhou.

Segundo o escritor, “o acordo ortográfico é um atentado criminoso contra a língua portuguesa tal como se fala em Portugal, Angola, Moçambique, na Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.”

“É um atentado que tenta desfigurar completamente a língua e é absolutamente irresponsável da parte de quem negociou e da parte de quem o aprovou”, disse.

“As pessoas falam português em qualquer parte do mundo e se entendem, seja no aspecto familiar, cultural, negocial, diplomático, isso nunca prejudicou ninguém (o facto de não haver um acordo ortográfico)”, referiu.

Graça Moura sublinhou também a importância dos países africanos lusófonos na projecção do português no âmbito internacional, além de Portugal e Brasil.

“Basta considerar o número de habitantes de todos os países que falam a língua portuguesa, não apenas o Brasil, não apenas Portugal. Se considerarmos os países africanos de língua portuguesa, temos mais 50 milhões de pessoas, pelo menos, a falar português”, indicou.

Para Graça Moura, nunca foi preciso um Acordo Ortográfico para a projecção internacional do português.

“A projecção do português pode passar pelas organizações internacionais, pode passar pela promoção da cultura da língua, pela promoção da aprendizagem. Neste momento, a melhor maneira de projectar a língua é acabar, pura e simplesmente, com o Acordo Ortográfico”, concluiu.
Orlando Castro
Jornalista (CP 925)
A força da razão acima da razão da força
http://www.altohama.blogspot.com
http://www.artoliterama.blogspot.com

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