terça-feira, 9 de março de 2010

Apocalipse do Apóstolo S. Quase Cinquenta Anos (Fim)


A Católica do Vaticano primeiro excomungou o padre Raul Tati de Cabinda, depois foi o correspondente da Rádio Ecclesia no Namibe, Armando Chicoca, depois foi o professor universitário Nelson Pestana (Bonavena) do Instituto Superior João Paulo II. A seguir será o Campeão Nacional da Liberdade Justino Pinto de Andrade?! Decididamente a Igreja de Angola abandonou os escravos e passajou-se para o outro lado… para os romanos. Mas não, Justino Pinto de Andrade nota-se que está comedido, que mudou o tom. Está pretensamente crítico. De qualquer modo acabarão por silenciá-lo, o que será assim como uma profecia de Nostradamus… o fim da democracia em Luanda. Quem confia na Igreja cai num precipício. Esta Igreja da hipocrisia milenar que sempre nos revende por um barril de petróleo, para os bispos e os seus andores garantirem a reforma assegurada na velhice.

Por isso os partidos políticos em Luanda parecem tribos, e em consequência não é a intolerância política. É a consonância da política tribalista. E não dá mais para culpabilizar Jonas Savimbi porque ele não é certamente e porque já não bate assim. O, ou que, quem será então!? É a experiência de quase cinquenta anos dos lidadores da governação. Até a energia eléctrica o Politburo nos espolia.

O Politburo desviou-a para o campeonato dos estádios do futebol dele, essa tralha a que chamam agora CAN2010 dos prédios e similares em qualquer local onde exista um terreno. O Politburo rouba-nos, suga-nos tudo. Que mais sabe ele fazer? Nada, a não ser guerra. E prepara outra para acabar com tudo o que é oposição. Por causa do golpe de estado dele do Plano C, mas não a ganhará porque as hordas de esfomeados rodeiam e pilham para sobreviverem.

É medonho como se roubam os trabalhadores com um à vontade jamais igualado. Conforme noticiado na Rádio Ecclésia, a empresa portuguesa ARC não pagou aos trabalhadores. Dezembro, antes do Natal, acabaram a obra em Luanda e os seus irresponsáveis fugiram para Portugal com o dinheiro dos trabalhadores angolanos. Não, não vale a pena! Isto é África, é Angola, não tem qualquer valor.

Então, porque é que o trabalhador trabalha e recebe somente no fim do mês? Mas isto está completamente errado! É desumano e explora o trabalhador. Isto tem que ser alterado. E o trabalhador receber no início de cada mês antes de trabalhar. Isto para evitar que o patrão chegue ao fim do mês e não lhe pague, inventando mil e uma desculpa. E o Politburo não tem percepção do que se passa à sua volta. Não sai do castelo, é como Sidarta Gautama, o Buda, que quando saiu do seu castelo pela primeira vez e viu tanta miséria à sua volta, não quis mais para lá regressar.

Pela compostura parece que os bispos da CEAST têm o cartão de militantes do MPLA. E com muita fé e devoção oremos para que os cofres do MPLA lhes abençoem. Os da Igreja mundial são muito humanos e como tal: numa mão uma flor na outra uma fogueira. Numa mão uma cruz, na outra os campos de concentração do Politburo. Nos rostos um sorriso angelical, nas costas um esgar demoníaco.

Entre a nossa oposição e o Papa Bento XVI não existe nenhuma diferença. Apenas se limitam a lerem comunicados de ocasião. São como as interferências nas comunicações. A oposição, se desejar sair deste colonialismo tem que fazer manifestações e greves. Lutarem por melhores condições, porque apenas com palavras isso é snobismo, puro devaneio. Que futuro espera os governantes africanos? Circularão por aí como párias sem destino?
Quem convive com a outra barulheira musical não saudável, o pior veículo de poluição sonora que existe no mundo? É claro… são algumas igrejas. Entretanto a voz de Salif Keita ecoa, apresenta-se, sente-se em tudo e em todos. É vibratória, conciliatória.

Para quando a criação de comités para a salvação de Luanda, Angola, e do planeta? Haverá que declarar guerra aos poderes da destruição instituída? Mais outro terrorismo que nos espera?!

Para quem não entende das coisas convém explicar que ainda nos mantemos na ditadura do proletariado marxista-leninista. Apesar de perder a sua identidade cultural, o angolano mantém inalterável a componente do seu imaginário: as festas dia e noite, das quais é exímio trabalhador destacado.

Imagem: http://morrodamaianga.blogspot.com/

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