quarta-feira, 17 de março de 2010

Dificuldades para a execução do nosso programa de «Reforma Educativa» (Fim)


No ensino primário quase que se extinguiu a reprovação de alunos, pois, encontramos turmas inteiras em que não se note reprovação ou, se for o caso, uma a duas reprovações por turma. Será que os alunos demais e, os seus professores, são verdadeiros artífices da pedagogia?

Gil Gonçalves e Kandumbu Sangalo

De algum tempo para cá, a avaliação do professor tem sido, e ainda é, feita através dos resultados dos estudantes: «se o valor percentual alcançado para as negativas é maior, fica rotulado como péssimo ou mau professor; o contrário, é o melhor ou bom professor». Reparem, neste moldar, nunca levanta a questão para o professor, cujos seus alunos todos passaram de classe. Não será que este professor será também péssimo? – Não se acredita, na nossa realidade, que num universo de 60 alunos, não haja um reprovado sequer. Este pormenor não é tido em conta. Porém, é honesto avaliar que, numa turma de 60 alunos, todos ficarem reprovados, seja como que algo inconcebível ou sem sentido.

Ainda sobre a reforma ou a deformação de estudantes, nota-se que da 4ª à 6ª classe tem-se um professor para todas as cadeiras: «saber se, porém, que, todos os professores ou a maioria vem dos institutos politécnicos, IMNEs e PUNIVs; a realidade aí encontrada está dividida por cursos e, não se acredita que hoje haja um tal professor que domine todas as cadeiras neste nível».

No 1º e 2º ciclos (ou médio) encontramos outros dos tantos problemas. Cadeiras sem manuais, professores com dois a três (3) programas, professores a trabalhar em três turnos (20) vinte tempos lectivos semanais o que perfaz no máximo ter seis (6) turmas e 60 alunos por turma ou mais. Todavia consta desde o manual de avaliação das matérias de ensino e aprendizagem o chamado MAC (média da avaliação contínua do dia ou do mês). Como será possível, o professor corrigir todos os dias estas avaliações ou, qual será, neste caso, o acompanhamento a dar ao aluno.

Na verdade o cabeça da reforma contradiz-se: «diz querer uma coisa e, não querendo em simultâneo». Quis que houvesse reforma (onde as turmas tivessem no máximo 30 alunos, sem preparar as infra-estruturas capazes para o efeito). Como resultado as estruturas existentes são abarrotadas, isto é, duas turmas numa sala, perfazendo 60 alunos. As escolas recentemente construídas não contemplam o estatuído nos decretos sobre reforma educativa: «sem cantinas, sem primeiros socorros, sem biblioteca, sem laboratórios e, sem computadores».

Como se não bastasse, os alunos do Mutu-ya-Kevela, ex/liceu Salvador Correia, foram retirados. Construí-se uma escola do I ciclo e, os alunos do I ciclo (Mutu-ya-Kevela), não foram integrados na mesma escola. Foram para lá os do II ciclo – PUNIV Ingombota – Escola 3030; saídos de escola boa em termos de estrutura, indo para esta que não passa do afunilamento do ensino reformado que clama por uma contra-reforma.

Mpinda Simão actual ministro, foi o Vice-ministro para o ensino geral, está melhor abalizado, sobre as inconveniências do actual sistema educativo e aprendizagem. Porém, ele é o defensor do professor do I e II ciclos funcionar com 20 tempos, 3 turnos para algumas cadeiras, 3 a 2 programas 6 ou mais turmas.

Neste contexto deu o fardo aos professores sem experimentá-lo, pois, ele – sendo do ensino geral nunca deu aulas, apesar do decreto descrever este dado. Não criaram condições suficientes para avaliar este tipo de ensino, auscultando os que ministram tais aulas para as denúncias dos verdadeiros problemas.

Então perguntamos: «que plano tem o governo sobre o estudante? Que produto espera deste seu plano?».

Tem o plano de eternizar-se no poder ou não tem plano. Mas os seus filhos não estudam nos programas por eles gizados; logo querem que os substituam, depois que arrumarem as botas. Querem neste programa de ensino, formar bonifrates balofos, tolos, ignotos, asnos e néscios. Agora sim, viva o novo programa C, o programa dos cegos que dirigem o país, com a sonolência dos políticos nocturnos da nossa época, uma estirpe jamais vista.
Viva a Constituição “C”, dos cegos que agarra o leme para dirigir o barco. Viva!

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