terça-feira, 23 de março de 2010

O último comboio do Katanga (1)


E logo pela manhã, abrimos as janelas e mais um estranho dia nos desgosta: os gases tóxicos dos geradores saúdam-nos, esperam-nos tal e qual a morte. Como a extrema miséria, a fome, que é aquela por quem se espera.

E esses que discordam, que criticam o Polituro, esses sim, são os mais valiosos. Porque os que concordam são apenas falaciosos, e com estes não se pode contar. Porque são sempre os primeiros a atraiçoar.
Luanda está devidamente preparada para receber as chuvas, a governação não.

A questão não é das chuvas, é da péssima governação. Portanto, Luanda está preparada para chuvas, sim! Os governantes é que não.

Os especuladores imobiliários com as rotas da degradação social abertas, especulam, destroem Luanda. Não é nada difícil, qualquer pessoa o nota, o diz, que as obras destes endeusados resumem-se em fechar os caudais das águas das chuvas e enviá-los para os vizinhos, os angolanos ainda não independentes. Por exemplo, no bairro Cazenga as águas não têm por onde saírem.

Então, significa que as empresas de construção civil contratadas pelo Governo, agem intencionalmente para destruírem Luanda. E prosseguirem nessa senda interminável. Fazerem-se más obras, de fingir, as chuvas chegam, arrasam e as empreiteiras lá estão para voltarem à execução do mesmo trabalho. Por aqui facturar é fácil, não dá trabalho nenhum, basta destruir. Torna-se evidente que a política da demolição inescrupulosa conduz o caos de Luanda.

Apenas existe uma preocupação do que resta da funesta governação. Destruir casebres para os especuladores imobiliários facturarem… assim como uma espécie de transferências fraudulentas no nosso insigne professor bancário BNA, Banco Nacional de Angola. Com tantos prédios, com mais tantas construções anárquicas avalizadas pelo Governo, o que resta da miséria da energia eléctrica, da água e do saneamento, veremos Luanda submergir numa gigantesca corrente marítima de esgotos ao ar livre, porque não existe capacidade da rede.

O que interessa é corromper, vigarizar e depois bazar ao encontro das contas bancárias bem recheadas pelas transferências para o exterior. Para o interior não, não vá o diabo tecê-las. Os que ficarem que se danem… mas agora surgiu um novo conceito. Parece que os temores dos terramotos, além de vitimarem inocentes, também perseguem uma certa minoria que já não se sente bem em qualquer parte do mundo. Vivem neste receio e noutro que é o ataque selectivo do terrorismo internacional.

«Como pode um banco emissor ter ignorado as denuncias feitas, durante anos, por bancos comerciais relativas à subtracção de 100 a 150 mil dólares/dia em cada remessa de um milhão de dólares? O que aconteceu no Banco Nacional de Angola configura o desmoronamento de uma das instituições mais nobres da nação. O que aconteceu no Banco Nacional de Angola configura o descrédito perante um terramoto que ameaça instalar a desconfiança dos operadores económicos no sistema bancário.» In Gustavo Costa no Novo Jornal de 05 de Março de 2010.

Quando é que começa a época da caça aos especuladores imobiliários? Porque é que os idiotas e similares se convencem que o mundo é só deles? Porque construir armas para destruir é fácil, construí-las para edificar algo útil é extremamente difícil. Mas, mesmo assim gosto muito da democracia, não gosto é dos democratas. Mas porquê andar assim tão abandalhado, tão à toa, tão destroçado? Meus amigos, estou conforme a actual conjuntura.

Imagem: FOLHA 8

Sem comentários: