Envergonhado pedi-lhe desculpa e agradeci os conselhos. Entretanto ele perguntou ao Quitério se já tinha, O Fenómeno Humano de Pierre Teilhard de Chardin, porque estava muito interessado em conhecer a sua personalidade. Fiquei muito atento à conversa e disse que também gostaria de o ler. Risada geral. E o Zé Luís: «Ler esse livro?!! Se nós não o entendemos quanto mais você.» Depois insisti com o Quitério a sós que também gostaria de o ler. Mas só depois deles. Assim foi.
Para compreender o livro tive que escrever outro. Além do dicionário também anotava o que eles me iam explicando. O pior surgiu quando lhes perguntei o que era entropia. O Zé Júlio, que quase não falava, disse-me para ir ao Instituto Superior Técnico, que lá tem um livro, compras e depois ficas a perceber. É que nenhum deles me sabia explicar o que era.
Repentinamente alcunharam-me de Zé Maluco, todos. Senti-me muito deprimido. Não é nada fácil sair do ambiente da ignorância, especialmente onde impera a superstição da Igreja. Fazem-nos crer que existem demónios por todo o lado, quando na verdade o verdadeiro demónio é a Igreja.
O Luís apareceu e chamou-me a sós. Desconfiei que era para me pregar alguma partida. Disse-me que estava com o carro do pai dele e que ia comer uma miúda ali para os lados da Pontinha. Desconfiado, lá fui. Chegámos. Enquanto fiquei à espera no carro vi que era verdade. O Luís vinha acompanhado de uma moça que deveria ter entre dezasseis a dezoito anos. Cabelo mal penteado, a saia um pouco amarrotada, seios fartos, que a falta de dois botões da blusa os deixavam assomar à janela dos prazeres. Entraram no carro.
O corpo era agradável, e se bem cuidado e com indumentária apropriada ela mostraria a plenitude da sua beleza, mas mesmo assim dava para a notar escondida nos trapos que vestia. Acho que era uma prostituta que vivia nas barracas. Mas não, não era. De facto era uma pobre mulher que vivia nos casebres, mas não era prostituta. Gostava muito do Luís. Ele conduziu um pouco e parou o carro. Saímos e fomos para um terreno de vegetação fechada. O Luís ficou com ela enquanto eu aguardava. Passados alguns momentos ouvi gemidos baixos, depois mais altos.
- Ai Querido! Ai Querida!
Minutos depois ouvi ele dizer:
- Espera aí que vou falar com o meu amigo.
Piscou-me o olho e fez-me sinal. Avancei mas ela recusou a minha presença. Tentei acariciar-lhe os seios, ela segurou as minhas mãos com força:
- Não, não quero!
- Querida deixa-me chupar as mamas.
- Não, não quero. Não sou nenhuma puta... chama o Luís!
O Luís ouviu a conversa e aproximou-se:
- Filha, gosto muito de ti, compreende… faz o jeito ao meu amigo. Nós viemos de longe como sabes, e lá nos Olivais-Sul há uma crise muito grande de mulheres. Não as há, entendes?!
- Está bem aceito… mas faço isto por ti!
O lenço com que ela estava a acabar de limpar o ventre ainda molhado, húmido do gozo do Luís poisou-o ao lado. Estava sem sutiã. Agarrei nos dois seios ao mesmo tempo, e um após outro suguei-os com força. Ela disse que já estavam tesos. Acariciei-lhe a vagina e o clítoris. A gemer disse-me para mexer mais devagar porque lhe estava a doer. Penetrei-a docemente e depois num ímpeto sem fim acabei num jacto final de leite oprimido, liberto com um suspiro de grande satisfação.
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