Prédio da 4ª Conservatória na Avenida do Brasil em frente ao Hotel Relaxe. Espoliaram-lhe o pátio e arrancaram às pressas com uma obra do Estado. No mais puro retorno ao retrógrado colonialismo. Sem nenhuma licença de construção mas, não é por acaso que se culminou o advento da III República e da Constituição C, os garantes desta ferocíssima endocolonização.
Eu roubo-te, tu roubas-me, ele rouba-nos. Isto é que é viver?!
«E as universidades em Angola, nem nas cem melhores de África se encontram» é a prova da miséria intelectual da actual e futura angolanidade. E a população de tanto espoliada aguarda ansiosa a vinda de Deus para que se faça justiça. O MPLA está a criar uma classe de animais tão selvagens que muito dificilmente se livrará deles. «A vida é um dom, vai por altos e baixos» Aqui em Luanda só vai por baixos e muitos baixios.
E a luz e a água?! Isso era no tempo dos brancos, e eles já cá não estão. A falsa governação e os seus apoiantes, ferrenhos defensores da democracia parte casebres e gatunagem de pátios lembram-nos os saudosos tempos do Poder Popular. Não nos esqueçamos também das companhias petrolíferas e suas subsidiárias que devem ser investigadas por atentados ao meio ambiente.
Apesar de ter dois ou três edifícios de luxo que servem as elites do poder, para dar a entender que é o Dubai africano, Luanda na realidade está devastada pela erosão do poder político estratificado quase há cinquenta anos. Luanda não é uma cidade, é um campo de refugiados tipicamente africano. Angola segue os trilhos colonialistas.
«A sociedade colonial compreende os estrangeiros de origem metropolitana, isto é, do país colonizador, os europeus ou de raça branca não-metropolitanos e os não europeus, geralmente de origem asiática, os coloured ou homens de cor. Os grupos não desempenham o mesmo papel na colônia mas cada um deles tem preeminência sobre os autóctones. O de origem metropolitana é o mais ativo, pois cabe a ele a função de dominar política, econômica e espiritualmente.
Suas atribuições podem ser classificadas da seguinte maneira: a administração dirige a colônia segundo a política colonial; as companhias comerciais e industriais assumem a exploração da produção, afim de organizar os lucros em benefício da metrópole, processo chamado de pilhagem da sociedade dominada; por fim, as missões cristãs, encarregadas da educação dos colonizados, da conversão de suas almas e de seu encaminhamento progressivo ao universo do dominador. Os brancos não metropolitanos e os asiáticos (coloured) dedicam-se a atividades comerciais intermediárias.» (MUNANGA, 1988: 10-11)*
O governo português nomeou um governador-geral indígena. Na Província de Angola o novo governador-geral nomeou chefes de posto para as cidades. Tudo está corroído, corrompido. A metrópole lava as mãos porque já deu autonomia às suas províncias coloniais. Envia mais colonos que aproveitam bem o saque antes que venha aí outra autodeterminação. Salazar não autorizava a corrupção, agora com a autonomia estes colonos roubam como querem e como lhes apetece. É isso! O indígena renasce para a escravidão do branco sob a batuta negra.
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