terça-feira, 30 de abril de 2013

Fundamentalismo angolano





Cortaram-me a luz por engano, apagado durante 3 noites. Devem-me milhares de horas de apagões e não me pagam, é o roubo estatal. Neste Estado estalinista não há indemnizações. Paguei a conta da água – que está racionada, como a luz, porque a guerra ainda não acabou, e ninguém sabe quando acabará, e se carrega ainda há quase quarenta anos do rés-do-chão a pagar, paga-se duas vezes - uma semana depois entregam-me uma factura para pagar o que já foi pago. CAMBALACHO!

Segundo a LAC – Luanda Antena Comercial, apenas quarenta empresas têm as contas em dia. Claro que mesmo assim com a contabilidade viciada. Na RNA, o Governo angolano vai encomendar um estudo sobre a malária para saber o impacto na economia. Em Angola, LAC, todos os organismos governamentais colectam impostos, mas quem tem competência para isso é o Ministério das Finanças. Actue global na miséria nacional. Ou acabam com o estalinismo ou ele acaba-nos. Os franceses foram para o Mali por engano, o destino deles é aqui.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Luanda. “General Led contratou clandestinamente moçambicanos e não lhes pagou”


O general led tem uma dívida com nós os estrangeiros moçambicanos ele nos levou daqui para Luanda e trabalhamos uma média de 1ano clandestinamente. somos 21 moçambicanos sem salários combinado até q ele já não atendê as nossas chamadas. já fomos a a polícia e ele e o nosso chefe moçambicano pagaram 1000 usd a polícia moçambicano pra queimar o processo.
In Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "O lúgubre hotel katyavala do general Led":

A pior profissão do Mundo




Não, não é um estivador numa plataforma de petróleo, nem tampouco um agricultor, e muito menos um construtor de telhados. A pior profissão do Mundo é muito parecida com aquela que lhe permite estar a ler esta notícia: repórter de imprensa. O ranking é do site CarreerCast.com que considera que este é um emprego com baixos salários e altos stresses.
Se tem filhos pequenos e se eles sonham em ser jornalistas talvez seja melhor fazê-los mudar de ideias. Repórter de imprensa foi considerada a pior profissão do mundo na lista do CarreerCast de 2013. Vá dizendo sempre que puder que ser engenheiro biomédico e engenheiro de software ou até higienista oral ou fisioterapia são os ‘Indiana Jones’ do futuro.
Para a lista, entraram critérios como o ambiente de trabalho, salário, stress, exigência física e hipótese de contratação e o resultado revelou-se pior para, além dos jornalistas, os lenhadores, militares e actores.
Por outro lado, ser actuário, recolhe dados para cálculo de probabilidades e análise de risco, é o que está a dar em termos profissionais, assim como as engenharias de biomédica e de software.
“O trabalho de repórter de imprensa perdeu o seu brilho nos últimos cinco anos e deverá estar extinta até 2020”, afirmou PaulGillin, especialista em media, que explica as conclusões sobre os jornalistas com a diversidade de plataformas.
https://mail.google.com/mail/images/cleardot.gif
        Orlando Castro
     Jornalista (CP 925)
A força da razão acima da razão da força
http://www.altohama.blogspot.com
http://www.artoliterama.blogspot.com

Carvoeiro Alvejado no Cuango




Guardas da empresa privada de segurança Bicuar alvejaram ontem, 25 de Abril, por volta das 7h30, o cidadão congolês Jingongo Lemba com um tiro na região torácica enquanto este trabalhava junto ao rio Txacanga, em Cafunfo, município do Cuango, na província da Lunda-Norte.
Jingongo Lemba, de 30 anos de idade, residente no bairro Pone, em Cafunfo, é localmente conhecido como carvoeiro e trabalhava na produção artesanal de carvão, quando uma patrulha de três guardas da Bicuar o alvejaram de surpresa, sem ter havido qualquer diálogo. O tiro causou graves ferimentos e a fractura de uma costela do cidadão congolês, que está a ser assistido no hospital de Cafunfo. A equipa médica, segundo depoimento um familiar da vítima, Adelino Kamanda, aconselhou a família a levá-lo para uma unidade hospital com condições adequadas de tratamento para o salvar.
Adelino Kamanda revelou ao Maka Angola que o autor do disparo é conhecido apenas como David. Familiares e activistas locais informaram a Polícia Nacional sobre o incidente.
Guardas da Bicuar, empresa ao serviço da Sociedade Mineira do Cuango, estiveram envolvidos num outro caso de violência, ocorrido a 20 de Abril na zona de Kambamba, que vitimou fatalmente um garimpeiro.
A Bicuar substituiu, desde Março de 2012, uma outra empresa – Teleservice – na prestação de serviços de segurança à Sociedade Mineira do Cuango, que explora diamantes na região, e tem estado envolvida desde então em vários actos de violência contra garimpeiros e aldeães.
Várias denúncias têm sido feitas à impunidade dos gestores da Sociedade Mineira do Cuango, uma empresa de exploração de diamantes formada pela Endiama, a ITM-Mining e a Lumanhe. Esta última, que detém 21 porcento da sociedade, é conhecida como a empresa dos generais, tendo como sócios, com quotas iguais, o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, general Hélder Manuel Vieira Dias “Kopelipa”; o inspector-geral do Estado-Maior General das FAA, general Carlos Hendrick Vaal da Silva; o chefe da Direcção Principal de Preparação de Tropas e Ensino, general Adriano Makevela Mackenzie; o general Armando da Cruz Neto, governador de Benguela; e os generais João Baptista de Matos, Luís Pereira Faceira e António Emílio Faceira, respectivamente exchefes do EstadoMaior General das FAA, do EstadoMaior do Exército e dos Comandos.
A região diamantífera das Lundas tem sido palco de sistemáticas violações de direitos humanos, incluindo dezenas de casos de tortura e assassinato, perpetrados por membros das Forças Armadas Angolanas e guardas de empresas privadas de segurança ao serviço das empresas diamantíferas, particularmente a Sociedade Mineira do Cuango.



Guerra Colonial. Testemunhos do Ultramar sem vencedores ou vencidos. Orlando Castro e Paulo F. Silva


Por Luís de Freitas Branco, publicado em 24 Abr 2013
Orlando Castro e Paulo F. Silva são os autores de “A História na Primeira Pessoa”. São 16 volumes a distribuir com o i, a partir de amanhã
“Para Angola depressa e em força”, anunciou António de Oliveira Salazar no rescaldo da insurreição angolana em 1961. Entre as plantações de algodão e café, as intervenções militares portuguesas começavam a ser uma constante, provetas de uma Guerra Colonial que duraria até ao 25 de Abril em 1974. “Quando tinha sete anos lembro-me dos meus pais oferecerem café ao exército português, enquanto um dos soldados me meteu um capacete na cabeça”, relata-nos Orlando Castro, autor, a par de Paulo F. Silva, da compilação de 16 livros sobre a Guerra Colonial distribuída com o i a partir de amanhã. A criança fascinada com o capacete acompanhou os terrores de guerra em directo, assim como o resto do povo angolano e soldados portugueses, envolvidos num conflito que não deixou ninguém indiferente.
“A história na Primeira Pessoa” serve de subtítulo para o que os dois jornalistas descrevem como “o outro lado da Guerra Colonial”. Em vez da mera cronologia de guerra, Orlando e Paulo recolheram testemunhos de veteranos e de soldados da época, que imortalizaram os seus pensamentos em cartas e relatórios. “Houve uma vontade generalizada de contar as histórias, apesar de ainda haver alguns veteranos que preferem guardar as suas memórias”, indica Orlando.
O primeiro volume acompanha o ano de 1961, quando na Baixa de Cassange ocorreu a primeira sublevação de trabalhadores angolanos. Na empresa luso belga Cotonang, um regime quase de escravidão imposto nas plantações de algodão resultou na revolta de alguns camponeses e o consequente embate com as tropas portuguesas. “O massacre na baixa de Cassenge reflectiu um povo que se sentia frustrado no seu próprio país e outro que usou o que tinha ao seu dispor para controlar a sua colónia”, explica Orlando. Nessa primeira intervenção do exército português, Paulo realça como “ainda existem episódios que não estão esclarecidos”. O exemplo mais célebre é o uso de napalm, que foi confirmado por pessoas como António Lobo Antunes e desmentido pelo exército português.
“A informação não chegava a Portugal, as pessoas quando iam para a tropa estavam a embarcar para o desconhecido”, indica Paulo. A escassa informação das condições sociais e geográficas da colónia, levou a uns primeiros anos de descoberta. “Um dos exemplos desta falta de preparação foi um comandante que programou um ataque por mar numa zona interior do país”, sublinha Orlando. Um dos testemunhos no primeiro volume que ilustra melhor este desconhecimento é o de António de Oliveira Gomes, um ex-furriel miliciano: “O maior choque na minha vida não foi ir para a guerra em Angola. O maior choque foi regressar a Lisboa e enfrentar o desinteresse e o desconhecimento do que se passava no Ultramar.”
Os dois jornalistas nasceram em Angola, sendo que em 1975 rumaram para Portugal. Se Paulo, com 53 anos, não recorda o período de guerra, Orlando, aos 59, acompanhou em primeira mão os 13 anos de conflito. “Aos poucos comecei a ter uma percepção diferente da guerra e descobri que existia alguma legitimidade pela luta da independência”, confessa Orlando. Apesar desta colecção de livros acompanhar uma perspectiva portuguesa, os dois filhos de portugueses e auto-intitulados angolanos não esqueceram a reflexão sobre a luta pela independência de Angola.
“A guerra faz parte da história de Portugal, para podermos entender a nossa posição na União Europeia temos de conhecer o nosso passado”, alerta Paulo. Como ex-jornalista de guerra, Paulo F. Silva aproveitou a sua experiência para transcrever uma guerra que não vivenciou. “Depois de estar em Timor ou no Afeganistão, passei por situações muito complicadas que me ajudaram a interpretar a Guerra Colonial”, acrescenta.
“Aos olhos de hoje estes massacres são inconcebíveis”, diz-nos Orlando. Na primeira pessoa, os 16 volumes servem para humanizar uma guerra que vitimou portugueses e angolanos, uns perdidos em território desconhecido e outros a lutar pelo nome próprio. “Numa guerra ninguém ganha, todos perdem”, lembram os jornalistas.