Maputo
(Canalmoz) - Indivíduos que se diz ligados ao partido Frelimo, incendiaram na
noite da última quinta-feira dia 5 de Abril, para sexta, dia 6, a sede
distrital do partido Movimento Democrático de Moçambique (MDM), no distrito da
Macia, província de Gaza, no sul do País.
Segundo
Miguel Jamisse, delegado político do MDM na Macia, os malfeitores
introduziram-se no interior das instalações daquela sede partidária, após
abrirem a porta com recurso a uma alavanca pé-de-cabra.
“No
interior da delegação colocaram cinco pneus, achas de madeira, capim seco e um
saco de carvão vegetal, para servirem de combustível para conseguirem queimar
completamente o edifício”, disse o delegado Miguel Jamisse.
Na
ocasião, segundo a fonte do MDM, os assaltantes faziam-se transportar numa
carrinha de caixa aberta de cor branca, desconhecendo-se neste momento o
paradeiro dos mesmos.
O
Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) que registou a
ocorrência refere estar a investigar o crime de modo a encontrar os indivíduos
ora a monte.
O
delegado político distrital do MDM na Macia, Miguel Jamisse, disse que se
apercebeu da presença de cinco indivíduos estranhos na delegação do seu partido
por volta da meia-noite, quando viu no recinto da delegação uma viatura de
caixa aberta e de cor branca.
A
mesma fonte acrescentou que momentos depois “vi que a delegação estava em
chamas”. “Os indivíduos quando se aperceberam da nossa movimentação e gritos
meteram-se na carrinha e fugiram. Nada podíamos fazer porque todo o interior da
sede estava cheio de chamas. Perdemos todo o mobiliário que se encontrava lá
dentro e material de propaganda, incluindo as nossas bandeiras”, disse Miguel
Jamisse acrescentando: “já não temos onde nos reunirmos”.
O
delegado político do MDM na Macia denunciou que muito recentemente
surpreenderam um destacado membro da Frelimo naquele ponto da província de
Gaza, “de nome Valente Cossa, que numa noite foi arriar a bandeira do MDM”.
“Levamos o caso à Polícia e o indivíduo prometeu na presença das autoridades
que não voltaria a repetir aquela acção”, disse Miguel Jamisse.
“O
mesmo indivíduo tem sido visto a mobilizar pessoas para inviabilizarem a
implantação do MDM, na Macia, e até a prometer queimar a nossa sede”, referiu o
delegado do MDM.
Miguel
Jamisse. Acrescentou que “a intolerância política e a exclusão por parte do
partido no poder é a nossa maior dificuldade aqui na Macia. Acusam-nos de
termos recebido e alojado matsangaíssas (NR: nome que durante a guerra civil
era usado para referir os guerrilheiros da Renamo) neste distrito”.
Miguel
Jamisse apontou o chefe do gabinete do primeiro-secretário do comité distrital
do partido Frelimo na Macia, José Carlos, como um dos protagonistas de acções
de “desestabilização do MDM”.
O
delegado do MDM sustentou que uma vez José Carlos tentou atropelá-lo com
a sua viatura “porque diz que eu represento matsangas”.
A
Frelimo é acusada de estar a mobilizar régulos para retirarem o MDM do terreno
onde ergueu a sua delegação, ora incendiada. “Porém, não lograram efeitos
desejados porque nós temos o DUAT e o terreno pertence-nos por lei. Por não
encontrarem uma maneira de nos tirarem daqui, optaram por deitarem fogo à nossa
delegação política”, afirmou.
Jamisse
esclareceu que até agora todos os casos levados ao tribunal “morreram e não
avançaram”. “Isso encoraja aqueles que nos perseguem a não nos deixarem
trabalhar”, concluiu.
Entretanto,
o chefe das operações do Comando Distrital da PRM na Macia, Simeão Cambaco,
disse que a sua corporação tomou conhecimento da ocorrência de fogo posto à
delegação do MDM. “Deslocamo-nos ao local e vimos que havia sido vandalizada e
queimada a sede. Encontramos instrumentos do crime tais como o pé-de-cabra, uma
botija cheia de gás, barrotes e tábuas já cinza e um saco de carvão vegetal
para aumentar a intensidade do fogo”, disse Cambaco.
A
fonte policial confirmou que o delegado do MDM já esteve no Comando da Polícia
a queixar-se da Frelimo.
“Levantamos
o auto de notícia que já deve ter sido remetido à procuradoria para
procedimentos subsequentes. A Polícia está muito preocupada para identificar os
autores deste crime porque o delegado não foi capaz de nos dar nenhum nome dos
suspeitos”, acrescentou a fonte policial.
Em
Janeiro deste ano, elementos supostamente do partido Frelimo destruíram a
delegação do MDM no distrito de Chókwè, sob as ordens do edil local e do
administrador distrital, como viria a ser provado por correspondência entre o
edil, o partido Frelimo e o governador de Gaza, Raimundo Diomba, publicada pelo
Canalmoz/Canal de Moçambique.
Em Março último, foram queimadas e destruídas
as delegações do MDM em Chibuto e Manjacaze, enquanto em Xai-Xai foi
inviabilizada a marcha do MDM por ocasião do dia 7 de Março dia da fundação
deste partido liderado por Daviz Simango. (Bernardo Álvaro)
Imagem: madalas.blogs.sapo.pt
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