quinta-feira, 4 de abril de 2013

Renamo declara guerra em Moçambique e acusa PR de causar instabilidade no país


Maputo – A Renamo anunciou, na tarde desta quinta-feira, 4 de Abril, o início de uma instabilidade política e social em Moçambique, numa altura em que o país registou dois confrontos entre as forças policiais e os homens armados da Renamo, a 2 e 3 de Abril.
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Segundo o partido da oposição, dois contingentes da polícia moçambicana, provenientes do distrito do Dondo, em Sofala, atacaram as sedes daquela formação político-militar em Muxungué e Gondola, localizadas nas províncias de Sofala e Manica, respectivamente.

Ossufo Momade, Chefe do departamento de Defesa da Renamo, disse em conferência de imprensa, em Maputo, que o seu partido tem estado a envidar esforços para evitar a guerra em Moçambique, desde que assinou o Acordo Geral de Roma.

Para Ossufo Momade, os últimos incidentes protagonizados pela polícia moçambicana obrigam o partido a agir em defesa dos seus militantes e interesses.

«Temos a informar dois factos recentes num país que está em paz, em que dois contingentes provenientes do Quartel-general do Dondo, província de Sofala, um dos quais se dirigiu à sede distrital de Gôndola, Província de Manica, onde atacou e dispersou os nossos membros na delegação política distrital, tendo detido o delegado político distrital e chefe provincial dos assuntos sociais da Província de Manica, do nosso partido», declarou o Chefe do departamento de Defesa da Renamo.

Dando continuidade, o Chefe das Forças Armadas do maior partido da oposição em Moçambique, disse que «outro contingente dirigiu-se ao posto administrativo de Muxungué, distrito de Chibabava, em Sofala, onde a FIR realizou um ataque terrorista contra os militantes reunidos na nossa delegação política do posto administrativo de Muxungué, como se de um quartel se tratasse, e onde igualmente usaram todo o tipo de armamento de guerra, com consequências graves que resultaram na morte de um cidadão honesto, com um obus de bazuca que caiu sobre a sua casa».

Neste incidente, segundo fontes do comando geral da polícia moçambicana, foram alvejados mortalmente quatro agentes da Polícia de Intervenção Rápida (PIR), que tomaram de assalto a sede da Renamo. Outros 13 agentes contraíram ferimentos graves e ligeiros.

Do lado da Renamo, as autoridades policiais confirmaram a morte do Comandante da força militar do partido, no distrito de Muxungué.

A Renamo, na voz de Ossufo Momade, disse que, perante a guerra que é movida pela Frelimo e o seu Governo, aquele partido político-militar vai reagir e atacar, pela primeira vez.

«Queremos comunicar ao povo moçambicano e à comunidade internacional que estamos cansados das perseguições, humilhações, da repressão, da ditadura e da escravatura, perante esta situação desumana e inaceitável num Estado de direito e de justiça social, onde os cidadãos devem gozar de liberdade de manifestação e de reunião, em qualquer parte do território nacional. Estando este direito impedido pelo regime da Frelimo, situação que não é de tolerar, a Renamo vê-se obrigada a responder e a perseguir todos aqueles que nos vêm atacar, até à sua proveniência, e as armas que vamos usar sairão dos próprios elementos da polícia que nos ataca».

O partido disse ainda que, mesmo em guerra, fará tudo ao seu alcance para defender a população indefesa: «Tudo faremos em defesa da população e aproveitamos, desde já, para informar que o principal responsável e culpado por esta situação é o Senhor Armando Guebuza e o seu Governo, que sempre prometeu e já veio, publicamente, de viva voz, dizer que, durante a sua governação, o seu objectivo número um é acabar com a Renamo no país», concluiu Momande.

De recordar que, em Outubro de 2010, a Renamo anunciou a criação do departamento militar, cujo objectivo era acabar com actos de violência protagonizados pela polícia moçambicana nos pleitos eleitorais, bem como acolher os cerca de dez mil ex-guerrilheiros que tinham sido incorporados e depois expulsos das fileiras das Forças de Defesa de Moçambique.

Ossufo Momade foi confiado por Afonso Dhlakama para dirigir o departamento de Segurança do partido.
(c) PNN Portuguese News Network

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