sexta-feira, 12 de abril de 2013

Reacção hostil a aliança da G8. “Vêm arrendar terras para depois privatizá-las”





– diz Jeremias Vunjanhe, da Acção Académica para o Desenvolvimento das Comunidades (ADECRU) 

Maputo (Canalmoz) - A Acção Académica para o Desenvolvimento das Comunidades (ADECRU) rejeita a “Nova Aliança para a Segurança Alimentar e Nutricional em África”, ontem lançado em Maputo, alegando que é uma “imposição do G8 e é imperialista, representando um novo retorno para África das grandes companhias mercantilistas”. 
“Nós como associação rejeitamos que essa iniciativa seja implementada em Moçambique por ser imposta e que vai flexibilizar a usurpação de terras”, disse Jeremias Vunjanhe.
O activista do meio ambiente defende que a iniciativa significa uma abertura dos mercados africanos às grandes multinacionais vindas do Japão, dos Estados Undos e de todos os países membros do G8.
Vunjanhe entende ainda se tratar de uma “abertura forçada para os países africanos, particularmente Moçambique, para aceitar as políticas estrangeiras”, o que, na sua opinião, vai contribuir para o aumento do fenómeno de usurpação de terras em Moçambique. 
“Pensamos ainda que esta iniciativa vem flexibilizar o processo de arrendamento de terras e futuramente uma proposta de privatização das mesmas em Moçambique”, destacou.  

Lei de Terra e de sementes

Na opinião do nosso interlocutor, Moçambique só tem uma saída para se ver livre do fenómeno de usurpação de terras: garantir que a Lei de Terra e todo o regulamento de posse em Moçambique não seja alterado e que a lei sobre fertilizantes e sementes se mantenha igualmente intacta.
A proceder assim, o Governo de Moçambique vai evitar o sucedido no Zimbabwe, garantido desta forma que os camponeses, a larga maioria, consigam alimentar as suas famílias e o País. 
Vunjanhe falava ontem em Maputo na cerimónia do lançamento de “Nova Aliança para a Segurança Alimentar e Nutricional em África”. (André Mulungo)

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