- Ossufo Momade, chefe do departamento de defesa da
Renamo
“Perante a guerra que nos é movida pela Frelimo e seu
Governo, a Renamo, pela primeira vez, vai reagir e queremos comunicar ao povo
moçambicano e à comunidade internacional que a Renamo está cansada das
perseguições, humilhações, repressão, ditadura e da escravatura” – Ossufo
Momade
Maputo
(Canalmoz) - Na sequência dos ataques militares no distrito de Gôndola,
província de Manica, e Muxungue, em Sofala, protagonizados pela Força de
Intervenção Rápida (FIR) da Polícia da República de Moçambique (PRM) contra as
delegações políticas da Renamo, este partido convocou na tarde desta quinta-feira
em Maputo uma conferência de Imprensa para anunciar que “pela primeira vez vai
reagir aataques movidos pela Frelimo” contra si.
“Já
toleramos. Chega! Hoje (quinta-feira) atacamos em resposta ao ataque que fomos
alvos e as armas usadas foram as que capturámos dos agentes”, afirmou o antigo
secretário-geral da Renamo, Ossufo Momade, actualmente chefe do departamento de
defesa do mesmo partido.
Ossufo
Momade não confirmou a morte de Rasta Mazembe, membro da Renamo que comandou o
ataque deste partido ao acampamento da FIR, entretanto a Reportagem do Canalmoz
testemunhou no local que o brigadeiro Rasta Mazembe está efectivamente morto e
dispõe de imagens que comprovam o seu assassinato.
“Perante
a guerra que nos é movida pela Frelimo e seu Governo, a Renamo pela primeira
vez vai reagir, e queremos comunicar ao povo moçambicano e à comunidade
internacional que a Renamo está cansada das perseguições, humilhações,
repressão, ditadura e da escravatura”, disse o ex-secretário-geral e actual
chefe de departamento de defesa da Renamo, ligando os ataques da FIR ao
presidente da República, Armando Guebuza.
“Pela
primeira vez, a Renamo vê-se obrigada a responder e a perseguir todos aqueles
que vêm nos atacando até à sua proveniência e as armas que vamos usar sairão
dos próprios elementos da Polícia e FIR que vêm nos atacar”.
“Tudofaremos
em defesa da população indefesa”, garantiu o general da Renamo na conferência
de Imprensa bastante concorrida.
Responsabilidade de Guebuza
A
Renamo responsabiliza o presidente da República e do partido Frelimo, Armando
Guebuza, pelo que se está a passar. “Porque sempre prometeu e já veio
publicamente de viva voz a prometer que durante a sua governação o seu
objectivo número um é acabar com a Renamo no País”, disse.
Versão da Renamo sobre o ataque
Ossufo
Momade descreveu a versão dos factos, segundo a Renamo.
“Contingentes
policiais provenientes de Dondo, província de Sofala, um grupo dirigiu-se à
sede distrital de Gôndola, província de Manica, onde atacaram e alvejaram
nossos membros na delegação política distrital, tendo detido o delegado
político distrital e o chefe provincial dos assuntos sociais da província de
Manica”.
“Outro
contingente dirigiu-se no posto administrativo de Muxungue, distrito de
Chibabava, província de Sofala, onde a FIR realizou um ataque terrorista contra
os nossos militantes reunidos na delegação, como se de um quartel se tratasse,
usando todo o tipo de armamento de guerra com consequências graves que
resultaram na morte de um pacato cidadão, resultante de um obus que caiu sobre
a sua casa”.
Segundo
Ossufo Momade,o ataque da FIR era uma pressão à Renamo para interromperos
ataques que decidiu ripostar.
“Desde
Novembro que tentam cercar Gorongosa”
O
chefe do departamento da defesa da Renamo lembrou que desde Novembro do ano
passado “o presidente da Frelimo, Armando Guebuza, tem mandado a FIR fortemente
armada com carros de assalto para região central do País, com ordens para
atacar a Renamo no quartel de Gorongosa”, onde se encontra o líder do partido.
Boletim informativo da Renamo com editorial preocupante
Ainda
na tarde desta quinta-feira, aludindo aos acontecimentos desta semana, o
Boletim Informativo “A Perdiz”, propriedade do Departamento de Informação da
Renamo, dirigido pelo brigadeiro Jerónimo Malagueta, titulava na primeira
página em letras grafais que “Onde formos atacados, vamos responder”.
Em
editorial, a publicação escreve que há “indícios preocupantes de guerra em
Moçambique”, desenvolvendo depois que “o País poderá voltar a assistir a mais
uma situação de conflito armado, se o músculo continuar a ser exibido entre as
duas partes signatárias do AGP de Roma”.
“A
bomba pode mesmo rebentar a qualquer momento”, escreve o editorialista,
denunciando que “recentemente o chefe de Estado Maior General, general Paulino
Macaringue, esteve em Gorongosa com intuito de estabelecer uma posição da força
de elite para fazer face às possíveis manifestações suspeitas da Renamo”.
Numa outra coluna, escreve-se no Boletim em
título que “Moçambique: Governo fragilizado, Povo ultrajado” aludindo aos
desmandos dos agentes da PRM. (Bernardo Álvaro)
Imagem: macua.blogs.com
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