sexta-feira, 12 de abril de 2013

Brasil reagem às criticas ao ProSavana. “Não pretendemos usurpar as terras dos pequenos agricultores”


 - Diz chefe da agencia de cooperação brasileira de visita a Moçambique

Maputo (Canalmoz) – “Os pequenos agricultores farão parte da cadeia produtiva. Excluir os camponeses, seria precipitar o projecto ao fracasso. A sociedade civil também deve ser parte integrante neste processo. O ProSavana vai desenvolver Nampula e completar o processo de desenvolvimento da região de Nacala”, palavras de Fernando de Abreu, director da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), reagindo sobre a polémica em torno do ProSavana.
Abreu reconheceu que o “barulho” que houve (ou há) em torno do plano ProSavana foi devido à falta de informação aos pequenos camponeses. A questão linguística também é apontada como uma das causas dos murmúrios. 
Segundo Abreu, agora a sociedade civil, os jornais, a televisão e a rádio serão parte do processo na disseminação de informação. A União Nacional dos Camponeses, UNAC, em Novembro do ano passado levantou um ponto que tirava o sono aos agricultores na qual manifestava o grande medo de uma possível usurpação das terras, isto é, a perca do uso e controlo das terras por parte dos camponeses. As terras foram concedidas ao projecto pelo prazo de 50 anos, prorrogável por mais 50 anos. A UNAC queria entender o que é ProSavana que traz em termos de aumento das reservas alimentares, para as famílias camponesas.
“Já falámos com a sociedade civil em Nampula. Na altura não havia preocupações com o meio ambiente e pequenos agricultores. Agora precisamos de informar e explicar. Não pretendemos usurpar as terras dos pequenos agricultores. Não há interesse em reassentar as pessoas para erguer agricultura comercial.”, disse referindo que mesmo se no futuro haver essa necessidade, será na base de um consenso e haverá compensação.      
Afirmou que os camponeses vão manter algumas áreas de agricultura, “a ideia do projecto não é prejudicar ninguém. Nenhum agricultor será forçado a aderir às nossas orientações”.     

Pro-Savana

O Pro-Savana é um programa que pretende fomentar o desenvolvimento agrícola e rural na região do Corredor de Nacala, no norte do país, com o objetivo de melhorar a competitividade do sector, em termos de segurança alimentar, aumento da produtividade dos pequenos e médios produtores e a geração de excedentes agrícolas para a exportação. Estão envolvidos no projecto o Brasil, Japão e Moçambique, através do Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Sector Agrário em Moçambique a Agência Japonesa de Cooperação Internacional e a Agência Brasileira de Cooperação

Pilares

Fernando de Abreu disse que três pilares suportam o ProSavana. Primeiro, Inovação tecnológica, que embarca a testagem de algumas sementes brasileiras de acordo com o tipo de solo moçambicano.

Segundo, plano-director que vai identificar as condições favoráveis para a prática das actividades agrícolas. Terceiro, Extensão rural que vai complementar o plano director. Por exemplo, se os agricultores precisarem de plantar arroz, saber-se-á onde é que cada espécie de arroz deve ser colocado e com que tipo de irrigação. (Cláudio Saúte

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