- Diz chefe da agencia de cooperação brasileira de
visita a Moçambique
Maputo
(Canalmoz) – “Os pequenos agricultores farão parte da cadeia produtiva. Excluir
os camponeses, seria precipitar o projecto ao fracasso. A sociedade civil
também deve ser parte integrante neste processo. O ProSavana vai desenvolver
Nampula e completar o processo de desenvolvimento da região de Nacala”,
palavras de Fernando de Abreu, director da Agência Brasileira de Cooperação
(ABC), reagindo sobre a polémica em torno do ProSavana.
Abreu
reconheceu que o “barulho” que houve (ou há) em torno do plano ProSavana foi
devido à falta de informação aos pequenos camponeses. A questão linguística
também é apontada como uma das causas dos murmúrios.
Segundo
Abreu, agora a sociedade civil, os jornais, a televisão e a rádio serão parte
do processo na disseminação de informação. A União Nacional dos Camponeses,
UNAC, em Novembro do ano passado levantou um ponto que tirava o sono aos
agricultores na qual manifestava o grande medo de uma possível usurpação das
terras, isto é, a perca do uso e controlo das terras por parte dos camponeses.
As terras foram concedidas ao projecto pelo prazo de 50 anos, prorrogável por
mais 50 anos. A UNAC queria entender o que é ProSavana que traz em termos de
aumento das reservas alimentares, para as famílias camponesas.
“Já
falámos com a sociedade civil em Nampula. Na altura não havia preocupações com
o meio ambiente e pequenos agricultores. Agora precisamos de informar e
explicar. Não pretendemos usurpar as terras dos pequenos agricultores. Não há
interesse em reassentar as pessoas para erguer agricultura comercial.”, disse
referindo que mesmo se no futuro haver essa necessidade, será na base de um
consenso e haverá compensação.
Afirmou
que os camponeses vão manter algumas áreas de agricultura, “a ideia do projecto
não é prejudicar ninguém. Nenhum agricultor será forçado a aderir às nossas
orientações”.
Pro-Savana
O
Pro-Savana é um programa que pretende fomentar o desenvolvimento agrícola e
rural na região do Corredor de Nacala, no norte do país, com o objetivo de
melhorar a competitividade do sector, em termos de segurança alimentar, aumento
da produtividade dos pequenos e médios produtores e a geração de excedentes
agrícolas para a exportação. Estão envolvidos no projecto o Brasil, Japão e
Moçambique, através do Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Sector
Agrário em Moçambique a Agência Japonesa de Cooperação Internacional e a
Agência Brasileira de Cooperação
Pilares
Fernando
de Abreu disse que três pilares suportam o ProSavana. Primeiro, Inovação
tecnológica, que embarca a testagem de algumas sementes brasileiras de acordo
com o tipo de solo moçambicano.
Segundo, plano-director que vai identificar
as condições favoráveis para a prática das actividades agrícolas. Terceiro,
Extensão rural que vai complementar o plano director. Por exemplo, se os
agricultores precisarem de plantar arroz, saber-se-á onde é que cada espécie de
arroz deve ser colocado e com que tipo de irrigação. (Cláudio Saúte
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