sexta-feira, 5 de abril de 2013

Moçambique. Governo confirma morte de quatro agentes de FIR


… e reconhece que a Polícia foi a primeira a atacar membros da Renamo que “estavam em exercícios militares”
Maputo (Canalmoz) – O Governo confirmou a notícia avançada ontem em primeira mão pelo Canalmoz, dando conta da morte de quatro agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR) como resultado do ataque das forças da Renamo ao acampamento da corporação no posto administrativo de Muxungue, distrito de Chibabava. 
 José Mandra, vice-ministro do Interior confirmou para além da morte dos quatro agentes, o ferimento de outros 14, assim como assumiu que a PRM foi a primeira a atacar a delegação local da Renamo, pelo que o ataque da Renamo foi uma resposta.
Mandra falava no início da noite de ontem em Maputo, à margem da II sessão conjunta permanente de defesa e segurança entre Moçambique e Tanzania.
Conforme noticiou na manhã de ontem o Canalmoz, a partir de um trabalho de uma equipa de reportagem que estava estacionada em Muxungue, a FIR atacou na madrugada de quarta-feira a delegação da Renamo em Muxungue, no bairro de Mutongoti, onde deteve 16 membros da “perdiz” e causou a morte “de um civil”, segundo a Renamo. 
Vinte e quatro horas depois, na madrugada de quinta-feira foi a vez da Renamo ripostar o ataque no acampamento da FIR, matando quatro agentes e ferido 14, desta força especial. No local morreu também o brigadeiro Rasta Mazembe, o homem que teria conduzido o ataque ao acampamento da FIR.
A Renamo disse em conferência de Imprensa em Maputo que “atacamos em resposta ao ataque que sofremos”, o que veio a ser confirmado pelo vice-ministro do Interior ( N.R.: ver outra peça nesta edição).

Apelo ao diálogo

O vice-ministro do Interior disse que o confronto entre os membros da Renamo e a PRM não deve ser menosprezado, reconhecendo que pode degenerar numa violência greve. Num discurso pacificador que não lhe é característico, Mandra apelou a “diálogo entre as partes”, Renamo e o Governo. 
Quanto às razões do ataque da FIR à delegação da Renamo, o vice-ministro disse que era numa “perspectiva de dispersar os membros da Renamo que se encontravam a fazer exercícios militares numa das ruas nas mediações do local de confronto”.

Processo criminal contra secretário-geral da Renamo

Num outro desenvolvimento, Mandra disse que “a RPM vai processar Manuel Bissopo”, secretário-geral da Renamo por alegadas ameaças verbais contra a tranquilidade pública. Mandra explicou que Bissopo terá ameaçado que o seu partido irá assassinar dirigentes públicos e fazer ocupação de edifícios do Governo. O vice-ministro disse ainda que “uma equipa da PRM foi despachada de Maputo para se inteirar das ocorrências no terreno”. (António Frades)

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