… e reconhece que a Polícia foi a primeira a atacar membros
da Renamo que “estavam em exercícios militares”
Maputo
(Canalmoz) – O Governo confirmou a notícia avançada ontem em primeira mão pelo
Canalmoz, dando conta da morte de quatro agentes da Força de Intervenção Rápida
(FIR) como resultado do ataque das forças da Renamo ao acampamento da
corporação no posto administrativo de Muxungue, distrito de Chibabava.
José
Mandra, vice-ministro do Interior confirmou para além da morte dos quatro
agentes, o ferimento de outros 14, assim como assumiu que a PRM foi a primeira
a atacar a delegação local da Renamo, pelo que o ataque da Renamo foi uma
resposta.
Mandra
falava no início da noite de ontem em Maputo, à margem da II sessão conjunta
permanente de defesa e segurança entre Moçambique e Tanzania.
Conforme
noticiou na manhã de ontem o Canalmoz, a partir de um trabalho de uma equipa de
reportagem que estava estacionada em Muxungue, a FIR atacou na madrugada de
quarta-feira a delegação da Renamo em Muxungue, no bairro de Mutongoti, onde
deteve 16 membros da “perdiz” e causou a morte “de um civil”, segundo a
Renamo.
Vinte e
quatro horas depois, na madrugada de quinta-feira foi a vez da Renamo ripostar
o ataque no acampamento da FIR, matando quatro agentes e ferido 14, desta força
especial. No local morreu também o brigadeiro Rasta Mazembe, o homem que teria
conduzido o ataque ao acampamento da FIR.
A Renamo
disse em conferência de Imprensa em Maputo que “atacamos em resposta ao ataque
que sofremos”, o que veio a ser confirmado pelo vice-ministro do Interior (
N.R.: ver outra peça nesta edição).
Apelo ao
diálogo
O
vice-ministro do Interior disse que o confronto entre os membros da Renamo e a
PRM não deve ser menosprezado, reconhecendo que pode degenerar numa violência
greve. Num discurso pacificador que não lhe é característico, Mandra apelou a
“diálogo entre as partes”, Renamo e o Governo.
Quanto às
razões do ataque da FIR à delegação da Renamo, o vice-ministro disse que era
numa “perspectiva de dispersar os membros da Renamo que se encontravam a fazer
exercícios militares numa das ruas nas mediações do local de confronto”.
Processo
criminal contra secretário-geral da Renamo
Num outro
desenvolvimento, Mandra disse que “a RPM vai processar Manuel Bissopo”,
secretário-geral da Renamo por alegadas ameaças verbais contra a tranquilidade
pública. Mandra explicou que Bissopo terá ameaçado que o seu partido irá
assassinar dirigentes públicos e fazer ocupação de edifícios do Governo. O
vice-ministro disse ainda que “uma equipa da PRM foi despachada de Maputo para
se inteirar das ocorrências no terreno”. (António Frades)
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