Parece que temos para já três destinos convictos: Portugal, Zimbabué ou Guiné-Bissau. Qual deles seguir?
Contudo, é interessante notar que banqueiros portugueses degredados para Luanda, reinstalam-se e reprometem, renovam o inferno apoiados pela Sonangol e restante Grande Família. Desestabilizar – mais do que já está – Luanda é preciso.
Embalados pela Sonangol e Isabel dos Santos, o BCP, Millennium Angola e conterrâneos, continuam a roubarem os depósitos dos clientes e a espoliarem terrenos. No fundo a oligarquia angolana pretende – é isso que transparece – aliar-se a um grupo de delinquentes portugueses para reimportar a rota quinhentista.
«Em suma, qualquer semelhança entre a quebradeira de 1929 e a de 2007-2008 não é mera coincidência! Outra sinalização da morte anunciada vem de diversas matérias político-econômicas, entre as quais um artigo publicado no Brasil e na Suíça no início da crise brasileira de 1999, que diz:
“O direito irrestrito de governos e empresas de emitir estes papéis provocou uma inundação de dinheiro virtual nos mercados do mundo. Pois grande parte deles é lançado na suposição de que o governo ou a empresa vai conseguir transformá-lo cedo ou tarde em riqueza real, e assim resgatá-lo pelo valor que ele supõe representar. Esta suposição faz parte da esfera subjetiva da economia, aquela que opera com base em valores não materiais, como a confiança, a antevisão, a esperança.
E quando o governo ou a empresa não conseguem ressarcir o detentor dos seus dinheiros, tornam-se insolventes provando que sua suposição era falsa e que a confiança e esperança neles depositados era indevida, porque faltaram planejamento adequado, regras e supervisão para garantir que o jogo fosse correto e limpo, e porque seus dinheiros eram apenas virtuais [...] Vivemos hoje uma economia-cassino a nível mundial. E com ela um risco quase incontornável de uma crise financeira e socioeconômica de dimensão global [...] Na prática, o capitalismo neoliberal é o responsável pela economia-cassino que se globalizou no mundo atual.
“A enfermidade que se manifesta na hipertrofia do dinheiro e no sobre-endividamento só pode ser superada mediante um sistema de planejamento e regulação que hoje não existe, capaz de liquidar de forma radical com aquelas. É improvável que o próprio capitalismo estabeleça um tal sistema. Pois os capitalistas não querem dar-se conta de que é enfermidade, e que pode ser fatal para o próprio sistema. Quando se dão conta, não querem adotar medidas radicais de cura.
Pois estas medidas também podem ser fatais para o sistema! Na verdade, o capitalismo está cada vez mais espremido entre duas pressões. Por um lado, a pressão em favor de planejamento da emissão das diferentes formas de dinheiro e do endividamento por atores públicos e privados, e a regulação dos fluxos de capitais; e, por outro, o risco de falência geral do sistema capitalista, caso não venha a adotar aquelas medidas.” (Arruda, 1999)
Curioso paradoxo, que se soma ao da falta de visão pragmática de longo prazo por parte dos “pragmáticos” governantes e empresários que cultuam o mercado e o dinheiro como deuses.»
In Ladislau Dowbor
Foto: http://www.elmundo.es/albumes/2009/02/06/max_ernst_semaine/index.html
Contudo, é interessante notar que banqueiros portugueses degredados para Luanda, reinstalam-se e reprometem, renovam o inferno apoiados pela Sonangol e restante Grande Família. Desestabilizar – mais do que já está – Luanda é preciso.
Embalados pela Sonangol e Isabel dos Santos, o BCP, Millennium Angola e conterrâneos, continuam a roubarem os depósitos dos clientes e a espoliarem terrenos. No fundo a oligarquia angolana pretende – é isso que transparece – aliar-se a um grupo de delinquentes portugueses para reimportar a rota quinhentista.
«Em suma, qualquer semelhança entre a quebradeira de 1929 e a de 2007-2008 não é mera coincidência! Outra sinalização da morte anunciada vem de diversas matérias político-econômicas, entre as quais um artigo publicado no Brasil e na Suíça no início da crise brasileira de 1999, que diz:
“O direito irrestrito de governos e empresas de emitir estes papéis provocou uma inundação de dinheiro virtual nos mercados do mundo. Pois grande parte deles é lançado na suposição de que o governo ou a empresa vai conseguir transformá-lo cedo ou tarde em riqueza real, e assim resgatá-lo pelo valor que ele supõe representar. Esta suposição faz parte da esfera subjetiva da economia, aquela que opera com base em valores não materiais, como a confiança, a antevisão, a esperança.
E quando o governo ou a empresa não conseguem ressarcir o detentor dos seus dinheiros, tornam-se insolventes provando que sua suposição era falsa e que a confiança e esperança neles depositados era indevida, porque faltaram planejamento adequado, regras e supervisão para garantir que o jogo fosse correto e limpo, e porque seus dinheiros eram apenas virtuais [...] Vivemos hoje uma economia-cassino a nível mundial. E com ela um risco quase incontornável de uma crise financeira e socioeconômica de dimensão global [...] Na prática, o capitalismo neoliberal é o responsável pela economia-cassino que se globalizou no mundo atual.
“A enfermidade que se manifesta na hipertrofia do dinheiro e no sobre-endividamento só pode ser superada mediante um sistema de planejamento e regulação que hoje não existe, capaz de liquidar de forma radical com aquelas. É improvável que o próprio capitalismo estabeleça um tal sistema. Pois os capitalistas não querem dar-se conta de que é enfermidade, e que pode ser fatal para o próprio sistema. Quando se dão conta, não querem adotar medidas radicais de cura.
Pois estas medidas também podem ser fatais para o sistema! Na verdade, o capitalismo está cada vez mais espremido entre duas pressões. Por um lado, a pressão em favor de planejamento da emissão das diferentes formas de dinheiro e do endividamento por atores públicos e privados, e a regulação dos fluxos de capitais; e, por outro, o risco de falência geral do sistema capitalista, caso não venha a adotar aquelas medidas.” (Arruda, 1999)
Curioso paradoxo, que se soma ao da falta de visão pragmática de longo prazo por parte dos “pragmáticos” governantes e empresários que cultuam o mercado e o dinheiro como deuses.»
In Ladislau Dowbor
Foto: http://www.elmundo.es/albumes/2009/02/06/max_ernst_semaine/index.html
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