quinta-feira, 5 de março de 2009

O Cavaleiro do Rei (6). Novela


Nós, população, não temos culpa, nada a haver com os erros culposos e criminosos da governação da república das couves.


A multidão impressiona-se, ovaciona:
- Viva a república! Viva a república!
Epok ordena aos mosqueteiros para que levantem La Padep e sentencia-lhe:
- Vá, roga alvíssaras reais!
- Nunca um La Padep fará isso!!!
Como defensiva, Epok martela-lhe tremendo soco no rosto, acto imitado pelos mosqueteiros, que lhe socaram, pontapearam por todo o corpo, abandonando-o às moscas e ratos, aliás como é hábito no reino Jingola.

A princesa atentou-se. Alentou-se com a rainha antes que os ratos, que os havia de todas as espécies, incluindo humanos que eram os mais perigosos, degustassem o corpo. Enviou uma aia de confiança, que o resgatou para local seguro. A casa de um primo, adepto da república.


O CAVALEIRO DO REI (V)

O paladino Divad, sempre com as mãos livres, grande republicano, faz-se acompanhar por vários embaixadores e jornalistas partidários da república, na deslocação ao condado do Bom Jesus para observarem a gigantesca cavalariça e estábulos que o rei mandou construir. Servirá para receber modernos cavalos voadores. Muito bem cerceado por mosqueteiros, deles é enviado um com uma mensagem para o rei.

Parte com o seu cavalo mais veloz que o vento. Chega à estação de muda de cavalos do Morro da Maianga. Não está ninguém, de certeza foram para o torneio da maratona. Abandona o cavalo para que este descanse. Mas alguém esfomeado espreita como um rato. Apodera-se do animal cansado e leva-o. Uma criança contenta-se, hoje a fome se ludibriará:
- Pai, hoje vamos trinchar boa carne.

O mensageiro arrasta um cavalo bem fresquinho e prossegue a montaria. Por onde passa parece um furacão. Vai alarmando:
- Caminho livre! Caminho livre! Mensageiro do rei!
Como habitualmente as criaturas nas ruas assustam-se. Ouvem-se, sentem-se as habituais preocupações:
- Quando trotam assim significa que vamos ter problemas.
- Oh! Andam sempre bêbados.
- Deve ser por causa do dinheiro do líquido negro.
- Já roubaram, já corromperam mais bufunfa.
- Não é nada disso, vão mas é lixar a vida de alguém.

O mensageiro chega ao palácio. Entra a cavalgar, não pára nos guardas sentinelas. Estes em pânico alarmam-se e soam o alarme. O mensageiro estafado consegue desembargar a voz.
- Mensagem para o rei!
Chega o chefe da guarda, interpela-o:
- Mensagem para o rei (?)
- Sim, muito urgente.
- Guardas! Prendam-no. É um espião republicano. Ponham-no a ferros, com as bolas mais pesadas.
O desgraçado quer mostrar a sua inocência, em resposta soltam-lhe uma chuvada de socos. Arrastam-no para uma masmorra especialmente construída e só para prender republicanos. Fica incomunicável.

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