No caminho de outra guerra civil? de noite mata-se, morre-se, assassina-se naturalmente, impunemente. Ninguém quer saber de ninguém. Porra! Só vejo psicopatas por todo o lado. Para o Terror em Luanda, escolhemos como modelo a Guiné-Bissau. A meio da noite é usual ouvirem-se fortes explosões. Presume-se que seja o general "Diguanza" da cooperativa o Lar do Patriota, do general Led, ou de funcionários da Presidência da República que ordenaram o assassinato de patriotas. Ou das obras da destruição sistemática de Luanda.
- Devemos questionar o marquês FMI. O chato é que ele só se preocupa com o reino do FMI. A nobreza deste reino só quer o que sai das Minas Gerais, o resto que se lixe. Epok, consegues explicar-me porque é que toda a força de trabalho existente no reino está ao serviço do Governo… e não avançamos!?
- Não sei, não sei, meu rei.
- Faz-me uma lista dos marqueses e marquesas que estão no Governo.
- Isso é uma tarefa muito difícil.
- Porquê Epok?
- Muitos são trabalhadores fantasmas. Meu rei lembrei-me… temos uma situação muito grave.
- Qual?
- O navio que trazia as velas afundou-se no alto mar. A arraia-miúda vai ficar às escuras.
- Foram os republicanos?
- Não. Os nossos republicanos estão muito pacificados.
- Epok, há o azeite, o óleo.
- Acabou-se tudo. Ninguém quer importar. Dizem que não lhes pagamos.
- Usem banha de porco.
- Ah! O meu rei não sabe que uma epidemia deu cabo deles!?
- Os vice-reinos não têm?
- Meu rei, com esses não vale a pena contar.
- E nós temos velas?
- Claro meu rei. Temos um milhão nos armazéns reais.
- Já convocastes as Cortes Reais?
- Sim.
- Os vice-reis das províncias já chegaram?
- Não. O dinheiro que enviámos para pagamento da reparação dos coches, desapareceu pelo caminho.
- Foram os republicanos?
- Não, foram os nossos.
- Os vice-reinos ainda não têm autonomia?
- Não. A questão é que lhes enviamos fundos suficientes, mas nunca apresentam contas.
- Porquê?
- Estão sempre com desculpas. Ora não tem luz, água, contabilistas, que as máquinas e os equipamentos estão sempre avariados. E que, quando reparadas roubam as peças, ou quando conseguem enviar as contas, dizem que os documentos desapareceram aqui.
- Estamos a ficar como as ruínas do reino do Zimbabué.
- Meu rei, como o reino do Níger e muito próximos da Guiné Equatorial.
- Não teremos muitos problemas. O reino do Ocidente fecha os olhos, apoia-nos enquanto dependerem do líquido negro.
O rei carregou o sobrolho. Epok, tenta mascarar-se puxando com os dedos das mãos a gola do casaco. Epok, adivinha que vai sair o último argumento do rei.
- Mais uma piada como essa, mando o arauto real anunciar que vais para uma embaixada de um reino desconhecido. Epok, basta, ausenta-te!
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