"As revoluções não fazem o amor triunfar. Em vez disso, matar torna-se uma mania. Nas revoluções russa e chinesa, depois que os comunistas tinham assassinado dezenas de milhões de inocentes, não podiam parar de assassinar, e brutalmente matavam-se uns aos outros... O comunismo é uma forma de possessão demoníaca coletiva." ["Marx and Satan", Richard Wurmbrand, pg 107-108)
http://www.espada.eti.br/n1676.asp
Três meses depois, Elder chega. Todos esperamos pelo essencial, o dinheiro, que Heitor investe nas obras de dois apartamentos e um grande armazém, que depois Elder revenderá. Assim que me vê dá-me uma novidade:
- A minha esposa veio comigo, depois vais conhecê-la.
- Quero ir para Portugal.
- Porquê?!
- Não estou a gostar nada disto, ou me pagas ou…
- Tem calma, já cheguei. Vou tratar disso tudo, fica calmo.
- A minha calma já foi mais que suficiente.
- Mas o que é que tu queres? Na Namíbia vão fazer a mesma coisa que o Zimbabué fez. A lei de terras, a reforma agrária. Vão entregar as fazendas aos negros. Os brancos estão a vender o que podem, estão a fugir. Esta gente gosta muito de morrer à fome. Ao menos que fizessem isso gradualmente. Que preparassem as pessoas para assumirem as suas responsabilidades, mas não. O que pretendem é o voto eleitoral. Ficar com o que era dos brancos, mas ninguém trabalha. Ficam a olhar, não sabem o que fazer. Depois de tudo ficar em ruínas, pedem aos brancos para lhes enviarem comida. É este o futuro da África.
- Acho que já estamos todos cansados dessa música. Se eles assim preferem, que assim seja. Mas apenas exijo que não faltes com os teus compromissos.
- Tudo bem, terás o teu dinheiro. Logo, vamos jantar na minha casa. Já informei a Ava.
CAPÍTULO V
AVA
Ava, é o nosso contabilista. – Disse Elder.
- Boa noite dona Ava.
- Deixa-te disso, trata-me por Ava.
Estava com um vestido de noite, branco, transparente. Notava-se claramente os contornos dos seios e o ventre saliente. O cabelo caía-lhe nas costas. Alta e magra parecia ter trinta e cinco anos. O corpo estava bem conservado. No fim da perna esquerda uma argola de marfim. Pensei que as mulheres gostam de exibir os seus dotes físicos. Estávamos a meio da refeição, Ava pergunta-me:
- Estás a gostar?
Elder interpõe-se:
- Ava pergunta-lhe se ele está a gostar do Dão Meia Encosta.
- Elder não interrompas por favor. Que péssimo hábito que tu tens. Só tu é que falas?
- Pronto, pronto, já não te interrompo mais.
- Como dizia, estás a gostar?
- Sim, este cacusso assado é uma beleza, tal como tu.
- Presumo que já tinhas comido antes.
- Não, agora sei que é um peixe muito saboroso.
- É das coisas que sinto mais saudades do meu país. Mas não gosto nada de aqui estar.
- Porquê Ava?
- Sou angolana, nasci em Luanda. Se vejo lixo à minha porta, vou reclamar. É normal que uma simples criança me diga: sua branca de merda vai para a tua terra. Ainda estão muito atrasados. Infelizmente assim continuarão por muito tempo. Não me dá nenhum prazer viver assim.
- Isso é um facto. Os conselhos abundam. São escassos os que os escutam.
- Na Namíbia e na África do Sul, que conheço muito bem, não é assim. Na Namíbia todos sabem o seu lugar. As pessoas respeitam-se. Os governos dos dois países apoiam os idiomas nacionais. Até dá gosto aprender e falar os seus idiomas. Aqui até isso desprezam. Os nossos intelectuais abandonaram-nos.
- Ava, o verdadeiro intelectual nunca abandona o seu povo.
http://www.espada.eti.br/n1676.asp
Três meses depois, Elder chega. Todos esperamos pelo essencial, o dinheiro, que Heitor investe nas obras de dois apartamentos e um grande armazém, que depois Elder revenderá. Assim que me vê dá-me uma novidade:
- A minha esposa veio comigo, depois vais conhecê-la.
- Quero ir para Portugal.
- Porquê?!
- Não estou a gostar nada disto, ou me pagas ou…
- Tem calma, já cheguei. Vou tratar disso tudo, fica calmo.
- A minha calma já foi mais que suficiente.
- Mas o que é que tu queres? Na Namíbia vão fazer a mesma coisa que o Zimbabué fez. A lei de terras, a reforma agrária. Vão entregar as fazendas aos negros. Os brancos estão a vender o que podem, estão a fugir. Esta gente gosta muito de morrer à fome. Ao menos que fizessem isso gradualmente. Que preparassem as pessoas para assumirem as suas responsabilidades, mas não. O que pretendem é o voto eleitoral. Ficar com o que era dos brancos, mas ninguém trabalha. Ficam a olhar, não sabem o que fazer. Depois de tudo ficar em ruínas, pedem aos brancos para lhes enviarem comida. É este o futuro da África.
- Acho que já estamos todos cansados dessa música. Se eles assim preferem, que assim seja. Mas apenas exijo que não faltes com os teus compromissos.
- Tudo bem, terás o teu dinheiro. Logo, vamos jantar na minha casa. Já informei a Ava.
CAPÍTULO V
AVA
Ava, é o nosso contabilista. – Disse Elder.
- Boa noite dona Ava.
- Deixa-te disso, trata-me por Ava.
Estava com um vestido de noite, branco, transparente. Notava-se claramente os contornos dos seios e o ventre saliente. O cabelo caía-lhe nas costas. Alta e magra parecia ter trinta e cinco anos. O corpo estava bem conservado. No fim da perna esquerda uma argola de marfim. Pensei que as mulheres gostam de exibir os seus dotes físicos. Estávamos a meio da refeição, Ava pergunta-me:
- Estás a gostar?
Elder interpõe-se:
- Ava pergunta-lhe se ele está a gostar do Dão Meia Encosta.
- Elder não interrompas por favor. Que péssimo hábito que tu tens. Só tu é que falas?
- Pronto, pronto, já não te interrompo mais.
- Como dizia, estás a gostar?
- Sim, este cacusso assado é uma beleza, tal como tu.
- Presumo que já tinhas comido antes.
- Não, agora sei que é um peixe muito saboroso.
- É das coisas que sinto mais saudades do meu país. Mas não gosto nada de aqui estar.
- Porquê Ava?
- Sou angolana, nasci em Luanda. Se vejo lixo à minha porta, vou reclamar. É normal que uma simples criança me diga: sua branca de merda vai para a tua terra. Ainda estão muito atrasados. Infelizmente assim continuarão por muito tempo. Não me dá nenhum prazer viver assim.
- Isso é um facto. Os conselhos abundam. São escassos os que os escutam.
- Na Namíbia e na África do Sul, que conheço muito bem, não é assim. Na Namíbia todos sabem o seu lugar. As pessoas respeitam-se. Os governos dos dois países apoiam os idiomas nacionais. Até dá gosto aprender e falar os seus idiomas. Aqui até isso desprezam. Os nossos intelectuais abandonaram-nos.
- Ava, o verdadeiro intelectual nunca abandona o seu povo.
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