segunda-feira, 9 de março de 2009

Não sabiam que havia mar entre Mauritânia e Canárias


"Não sabia que o caminho a que tanto se referia o meu filho, antes de partir desde Nuadidibú até Tenerife era pelo mar; ele sempre me dizia que ia iniciar o caminho, o caminho, mas jamais pensei que este não era de terra". Rokhaya Ndioye (à esquerda da foto que me autorizou a fotografá-la) não é uma mulher senegalesa qualquer.

Faz parte de um selecto e dramático clã de mulheres que não sabe onde se encontram os seus maridos, filhos e familiares, desde que embarcaram num barco. A história repete-se em dezenas de aldeias da franja ocidental africana. Neste caso, em Thiaroye Sud Mer, nas mesmas portas de Dakar, onde encontrei a mais de 200 semiviuvas.

Vêem a foto do fundo. O Governo das Canárias contratou uma exposição da União dos Periodistas da Comunicação (UPCC) e levou-a a este lugar para romper o pacto de silêncio que estabelecem todos os que chegam à Europa, que basicamente consiste em roubá-lo às suas famílias, o que ocorre durante a travessia por mar até à fronteira mais ao sul da Europa.

Muitas destas mulheres não sabiam que havia mar entre Mauritânia e Canárias, outras caíram desmaiadas ao reconhecerem familiares entre as imagens dos repórteres canários. Rokhaya Ndioye perguntou-me como pode saber se seu filho está vivo. Não soube que responder-lhe...

http://lacomunidad.elpais.com/inmigracion/posts
Traduzido do espanhol

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