O general "Diguanza" da Cooperativa o Lar do Patriota, em Luanda, mandou dez homens para assassinarem a jornalista Amélia de Aguiar. In Rádio Despertar
- A questão é essa. Onde é que eles estão? Queres mais cacusso?
- Não.
O jantar terminou. Agradeci. Na porta de saída despedi-me do Elder:
- Elder a Ava é uma ave rara.
- Obrigado. Estou muito preocupado com os Caminhos de Luanda.
- Vou tratar disso.
Era quase meia-noite. Estava na varanda a fumar um cigarro, a pensar como resolveria os problemas do dia seguinte. Na rua vejo uma mulher, que parece a imagem da morte. Vai muito lenta. É baixa e forte de rosto jovem. O cabelo mal se vê porque está coberto de sujidade. Um pequeno xaile ajuda-a a cobrir as costas. Vê-se no peito uma camisola rasgada, e nas pernas o resto de uma saia. Os chinelos afastam-se dos pés, já não servem para andar. Parece ter saído de uma vala comum, porque todo o aspecto exterior está banhado com terra. É a imagem adequada de quem não tem para onde ir. Como se fosse um espelho, onde todas as imagens desta sociedade nela se reflectissem.
Elder parte para a Namíbia:
- Vou lá tratar dos últimos preparativos. Arrumar definitivamente as coisas. Sigo primeiro, a Ava depois. Ela fica uns dias em casa de uma amiga, junto ao aeroporto, a tratarem de assuntos que lhes dizem respeito. Depois juntamo-nos. Ela irá para Portugal definitivamente. Ficas com a chave da nossa casa, para vigiares se algo de anormal acontecer. Não te custa nada…estás em cima.
- Daqui a quanto tempo…
- Quinze dias, um mês.
- Como sempre.
- Não, não me posso demorar muito. Olha, já falei com o Novo Director. Despacha isso de qualquer maneira… fica bem por aqui.
- A questão é o transporte.
- Ah! Sim. Quando chegar terás o teu carro. Dei ordens ao Heitor para te apoiar.
- Elder quando estás é uma coisa, com o Heitor é outra.
- Falei muito bem com ele. Nada te faltará, fica tranquilo.
Tive a ideia de idealizar um programa de contabilidade no Excel. Havia o problema das ligações, com o balancete do razão e analítico. Iniciei os testes. A questão era como ir buscar os totais dos movimentos. Mas sabia que depressa resolveria isso. Falei com a Chefe e propus-lhe a ideia:
- Vou levar algumas pastas para adiantar serviço, enquanto isso, vou instruir o jovem para inserir os documentos no Excel.
- Acho boa ideia. Se você conseguir estaremos safos. Até porque o Ministério diz que não nos dá mais dinheiro, se não apresentarmos números. Agora estão muito exigentes. Querem mapas trimestrais. Conto com a sua colaboração:
- Decerto, toda.
Às vinte e duas horas encostei-me na varanda. Lá em baixo havia barulho junto à porta de entrada. Baixei-me o mais que pude para observar. Notei que a luz estava acesa na casa do Elder. Peguei na chave e desci para investigar. Abri a porta e entrei. Na sala ouvi alguns gemidos. Fiquei indeciso. Achei que vinham da porta da rua. Já estava com o dedo no interruptor para apagar a luz. Ouvi mais gemidos. Não eram da rua vinham do quarto. A porta estava meia aberta. Empurrei-a e vi a Ava nua na cama com um homem. Ela viu-me, puxou o lençol e tapou-se. Empurrou o homem que caiu desamparado no chão, no lado que eu não podia ver quem era.
Retirei-me e sentei-me na sala. Que estranha maneira que a Ava e o Elder têm de se amarem. Acho que ficaram envergonhados. Que casal brincalhão. – Pensei.
Ava saiu do quarto, com um roupão ainda a acabar de amarrar o cinto. Com os cabelos desarrumados senta-se, e encosta a cabeça no extremo do sofá. Cruza as pernas e parece não se dar conta que estão nuas. Os seios nus, aparecem de vez em quando, devido aos movimentos nervosos do corpo. Aborda-me:
- A questão é essa. Onde é que eles estão? Queres mais cacusso?
- Não.
O jantar terminou. Agradeci. Na porta de saída despedi-me do Elder:
- Elder a Ava é uma ave rara.
- Obrigado. Estou muito preocupado com os Caminhos de Luanda.
- Vou tratar disso.
Era quase meia-noite. Estava na varanda a fumar um cigarro, a pensar como resolveria os problemas do dia seguinte. Na rua vejo uma mulher, que parece a imagem da morte. Vai muito lenta. É baixa e forte de rosto jovem. O cabelo mal se vê porque está coberto de sujidade. Um pequeno xaile ajuda-a a cobrir as costas. Vê-se no peito uma camisola rasgada, e nas pernas o resto de uma saia. Os chinelos afastam-se dos pés, já não servem para andar. Parece ter saído de uma vala comum, porque todo o aspecto exterior está banhado com terra. É a imagem adequada de quem não tem para onde ir. Como se fosse um espelho, onde todas as imagens desta sociedade nela se reflectissem.
Elder parte para a Namíbia:
- Vou lá tratar dos últimos preparativos. Arrumar definitivamente as coisas. Sigo primeiro, a Ava depois. Ela fica uns dias em casa de uma amiga, junto ao aeroporto, a tratarem de assuntos que lhes dizem respeito. Depois juntamo-nos. Ela irá para Portugal definitivamente. Ficas com a chave da nossa casa, para vigiares se algo de anormal acontecer. Não te custa nada…estás em cima.
- Daqui a quanto tempo…
- Quinze dias, um mês.
- Como sempre.
- Não, não me posso demorar muito. Olha, já falei com o Novo Director. Despacha isso de qualquer maneira… fica bem por aqui.
- A questão é o transporte.
- Ah! Sim. Quando chegar terás o teu carro. Dei ordens ao Heitor para te apoiar.
- Elder quando estás é uma coisa, com o Heitor é outra.
- Falei muito bem com ele. Nada te faltará, fica tranquilo.
Tive a ideia de idealizar um programa de contabilidade no Excel. Havia o problema das ligações, com o balancete do razão e analítico. Iniciei os testes. A questão era como ir buscar os totais dos movimentos. Mas sabia que depressa resolveria isso. Falei com a Chefe e propus-lhe a ideia:
- Vou levar algumas pastas para adiantar serviço, enquanto isso, vou instruir o jovem para inserir os documentos no Excel.
- Acho boa ideia. Se você conseguir estaremos safos. Até porque o Ministério diz que não nos dá mais dinheiro, se não apresentarmos números. Agora estão muito exigentes. Querem mapas trimestrais. Conto com a sua colaboração:
- Decerto, toda.
Às vinte e duas horas encostei-me na varanda. Lá em baixo havia barulho junto à porta de entrada. Baixei-me o mais que pude para observar. Notei que a luz estava acesa na casa do Elder. Peguei na chave e desci para investigar. Abri a porta e entrei. Na sala ouvi alguns gemidos. Fiquei indeciso. Achei que vinham da porta da rua. Já estava com o dedo no interruptor para apagar a luz. Ouvi mais gemidos. Não eram da rua vinham do quarto. A porta estava meia aberta. Empurrei-a e vi a Ava nua na cama com um homem. Ela viu-me, puxou o lençol e tapou-se. Empurrou o homem que caiu desamparado no chão, no lado que eu não podia ver quem era.
Retirei-me e sentei-me na sala. Que estranha maneira que a Ava e o Elder têm de se amarem. Acho que ficaram envergonhados. Que casal brincalhão. – Pensei.
Ava saiu do quarto, com um roupão ainda a acabar de amarrar o cinto. Com os cabelos desarrumados senta-se, e encosta a cabeça no extremo do sofá. Cruza as pernas e parece não se dar conta que estão nuas. Os seios nus, aparecem de vez em quando, devido aos movimentos nervosos do corpo. Aborda-me:
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