Denúncia da sociedade Vicente Paulo, que pede mais
solidariedade aos portugueses e mais sensibilidade ao Governo.
O presidente da Sociedade São Vicente Paulo,
uma das instituições que gere o Fundo Social Solidário (FSS) criado pela Igreja
Católica, disse nesta sexta-feira em Fátima que “há muitas famílias a viverem
sem água, sem luz e sem gás”.
António Correia Saraiva sublinhou que os
problemas relacionados com a habitação representam “a maior fatia” do FSS e que
são mais visíveis em dioceses como as de Vila Real, Porto e Guarda.
O responsável da instituição salientou, no
final de uma reunião que juntou em Fátima as entidades que gerem o FSS, que 75%
das solicitações feitas ficaram sem resposta, já que em 2012 a verba pedida
pelas famílias portuguesas rondou 1,8 milhões de euros, mas o valor transferido
foi de 469 mil euros.
No caso da habitação, foram registados 1.979
pedidos de ajuda relacionados com o pagamento do empréstimo da casa, renda,
água, electricidade e gás, tendo sido apoiadas 982 famílias.
“Isto não significa que as pessoas sejam
abandonadas”, uma vez que “são ajudadas numa fase posterior” ou “reencaminhadas
para outras instituições”, explicou António Correia Saraiva.
A maioria dos pedidos são oriundos das
dioceses de Vila Real, Setúbal, Porto, Guarda, Aveiro e Beja.
O presidente da Sociedade São Vicente Paulo
criticou o Governo porque “não está a encarar a pobreza como um problema
efectivo e que pode trazer graves problemas à sociedade” e alertou para o facto
de os donativos estarem a diminuir “consideravelmente”.
António Correia Saraiva expressou ainda a sua
convicção de que 2013 vai ser “um ano muito difícil” e pediu ao “povo português
que seja solidário para com as instituições [sociais] que estão no terreno”.
Imagem: Muitas famílias vivem com dificuldades e
necessitam de ajuda Daniel Rocha
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