domingo, 10 de fevereiro de 2013

MAIOMBE/CACUACO, "Alojamentos" e gatos escondidos por detrás da operação de demolições


Na Funda, nas imediações da conhecida praça do Sábado, estão a ser “realojadas” as famílias do Maiombe, cujas habitações foram demolidas, faz hoje 9 dias.
Um terreno baldio, não se sabe se é do Estado, ou propriedade comprometida pertencente a um general.
Há dois dias que o espaço em causa, vem sendo reclamado por dois supostos proprietários que ameaçaam os seus "novos residentes".
Este terreno, com 150 mil metros quadrados aproximadamente, é dividido por uma estrada de terra batida.
Dum lado e doutro, o terreno é marcado de acentuados declives, que desaparecem, á medida que avançamos mais para o interior, vindos das margens do rio Bengo.
É no prolongamento da terra, ou nas suas encostas onde se apinham milhares de pessoas, a espera da sua vez para aceder oficialmente aos 15X10 metros quadrados e montar a sua “bate-chapa” como chamam a casa de construção precária. Ninguém está autorizado a descarregar areia, ou qualquer outro género de construção definitiva.
Ao local, continuavam a chegar neste sábado, pessoas transportadas em camiões basculantes ou a “caleluia”, motorizada com carroçaria.
Inscrevem-se, enfrentando para o efeito uma fila longa. Ao cabo de horas de espera, obtém fichas de cartolina, pelas quais são chamados posteriormente para indicar onde devem construir.
É um processo moroso, nada fácil!
Alguns dos residentes estao mesmo a ficar de fora, reclama Pedro Maria, regressado do Zaire, para onde se deslocara.
“Fui no município do Soyo, para me matricular lá. Quando regressei encontrei que as coisas aconteceram. Mas vou esperar...” disse
Ainda que contra a sua própria vontade, a administradora do Cacuaco continua a procurar iludir a opinião pública sobre o que realmente se passou com as demolições, nomeadamente a falta de comunicação dos moradores, a falta de alojamento condigno, os excessos (utilização de aviação) e falta de clarificação na morte de pessoas.
A senhora administradora aceita ir mais longe quando cria falsas expectativas, prometendo entregar casas ás famílias, mesmo que esteja consciente de que isso não dependerá dela!
Quantas famílias forçosamente desalojadas em Luanda, continuam aguardar?
Camarada Administradora Rosa Janota dos Santos, sejam dignos da função que ocupam, preservando a vossa imagem e deixem de ser usados na cobertura de crimes por violação de direitos humanos. Não se pode tapar o sol com a peneira. Afinal os verdadeiros mandantes, que são os novos latifundiários de Angola, investidos do poder de Estado, só este podem ordenar que se movimentem helicópteros e unidades militares.
Por Alexandre Neto Solombe
http://www.angola24horas.com

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