Na Funda,
nas imediações da conhecida praça do Sábado, estão a ser “realojadas” as
famílias do Maiombe, cujas habitações foram demolidas, faz hoje 9 dias.
Um terreno
baldio, não se sabe se é do Estado, ou propriedade comprometida pertencente a
um general.
Há dois dias
que o espaço em causa, vem sendo reclamado por dois supostos proprietários que
ameaçaam os seus "novos residentes".
Este
terreno, com 150 mil metros quadrados aproximadamente, é dividido por uma
estrada de terra batida.
Dum lado e
doutro, o terreno é marcado de acentuados declives, que desaparecem, á medida
que avançamos mais para o interior, vindos das margens do rio Bengo.
É no
prolongamento da terra, ou nas suas encostas onde se apinham milhares de
pessoas, a espera da sua vez para aceder oficialmente aos 15X10 metros
quadrados e montar a sua “bate-chapa” como chamam a casa de construção
precária. Ninguém está autorizado a descarregar areia, ou qualquer outro género
de construção definitiva.
Ao local,
continuavam a chegar neste sábado, pessoas transportadas em camiões basculantes
ou a “caleluia”, motorizada com carroçaria.
Inscrevem-se,
enfrentando para o efeito uma fila longa. Ao cabo de horas de espera, obtém
fichas de cartolina, pelas quais são chamados posteriormente para indicar onde
devem construir.
É um
processo moroso, nada fácil!
Alguns dos
residentes estao mesmo a ficar de fora, reclama Pedro Maria, regressado do
Zaire, para onde se deslocara.
“Fui no
município do Soyo, para me matricular lá. Quando regressei encontrei que as
coisas aconteceram. Mas vou esperar...” disse
Ainda que
contra a sua própria vontade, a administradora do Cacuaco continua a procurar
iludir a opinião pública sobre o que realmente se passou com as demolições,
nomeadamente a falta de comunicação dos moradores, a falta de alojamento
condigno, os excessos (utilização de aviação) e falta de clarificação na morte
de pessoas.
A senhora
administradora aceita ir mais longe quando cria falsas expectativas, prometendo
entregar casas ás famílias, mesmo que esteja consciente de que isso não
dependerá dela!
Quantas
famílias forçosamente desalojadas em Luanda, continuam aguardar?
Camarada
Administradora Rosa Janota dos Santos, sejam dignos da função que ocupam,
preservando a vossa imagem e deixem de ser usados na cobertura de crimes por
violação de direitos humanos. Não se pode tapar o sol com a peneira. Afinal os
verdadeiros mandantes, que são os novos latifundiários de Angola, investidos do
poder de Estado, só este podem ordenar que se movimentem helicópteros e
unidades militares.
Por Alexandre
Neto Solombe
http://www.angola24horas.com
Sem comentários:
Enviar um comentário