Lembro-me claramente o dia em 1982 em que conheci o Dr
Elias Isaac, que agora lidera a Open Society em Angola.
Sousa
Jamba. Facebook
Éramos crianças no campo dos refugiados de Meheba na
Zambia, e o então Mano Elias Isaac, que estava a estudar na prestigiosa Mindolo
Theological Institute no Kitwe, Zambia vei falar conosco acompanhado pelo o
falecido Dr Whitney Darylmple. Ele disse a nos jovens que mesmo se estivéssemos
no estrangeiro tínhamos o dever de evitar os maus vícios (como beber e nao
respeitar os mais velhos) porque Angola estava a espera da nossa contribuição.
Esta noite, cá em Washington, fiquei muito comovido quando ouvi o Dr Isaac a
dizer isto no programa “Angola Fala Só” sobre as pessoas que foram deslocadas
no Cacuaco: “Jõao Santarita, eu estive lá e o que eu vivi e presenciei naqueles
momentos deu me a entender que nunca tinha sentido a crueldade e maldade das
pessoas. Eu vi crianças debaixo da chuva porque o tecto de chapas improvisado
pelo o pai despareceu por causa da ventania. Eu vi um homem a ser cortejado por
uma chapa que esvoaçava. Eu vi tanta dor que eu conseguia acreditar que num
pais independente como Angola, democrático, ainda existem dirigentes que
conseguem tratar os seus concidadãos desta maneira. A própria administradora do
município do Cacuacuo deve ser levada á barra do tribunal. Eu acredito que o
senhor Presidente dos Santos não tem recebido informações corretas. Como ser
humano eu acredito que ele tem coração, tem sentimentos. Eu não acredito que
ele é que esta a dar aquelas ordens. O que aconteceu no Cacuaco é uma
selvageria. Aquilo nem no tempo colonial; nem no tempo do Mobutu; nem no tempo
do Bokassa, do Idi Amin coisas idênticas aconteceram.!”
Fotos: Ermelinda Freitas
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