Lubango - De 11-14 de Maio de 2012, no Bairro Dr. António
Agostinho Neto (Arco-Íris), na província da Huíla, município do Lubango,
oficiais da Administração Municipal do Lubango, demoliram aproximadamente 7
casas.
Desta
vez, tais demolições estão sendo levadas a cabo com auxílio de ferramentas
manuais tais como, picaretas e marretas, talvez para diminuir o impacto e a
atenção dos cidadãos nacionais e internacionais em relação ao acto.
Os
moradores que perderam as suas casas, foram sendo pressionados e ameaçados a
título individual, por oficiais afectos à Administração Municipal do Lubango,
para que aqueles retirassem as chapas de suas casas e abandonarem o local de
forma “voluntária”, para dar a entender que os moradores aceitaram de bom grado
o plano das demolições, tentando apagar o formato muito compulsivo e violento
das demolições de Março e Setembro de 2010 (casos da Tchavola e Tchimukua).
Para
além de indivíduos afectos à Administração Municipal, presume-se que alguns
agentes da polícia nacional têm estado a intimidar as pessoas para se
retirarem.
Os elementos afectos à Administração Municipal, depois de demolirem as casas, no dia 14 de Maio de 2012, obrigaram outras famílias a retirarem as chapas porque iam continuar a deitar abaixo as casas.
Algumas famílias, desorientadas, iam retirando as chapas, e aquelas com maiores possibilidades alugavam carros para se dirigirem ao Tchituno, local de reassentamento, para dai fazerem casas feitas de chapa de zinco e recomeçarem a vida quase do zero.
As crianças que estudam, vão perder o ano lectivo porque neste momento encontram-se de pausa pedagógica do primeiro trimestre, e que não poderão continuar a estudar por causa das demolições.
Por outra, até à presente data, o Governo da Província da Huíla, não conseguiu construir escolas, hospitais, estradas, saneamento básico, espaços de lazeres… no local de alojamento.
As mulheres chefes de famílias, idosas/os, os portadores de deficiência, as crianças, são os que mais estão a sofrer com toda esta situação.
A ACC tem estado a reunir e concertar estratégias com os grupos determinados a lutar por um desalojamento condigno, respaldado pela lei, com o mínimo de observância de pressupostos dos tratados e critérios internacionais sobre o desalojamento.
É curioso que as famílias desorientadas não acreditam, nem nos conselhos da ACC, nem noutros encorajamentos a partir de cidadãos conhecedores da lei e da situação.
Pelo nosso palpite, a orientação das demolições, cujo plano é antigo e data das primeiras de 2010, deve ter mão e orientação superior, com possibilidades de gerar lucros fabulosos no mercado imobiliário dominado pela elite angolana.
Lubango, aos 15 de Maio de 2012
ACC
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