sábado, 19 de maio de 2012

Angola com meios sofisticados para interceptar escutas telefônicas



Lisboa – As autoridades angolanas são referenciadas, num  habilitado memorando,   como  estando na lista dos   poucos países  de África  que  está desde,  os últimos  anos,   a  usar ,  meios de  comunicação de última  geração com capacidade de cobrir a região geográfica a que ela se encontra.  

Fonte: Club-k.net
Com capacidade de alcançar países vizinhos
Os aparelhos agora instalados num centro no Morro Bento em Luanda, tem a habilidade de  enviar  para a entidade interessada (geralmente ao SINSE)  a interseção  da mensagem em áudio de forma desencriptada  num  avançado formato  digitalizado em  imprenso. São geralmente realizadas  nas  acções de vigilância e controlo de indivíduos e meios considerados “adversos” do regime.

Em meados de 2011, o  general António José Maria, chefe do Serviço de Inteligência Militar (SIM)  foi a principal figura impulsionadora  de uma  aquisição de  equipamentos  adquiridos a partir de Israel,  numa movimentação ao  qual foram preteridos fornecedores chineses, inicialmente  contactados para o efeito.

O  envolvimento do SIM,  advêm da sua experiência, que o  levaram a adquirir  meios eletrônicos  que serviram  para intercepção, no passado,  das comunicações do falecido  líder da rebelião armada Jonas Savimbi,  a partir de uma base  que funcionava na Catumbela. A base conhecida internamente como a BATOP era um centro de comunicações militares que estava sob alçada do general José Maria. Logo após ao fim do conflito,  dedicou-se especialmente a   interceptar redes de comunicações de países vizinhos, com  realce para   RDC, seu principal  alvo.  O centro era dirigido  localmente pelo general  “Alex”, um oficial oriundo da UNITA (desertou em 1993 a partir do Negage).

Há cerca de 4/5 anos, as autoridades previam transferir integralmente a BATOP, para um centro em Luanda (Calumbo),  uma iniciativa que não foi avante,   aparentemente por causa de desinteligências com  os   chineses  contratados para construir  e equipar as novas instalações.

O centro no Morro Bento,  funcionou  da sua fase inicial como uma extensão da BATOP, passando nos dias de hoje a "efectivo".  A 2  de Abril  de 2011,  foi   interceptada  uma chamada de telefone  que o SG do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes, recebeu de   um  elemento  identificado por  “Domingos” a solicitar apoio para compra de  garrafas de Água para  levar  para uma manifestação que teria lugar  neste mesmo dia, no largo primeiro de Maio, em Luanda. O teor da  conversa foi apresentado  numa reunião do MPLA,  ao qual contou com a presença de Bento Kangamba, como evidencia de que os jovens contestatórios  ao regime tinha contacto com pessoas da  oposição.

Há quatro  anos atrás,  isto, precisamente a  8  Agosto de 2008,  o centro  de escutas, despachou para a sede do  SINSE, o teor da  intercepção de uma chamada telefônica  ao então  SG do extinto PAJOCA,   David Mendes  quando este saía de  uma agencia bancaria a caminho do aeroporto para tomar o vôo das 14h  pela transportadora aérea sul africana (SAA) rumo a Johanesburgo.  A intercepção  deu lugar, a uma ordem  a policia fiscal  do   aeroporto internacional  de Luanda  para que o interceptassem   por viajar com  85 mil dólares  (a lei permite apenas valor inferiores a 15 mil dólares).  A operação foi  acompanhada por um alto funcionário da área técnica do SINSE, Mateus Vilembo,  e destinou-se a  causar desgaste a imagem de David Mendes.

As escutas telefônicas em Angola, são  feitas de modo ilegal (não permitidos por lei) e cobrem também  alvos  sensíveis  como  as  embaixadas e organizações internacionais.  Sebastião Martins, o chefe do SINSE  tenciona legalizar  está pratica para  facilitar  na  apresentação de provas criminais  em tribunal, em casos de difícil apuramento de evidencias, em processos judiciais.  A 11 de  Outubro de 2010,  remeteu  ao Procurador-Geral da República, João Maria de Sousa, o  draft da sua proposta para  habilitadas apreciações e respectivos pronunciamentos.

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