Maputo (Canalmoz) - O proprietário da
estância turística “Praia de Ouro Sul”, na Ponta de Ouro, província de
Maputo, no sul de Moçambique, de nacionalidade sul-africana, Eugene Rautenbach,
é acusado pelos seus trabalhadores de prática de actos de racismos e violação
constante da legislação laboral moçambicana. Contactado pelo Canalmoz, Eugene
Rautenbach não quis comentar o assunto.
Os trabalhadores desta estância turística de
cinco estrelas, acusam o seu proprietário de, “para além de ser arrogante estar
constantemente a faltar ao respeito, através de insultos, usa a expressão de
discriminação racial como “preto” para tratar ou chamar os seus empregados”.
Esta situação está a criar um total
desconforto e revolta no seio dos empregados, daí a razão de terem procurado a
nossa Reportagem para denunciar estes actos que, segundo eles, já foram
reportados às autoridades governamentais locais bem como à inspecção-geral do
Turismo, mas segundo eles “nada foi feito”.
Este é um caso que de acordo com os
trabalhadores que nos procuraram “tem vindo a registar-se há já bastante tempo
mas nada muda apesar das várias reuniões que tivemos com ele juntamente com as
autoridades governamentais locais na tentativa de repudiarmos o tratamento
menos recomendado a que somos sujeitos pela parte do nosso patrão”, afirmou o
porta-voz do grupo dos 40 trabalhadores da “Praia de Ouro Sul”, que pediu para
que o citássemos em anonimato por temer represálias.
“Aqui quando alguém reclama, senão é mandado
embora sem justa causa, é encarcerado nas celas da Polícia local”, afirmam os
trabalhadores que nos procuraram em representação dos demais colegas..
Três meses sem salário
Para além de insultos, falta de respeito e
discriminação racial que são sujeitos os 40 trabalhadores da “Praia de Ouro
Sul”, dizem que estão há três meses sem salário.
“Estamos há três meses sem salário e quando
perguntamos o nosso patrão ele não diz nada”.
“O pior é que quando reclamamos os nossos
salários ele diz que podem ir queixar onde quiserem que ninguém fará algo
contra mim”.
“Nós já comunicámos ao Governo local, uma vez
que não é a primeira nem a terceira vez que isso acontece. Ele faz isso porque
é «intocável», e pior ainda age em conivência com o nosso chefe dos recursos
humanos”, denuncia um dos trabalhadores para depois acrescentar: “Nós temos
família e filhos que estudam, que precisam de comer e comprar material. Sem
salário, como é que vamos sobreviver?”, questiona um outro trabalhador.
“Pedimos a quem de direito para resolver esta
situação porque não é permitido que alguém trabalhe sem receber. Ainda somos
sujeitos a trabalhar mais de oito horas de tempo por dia”.
Os trabalhadores, sobretudo os da área de
limpeza de esgotos, casas de banho e cozinha, dizem que trabalham sem
equipamento de protecção como luvas e máscaras, o que constitui um verdadeiro
atentado à sua saúde.
A falta de indicação de preços dos serviços e
produtos que são vendidos naquela instância turística em moeda nacional, ou
seja, em metical, bem como o uso de panfletos publicitários escritos apenas em
inglês são outras questões perpetradas pelo proprietário da “Praia de Ouro Sul”
e proibidas pela legislação moçambicana, que foram denunciadas à nossa
Reportagem pelos trabalhadores daquela estância turística. (Raimundo Moiane)
O
racismo imposto imposto pelo colonialismo português em Moçambique era, ...
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