Desespero e revolta é o sentimento dos mais
afetados que não sabem onde vão pernoitar
Por Alexandre Neto
Inúmeras barracas, algumas das quais residências
familiares foram hoje demolidas na praia das Mabundas, Administração da Samba.
Segundo testemunhos recolhidos no local, a operação
de demolição teve início nas primeiras horas da madrugada desta quinta-feira.
Homens e máquinas tomaram a comunidade de surpresa.
Alguns residentes foram encontrados como o dia em que vieram ao mundo!
Desespero e revolta é o sentimento dos mais
afectados que não sabem onde vão pernoitar.
Esta tarde cerca de duas dezenas de moradores
seguiram para a sede da Administração, onde desejavam pedir explicações ao
responsável que segundo se diz disfarçado, presenciou as demolições.
A VOA tentou ouvir o responsável municipal. A nossa
reportagem foi entretanto informada por uma secretária identificada apenas por
Teresa dizendo que o mesmo não se encontrava no gabinete.
Rafael Marques jornalista e activista cívico, ficou
detido pela polícia, depois de ter sido visto no meio da multidão de
revoltados, a tomar apontamentos. Como ele mesmo contou, foi posto em liberdade
graças a intervenção popular…
Demolições em anos de eleições, como se pode
justificar-se (?) Pergunta que colocamos a Guilherme Santos, activista cívico
na região sul de Angola!
“No essencial eu penso que entre outras coisas
temos em Angola uma conflitualidade do ponto de vista até filosófico entre a
dimensão monetária e até económica e mercantilista que está conflituando com a
dimensão social e humana. O betão está cada vez mais a sobrepor-se aos
interesses humanos e sociais e culturais”
Foto: Alex Neto
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