terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Capturado pela Polícia em Maputo. PRM diz desconhece onde está detido porta-voz dos desmobilizados de guerra


Alega que ele foi julgado na semana passada pelo Tribunal Distrital da Maxixe, província de Inhambane, acusado de acumulação de vários crimes que não foram revelados, mas o Canalmoz foi informado que Jossias Matsena está encarcerado na Cadeia da Cidade de Inhambane depois de um juiz em Panda ter entendido que não há matéria para o incriminar e as acusações que pesam sobre o porta-voz do Fórum de Desmobilizados de Guerra versarem matérias que a terem ocorrido ocorreram noutros distritos que não Panda e Maxixe.

Maputo (Canalmoz) - A Polícia da República de Moçambique (PRM), na província de Inhambane, diz não saber em que distrito se encontra detido o porta-voz do Fórum dos Desmobilizados de Guerra, Jossias Matsena, capturado pela corporação policial na semana passada, na cidade de Maputo, argumentando que “o caso Matsena se encontra sob alçada do tribunal”.
O porta-voz da PRM na província de Inhambane, Vagomar Arlindo, disse, no entanto, num contacto telefónico na manhã de ontem promovido pelo Canalmoz, que Jossias Matsena foi julgado compulsivamente ainda na semana passada pelo Tribunal Distrital da Maxixe.
“Ele já foi julgado e não sei se está agora na Maxixe ou no distrito de Panda. Não temos mais detalhes sobre a situação dele. Talvez o tribunal ou o Ministério Público pode esclarecer melhor o caso”, disse o porta-voz da PRM em Inhambane ao Canalmoz.
A Polícia diz que ao capturar Jossias Matsena, estava a cumprir com um mandato de busca e captura que tinha sido emitido por um juiz do Tribunal Judicial da Maxixe. Entretanto, acrescenta o mesmo porta-voz não saber se depois de ter sido entregue ao Ministério Público e ao Tribunal da Maxixe, Jossias Matsena terá sido condenado ou não no julgamento pelas acusações que pesam sobre ele.
“O julgamento aconteceu na semana passada, mas não posso precisar se foi ou não condenado”, afirmou a fonte da Polícia na capital provincial de Inhambane, acrescentando que “a nossa actuação (captura) foi para permitir que ele fosse julgado, porque era precisado no tribunal”.
“Eu não posso precisar com exactidão de que ele é acusado. Sei que era acusado de vários crimes, ou seja, foi acusado de acumulação de vários crimes. Nós apenas cumprimos as ordens do tribunal, de capturar e trazê-lo a julgamento”, disse Vagomar Arlindo, sublinhando não saber se Jossias Matsena foi ou não condenado. Disse ainda que não tem conhecimento do local onde se encontra actualmente encarcerado, se em Maxixe ou Panda.
“Ele estava aqui na BO (Brigada Operativa – cadeia de máxima segurança) e daqui foi transferido para Maxixe e não sabemos a situação dele se está detido em Maxixe ou Panda”, concluiu o porta-voz da PRM em Inhambane, Vagomar Arlindo, no contacto que manteve com a Reportagem do Canalmoz.
Uma outra fonte policial que nos pediu rigoroso anonimato confidenciou ao Canalmoz que Jossias Matsena foi capturado em Maputo e transportado para Panda onde um juiz vendo que não há matéria para o julgar se absteve de o fazer tendo a PRM mantido o porta-voz dos desmobilizados de guerra sob custódia.
De acordo com essa fonte, Jossias Matsena estava até sexta-feira encarcerado na Cadeia de Inhambane.
A Liga dos Direitos Humanos já emitiu um comunicado a manifestar a sua preocupação por a PRM estar a manter sob custódia e em parte incerta o porta-voz do Fórum dos Desmobilizados de Guerra, Jossias Matsena.
De acordo com a legislação Jossias Matsena se alguma suspeita existe contra ele deveria estar sujeito a procedimentos judiciais ontem eventualmente tivesse cometido os crimes de que o acusam, mas a PRM está a transferi-lo de uns distritos para os outros, como nos dizem com o aval de outras forças de segurança, numa tentativa desesperada de encontrar um juiz que se preste a violar a lei e a permitir uma saída airosa à PRM que mantém o porta-voz dos desmobilizados detido ilegalmente. (Redacção / Bernardo Álvaro)
Imagem: O porta-voz do Fórum dos Desmobilizados foi hoje detido pela polícia quando ...
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