Luanda - Em declarações ao caderno de economia do semanário Novo Jornal, o ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos de Guerra, Kundy Paihama, disse taxativamente: ‹‹sou empresário e dou a cara››. Eu pergunto-me: o mais velho disse isso por ignorância ou por boçalismo?
Fonte: Facebook
Sendo ele membro do Bureau Politico do MPLA e integrante do Conselho de Ministros, instâncias por onde passam as propostas de leis de iniciativa do MPLA antes de chegarem à Assembleia Nacional, deveria ter obrigação de saber que é crime misturar funções públicas com privadas. Ou o mais velho não entendeu patavina da lei da probidade pública? A questão é simples: se é empresário não pode ser ministro e vice-versa.
A promiscuidade em que o mais velho se envolveu é prejudicial para o Estado. Além do tráfico de influência, que neste caso sempre favorecerá as suas empresas, o mais velho Kundy já não consegue entregar-se de corpo e alma às tarefas que lhe incumbem no Governo. É que na mesma entrevista ele reconhece que todas sextas-feiras ninguém o apanha no seu gabinete de ministro, pois nesse dia está, invariavelmente, na sua fazenda. Ou seja, nem mesmo o Presidente da República pode contar com o seu ministro nesse dia da semana.
Pena é que o jornalista não tenha perguntado ao ministro-empresário se mensalmente devolve aos cofres públicos o dinheiro correspondente aos quatro dias de semana em que não trabalha para o Estado. Muito dado a ditos populares, o mais velho Kundy por certo que também saberá aquele que diz que o cão só leva um osso. Ora, se até um animal irracional age assim, por que razão o nosso mais velho entende que deve ser ministro e empresário ao mesmo tempo? Largue um dos ossos, mais velho.
Nga ku diondo, mua dya kimi.
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