As práticas educativas parentais desde o nascimento dos filhos são responsáveis, em noventa por cento dos casos, por comportamentos inadequados como o “bullying” e a indisciplina escolar, defende em livro o investigador e psicólogo Luís Maia.
Será? Não me digam que vamos ter de responsabilizar os pais de Pedro Passos Coelho ser hoje um adulto com comportamentos inadequados?
“E Tudo começa no Berço”, é o título do livro a ser lançado amanhã, no qual o autor defende que é desde o nascimento da criança que se desenvolvem grande parte das suas características, positivas ou negativas.
"Perdoem-me pais, mas a culpa de muitos de nós não termos controlo sobre o comportamento dos nossos filhos, estou convencido, não é dos filhos, nem da sociedade: é nossa", escreve o autor alertando para a necessidade de os pais estarem mais presentes na vida dos filhos.
Vou pôr esta questão aos meus pais e, é claro, cobrar-lhes com juros o resultado do meu (des)empenho nesta vida. Tem de ser.
Se hoje é essencial para se estar materialmente bem na vida não ter coluna vertebral ou, em alternativa, tê-la com características amovíveis, só posso culpar os meus pais por não me terem dotado com essas valências.
Se hoje é condição “sine qua non” para se ter um bom emprego, ou até apenas trabalho, saber pensar com a cabeça dos outros – sobretudo dos donos do país – porque carga de chuva os meus pais não me deram essa possibilidade?
Se hoje é vital para sobreviver, sobretudo nas ocidentais praias lusitanas, não ter tomates, que culpa tenho eu que os meus pais mos tivessem dado, embora – creio – pensando na finalidade primária de dar continuidade à espécie?
Também não percebo (e que lhes vou cobrar, lá isso vou) a razão pela qual me educaram no sentido de eu ser o que sou e não o que os outros querem que eu seja.
Seja como for, adoro os meus pais.
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Orlando Castro
Jornalista (CP 925)
A força da razão acima da razão da força
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