Lisboa – Miguel Nzau Puna, notável figura do nacionalismo angolano que durante 20 anos foi o secretário-geral da UNITA, esta de volta ao convívio de figuras daquele que é o maior partido da oposição em Angola. A aproximação do mesmo (aos seus antigos companheiros) é justificada, por figuras que o rodeiam, por não ter amigos no MPLA, partido ao qual é deputado a Assembléia Nacional, desde que regressou do Canadá como embaixador.
Fonte: Club-k.net
Comité Permanente aceita readmissão de celebre general
No bairro, Nova Vida onde o mesmo reside, passou a ter mais ligações com antigos colegas da UNITA que ai vivem desde a época da assinatura dos acordos de paz. Tem contacto regular com mais velhos da linha do ex-deputado do “Galo Negro”, Rosário Kavaleka.
O mesmo sucede na Assembléia Nacional. Em momentos de intervalo das sessões plenárias quando os deputados se deslocam para os corredores ou na parte de lazer daquele espaço, Nzau Puna é geralmente visto do lado onde se direcionam os seus amigos da UNITA. Certa vez, ao entrarem para a plenária, o mesmo estava direcionar-se para o lado da bancada da UNITA e teve de ser um colega do maior partido da oposição a alertar-lhe que tinha de ir sentar ao lado dos camaradas do MPLA.
No dia da apresentação do governo-sombra da UNITA, Nzau Puna passou pela unidade hoteleira onde os seus colegas tomaram posse. Não presenciou o acto, mas aproveitou o momento para troca de impressões com antigos colegas que ali estavam. Os seus contactos mais visíveis dentro da UNITA são com os co-fundadores deste partido, Samuel Chiwale e Ernesto Mulato.
Dentro da UNITA há o sentimento de que o mesmo continua a ter feição por aquele partido. Tal manifestação começou a ser sentida anos atrás quando participou no funeral de um Coronel da logística das FALA, Arão Nguzengue que fora seu subordinado na Jamba. Na altura do elogio fúnebre, o deputado Nzau Puna destacou, na sua alocução, a bravura do antigo soldado usando terminologias que davam a impressão de que teria se esquecido que naquele exacto momento ele fazia parte do “inimigo” ao qual citava no discurso.
Nzau Puna tem debatido, igualmente a uma possível reintegração ao UNITA, porem invoca que a sua idade avançada remete-lhe a algum condicionalismo. Há uns anos atrás quando era embaixador no Canadá fez uma dura intervenção em favor de um grupo de grevista do sector público em Cabinda. Três dias depois foi convocado para se deslocar a Luanda para prestar esclarecimento sobre de que lado estava. Quando foi incluído nas listas de deputados do MPLA em 2008, e levado ao enclave para campanha pelo partido no poder, o mesmo viria a se explicar aos mais velhos da província que estaria numa situação de imposição. O sucedido aconteceu numa altura em que precisava do governo angolano para interceder junto a justiça Inglesa para que o seu filho que se encontra a cumprir pena de cerca de 25 anos naquele país passasse a cumprir metade da pena em Angola.
Para além do caso de Miguel Nzau Puna, um outro veterano combatente do extinto exercito da UNITA, o general Kufuna Yembe estava a ter o mesmo gesto de aproximação ao maior partido da oposição. Aproximou-se a UNITA tendo solicitado ao seu ingresso. Na última reunião do Comité Permanente da UNITA, o assunto foi levado para analise e a plenária aprovou a readmissão do celebre general.
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