Luanda – “Suzana Inglês foi eleita pelo Conselho Superior da Magistratura, num processo que, segundo o órgão que a escolheu, foi transparente”, referiu Quintino Moreira, que disse basear-se neste facto para confiar no trabalho da actual presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE). Quanto à questão levantada sobre o facto de a escolha não ter recaído para um magistrado em exercício de funções, como obriga a Constituição angolana, o líder político referiu que aceita a explicação dada, segundo a qual “os juízes são como sacerdotes”, o que faz com que seja “uma função para toda a vida”.
Fonte: O PAÍS Club-k.net
Apesar de outros partidos da oposição terem contestado a eleição de Suzana Inglês e interposto, inclusive, uma providência cautelar, a Nova Democracia, segundo o seu presidente, entende que “deveria ser encontrado um meio-termo para evitar que o processo eleitoral descarrile”. Nesta altura, a maior preocupação para a coligação é o facto de terem sido suspensas as discussões em torno do pacote eleitoral, no que toca à legislação que deverá regular o funcionamento dos partidos políticos e fontes de financiamento dos mesmos, bem como as leis de observação eleitoral.
“Está a haver um aproveitamento político da questão por parte de alguns partidos políticos, o que pode arrastar o processo eleitoral, por isso não apoiamos o processo que foi encaminhado ao tribunal”, justificou a fonte, para quem, apesar de se aguardar a decisão do judiciário, a discussão do pacote legislativo eleitoral deve continuar.
Caso os outros partidos mantenham a mesma posição, que para Quintino Moreira constitui um “bloqueio” ao processo, o mesmo alerta para o risco de adiamento das eleições previstas para este ano, o que o seu partido quer evitar a todo custo, porque, como nos adiantou, a ND tem uma meta a cumprir: tornar-se na segunda força política do país, suplantando a UNITA.
Falando com convicção, o nosso interlocutor alerta que a coligação que lidera está a preparar-se arduamente para as próximas eleições e que está a fazer um trabalho de profundidade em todo o país, que não se limita às capitais de províncias e se estende até aos municípios e comunas, onde tentam conquistar mais eleitores. Nesta altura, segundo revelou, a Nova Democracia tem mais de duzentos e oitenta mil militantes, o que aumenta a confiança num bom resultado. Aos seus adversários, Quintino Moreira deixa um recado: “quem viver verá”.
O crescimento da ND é visível, segundo o seu líder, o que aumentou o interesse de 18 partidos políticos que solicitaram integração na coligação, um processo que deverá culminar com a selecção daqueles que reúnem condições para reforçar o trabalho que têm feito. “Criámos uma comissão para avaliar cada um dos pedidos, porque não queremos apenas siglas, mas sim forças políticas com forte implantação em todo o país” A preparação para as próximas eleições decorre “a todo vapor” na ND. Segundo o líder político, a coligação vai escolher até meados de Março o seu cabeça-delista para as próximas eleições, que será também o candidato à Presidência da República. “Está tudo em aberto. A escolha poderá recair para alguém do interior dos partidos que compõem a Nova Democracia. Poderá ser um independente, desde que tenha uma imagem credível, que possa trazernos milhares de votos” .
NOVA DEMOCRACIA QUER FORMAR GOVERNO EM 2017
Quanto ao futuro de Angola, Quintino Moreira frisou que a coligação que dirige pretende melhorar as condições de vida dos angolanos, trabalhando para que todos os cidadãos nacionais possam ter emprego, o que poderá ser atingido com um forte investimento “na formação do homem”. Ao mesmo tempo, pretendem melhorar os serviços nos sectores da saúde e educação.
“Também vamos prestar especial atenção ao sector da justiça. O PAíS tem muitos quadros formados na área de Direito, mas que não têm espaço para trabalhar, o que faz com que centenas de cidadãos formados estejam desempregados. Queremos implantar tribunais em todos municípios e que o Ministério Público funcione em todas sedes municipais”, acrescentou o líder político.
O quadro actual, segundo Quintino Moreira, será invertido em 2017, ano em que a Nova Democracia pretende chegar ao poder. Entretanto, até lá, explicou, a coligação vai continuar a fazer o que chama de “oposição construtiva” que se consubstancia em “colocar os interesses da nação acima de qualquer outro”.
Sem comentários:
Enviar um comentário