Cabinda - 21 grevistas do sector de saúde em Cabinda foram detidos ontem durante a manifestação, tendo a Polícia Anti-Motin intervido com balas de borracha e jactos de água.
Fonte: Club-k.net
A greve, que começou Segunda-feira, dia 30 de Janeiro, já conta com a adesão de todas as unidades hospitalares do território de Cabinda. Convocou a greve o Presidente do Sindicato da Saúde, Manuel Guilherme Macaia Tati, que contesta a actual gestão do executivo local liderado por Mawete João Baptista.
“A actualização da carreira do enfermeiro é má, sendo agravante o salário mensal do pessoal Administrativo e básico avaliado em 21.000,00 Kwanzas. o Governo diz não ter mais dinheiro”, disse o Presidente do Sindicato da Saúde.
Sindicalistas e enfermeiros concentraram-se no Hospital Central de Cabinda, conforme a lei que estipula a organização da greve no local de trabalho. Estavam todos vestidos de preto, sinal de luto. Mas foram forçados a evacuar o local pela polícia sob instrução do Secretário Provincial da Saúde, Carlos Zeka. É assim que se dirigiram à sede do Sindicato da Saúde, no Largo Pedro Benge defronte ao edifício da Unta. Aqui , os maifestantes serão novamente impedidos de se concentrar por um forte aparato policial apoiado pela Brigada canina.
Quando eles se recusaram a sair do local, foram dispersos pela polícia com balas de borracha e jactos de água. O Presidente do Sindicato da Saúde e 20 manifestantes, entre os quais 17 senhoras, ao dirigirem-se aos polícias pedindo tranquilidade para negociações, foram simplesmente detidos.
“Muitos foram espancados e atirados para os carros da polícia, como se fossem animais. Uma das enfermeiras, a Sra Margareta Antunes Bungo, 30 anos, abortou no local da manifestação, em consequência da intervenção policial”, disse uma testemunha presente no local da manifestação.
Detidos às 09:30, os 21 manifestantes foram levados ao Comando Municipal da Polícial, sede actual da DNIC, onde ficaram sob detenção até 16:00. Logo apȏs ter ganho a liberdade, o Presidente do Sindicato da Saúde Manuel Guilherme Macaia Tati foi recebido em audiência pelo Vice-Ministro da Saúde Maseko.
“ Não há ainda negociações com o Governo. O encontro com o Vice-Ministro foi uma oportunidade para abordar a situação actual do sector de saúde em Cabinda”, disse o President do Sindicato da Saúde esta manhã.
Analistas não prevêm o estabelecimento de um acordo com um pacote que vai de encontro com as necessidades do sector de saúde. O governo diz que um tal acordo exige aumento dos gastos públicos, complicando assim os seus esforços para reduzir o défice público. Entretanto, a tensão sobe no seio dos agentes de saúde saturados com a actual gestão do executivo de Mawete João Baptista. A greve está a provocar transtornos à população, mas sem impacto imediato na economia de Cabinda.
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