Luanda - A UNITA tenciona levar para as ruas os protestos contra a manutenção da presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), anunciou esta Quarta-feira em Luanda o secretário-geral daquele partido, o maior da oposição angolana.
Fonte: Lusa Club-k.net
Segundo Vitorino Nhany, que fez o anúncio em conferência de imprensa, o seu partido, conjuntamente com o PRS e a FNLA, vão continuar a exigir a saída de Suzana Inglês da presidência da CNE por esta não reunir os requisitos legais para ocupar o lugar.
"Não vamos aprovar mais nenhuma lei eleitoral, porque não adianta estarmos na aprovação de leis quando paralelamente existe um outro grupo, que estuda a forma de violação das próprias leis. Estaríamos a brincar, portanto", considerou Vitorino Nhany.
O secretário-geral da UNITA revelou, por outro lado, que a oposição e o MPLA, partido maioritário, têm estado a "negociar no sentido" de Suzana Inglês abandonar a presidência da CNE.
"Estamos a convidar o MPLA a também respeitar um pouco a lei, porque é a esmagadora maioria do MPLA quem aprovou a Constituição da República", disse Vitorino Nhany, acrescentando que "o próprio MPLA sabe que a Dra. Suzana Inglês não reúne os requisitos exigidos".
"Se de facto esse diálogo se esgotar, não temos outra forma senão dialogarmos na rua. Não temos outra alternativa, vamos mobilizar de uma tal forma para que possamos dialogar na rua em função do artigo 47.º da Constituição - que consagra a liberdade de reunião e de manifestação", assegurou.
Vitorino Nhany lamentou ainda o facto de os partidos da oposição não terem tido a possibilidade de reunir com o secretário-geral da Nações Unidas, Ban Ki-moon, que realizou entre domingo e segunda-feira uma visita de 36 horas a Angola, para ficar com uma "melhor visão" da real situação do país.
"O secretário-geral da ONU saiu daqui com uma única visão: a visão do Governo. Foi pena, porque aguardámos horas no sentido de termos um contacto com o secretário-geral para também situá-lo com relação às questões políticas económicas e sociais que atravessa o país", referiu.
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