Luanda – Após dois dias encarcerados, as autoridades policiais angolanas libertaram na última sexta-feira, 17, por voltas das 14H45, sob ordem do procurador-geral junto a Direcção Nacional de Investigação Criminal, João Vemba Coca, o general Silva Simão Mateus, presidente instituído da Fundação 27 de Maio.
Fonte: Club-k.net
Na altura, o procurador João Vemba – segundo o vice-presidente daquela instituição não governamental José Fragoso – considerou ilegal a detenção do mesmo, uma vez que as acusações que lhe caiam não correspondiam com dados colhidos pela polícia de investigação no local. Razão pela qual, autoridades judiciais competentes se recusaram aplicar uma multa que correspondia a um soma de 500 dólares norte-americanos, ao apelidado “General dos Pés Descalços”.
Após a sua soltura, o também coordenador da União de Tendências do MPLA, recusou-se a prestar quaisquer declarações à imprensa. No entanto, limitou-se agradecer, além dos responsáveis da sua organização, a multidão dos membros da Associação ANA DENGUE (constituída maioritariamente pelos camponeses do distrito de Kilamba Kiaxi) presentes local.
“Fui informado pelos membros da Fundação que durante a minha injusta detenção pela polícia, vocês pernoitaram aqui no exterior desta instituição para exigir a minha soltura. Agradeço-vos profundamente por isso”, disse Silva Mateus, sem esquecer também de agradecer o secretariado do partido Bloco Democrático por ter omitido publicamente um comunicado exigindo, na altura, a sua soltura.
Este portal apurou que a Fundação 27 de Maio prevê realizar, na próxima semana, uma conferência de imprensa onde, possivelmente, o general Silva Mateus irá revelar, e esclarecer, com detalhes sobre a sua detenção. “Estamos a ver este hipótese. Pois é, realmente, necessário que expliquemos a opinião pública os verdadeiros motivos que levaram a detenção do mesmo”, assegurou uma fonte daquela organização.
O Club-k apurou ainda que durante a sua detenção, o presidente Fundação 27 de Maio foi acusado de vários crimes dentre eles: de ter disparado contra o PCA do “Lar Patriota”, o também general António Henriques da Silva “Dinguanza”; “ter organizado os camponeses a fim de executar uma manifestação contra o general Dinguanza”; “ter mandado os camponeses a invadir às parcelas de terras do Lar Patriotas” e por último “ter apelado também aos camponeses a não votar para o candidato do MPLA, José Eduardo dos Santos”. Acusações estás que, segundo o seu porta-voz Lucas Pedro, foram desmentidas na totalidade.
Importa realçar que, tudo começou quando um grupo de camponeses pertencente à associação ANA-DENGUE recorreu ao general que luta pela democratização do MPLA, para interceder junto da cooperação do “Lar do Patriota” a quem os camponeses acusam de construir moradias numa área de 309,5 hectares pertencente a associação. A área em causa está localizada no Mbondo-Chapeu, no distrito de Kilamba-Kiaxi, em Luanda.
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