O comissário Marinho Baião, da Comissão
Municipal Eleitoral (CME) de Cambudi-Catembo, província de Malanje, esteve hoje
detido por cerca de três horas por ter reclamado sobre o transporte de urnas e
boletins de voto.
De acordo com dados recolhidos no local, um
helicóptero, com tripulação do leste europeu, chegou à sede do município ao
meio-dia e procedeu ao embarque de várias caixas com urnas e boletins de voto,
sem que os comissários indicados pela oposição tivessem sido notificados.
A tripulação rumou à comuna da Quitapa, a 100
quilómetros de Cambundi-Catembo que, por sua vez dista 185 kilómetros da cidade
de Malange.
“Eu perguntei aos meus colegas e estes não
sabiam, excepto o presidente da CME de Cambundi-Catembo. Liguei aos comissários
provinciais e também não tinham informações sobre a movimentação das urnas e
boletins de voto”, denunciou Marinho Baião.
O comissário, indicado pelo Partido de
Renovação Social (PRS), decidiu apontar a matrícula do helicóptero, para apurar
o caso, e foi imediatamente detido por agentes da Polícia Nacional. “Os agentes
tiraram-me o papel onde anotei o número de matrícula e levaram-me ao comando”,
informou o comissário.
Segundo apurou o Maka Angola,
o presidente da CME de Cambudi-Catembo, Domingos André “Clórido”, chamou a si o
domínio exclusivo da informação sobre a distribuição de material eleitoral
sensível, tendo afirmado apenas aos seus colegas que está a trabalhar sob
“orientações superiores”.
Marinho Baião afirmou que “o presidente da
CME afirmou apenas que as urnas, os boletins de voto e os cadernos eleitorais
estariam sob cuidado dos sobas e da polícia, porque no local não se encontram
ainda os delegados de lista e os representantes dos partidos nas assembleias de
voto”.
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